A minha alma ficou parva

Segunda década do século XXI; um jovem sai de um prédio com bom aspecto; segue em direcção a uma escola bem conceituada; bebe o seu ice tea; de forma despudorada e suave atira o pacote para o chão; segue o seu caminho.
Aqui a velhota ficou atónita e sem conseguir esboçar reacção, com o pacote aos pés.
A minha alma ficou parva e, como sempre, o cérebro demorou a carburar. Se fosse agora, tinha pegado no pacote e entregado ao jovem que deveria ter uns 17 anos dizendo-lhe que devia ter perdido aquilo. Talvez o envergonhasse, ou não.

Tempo - quantidade vs qualidade

Há tempos falava com alguém sobre o tempo/falta dele para estar com as patroas e, como quase sempre, da discussão surgiu a luz.
A minha interlocutora chamou-me a atenção para o facto de mais importante do que a quantidade do tempo ser a qualidade dele.
De facto, o que interessa é o que fazemos com o tempo. Em casa (por exemplo) será um dos sítios onde menos se convive. Entre a lida da casa, a televisão e os telemóveis, nem sempre se dialoga.
Gostei desta perspectiva.

Na chegada e na partida de Bruxelas

- Quando chegar a Bruxelas eu quero é comer moules com batatas fritas!
-Mãe, reparaste que em Bruxelas há poucas natas?!!! (pastéis de nata para a malta do sul).

Nota: esta miúda conquista-se pela barrigudinha, está visto 😊

Por terras de Hercule Poirot

Gosto de pessoas assim

-Filha, amanhã vais portar-se bem?
- Vou tentar!

Nota: gosto de pessoas assim, que só prometem o que sabem conseguir cumprir.

Má sina andar na escola da irmã mais nova

E já se tornou rotina. Ao final de cada dia ouço um relato sobre o que se passou na escola com a patroa mais velha.
O que lhe vale é haver algum desfasamento de horários e cruzar-se pouco com a delatora.
É que os relatos deixam os relatórios da CIA a um canto.
Má sina andar na escola da irmã mais nova.

A questão não é o Marega, muito menos o FCP

Depois de assistir ao triste episódio de ontem durante o jogo entre o Vitória e o FCP não posso deixar de meditar sobre o que acho um verdadeiro fenómeno do Entroncamento.

Sou eu que estou tolinha ou o grave disto tudo é existir racismo, ponto.

Sou eu que estou tolinha ou o caso teve esta repercussão porque o Marega se cansou e disse chega! (devia ter sido seguido pelas duas  equipas, aliás).

Sou eu que estou tolinha ou os ressentimentos do passado e até alguma provocação do jogador não justificam manifestações de racismo. Até admitia outro tipo de insulto (todos sabemos que em grupo aproveitamos para exorcizar os nossos pequenos demónios) agora racismo?!!!

Sou eu que estou tolinha ou isto repete-se todos os lados e em  variadas circunstâncias e quase todos assobiam para o lado?

Diz muito da sociedade de mente aberta e progressista que dizemos ser.

O que mais desejo às minhas patroas

Acabei de arrumar as prateleiras do quarto das patroas e só me ocorre um desejo. Que tenham dias para tantos diários e caderninhos. Hão-de ser centenárias quando chegarem ao fim da última folha.

Ideia tentadora

A patroa pequena confessou-me que quando se zanga comigo (mil vezes ao dia, portanto) lhe apetece trocar de mãe.
Perguntei-lhe se tinha alguma preferência e lá me disse quem seria a mãe dos seus sonhos (boa escolha, por sinal).
Não resisti a contar a essa mãe (e minha Amiga) que me respondeu que as suas filhas já fizeram uma comparação entre mim e ela, dizendo que eu era melhor.
Vai daí que estamos tentadas a fazer a experiência e trocar de crias por momentos. Quanto tempo aguentariam todas as envolvidas? Filhas e mães!

Perder, de sorriso nos lábios

Ninguém gosta de perder, acredito, mas quando se perde de sorriso nos lábios a derrota quase parece saborosa.
É um misto de sentimentos, entre o desapontamento de morrer na beirinha da praia e o enorme orgulho de sentir que demos tudo, sem medo das inegáveis diferenças e superioridade orçamental.
Orgulho no CPE e nos seus adeptos que perante a derrota responderam com uma enorme ovação aos guerreiros. Assim vale a pena perder. Com dignidade.
Carrega CPE.

É Bach, mãe! É Bach!

- É muito bonita essa música que começaste a aprender. Acho que já a tinha ouvido em algum lado.
- É Bach, mãe! É Bach!

Da série, mãe ignorante.

95 anos

Hoje senti falta do habitual almoço de família, seguido do bolo de que tanto gostavas.
Todos os dias sinto saudades tuas, mas sinto-me reconfortada ao ver as marcas que deixaste na terra.
Rectidão, espírito combativo e simplicidade, características que vejo nas minhas irmãs e primos e me fazem perceber que continuas vivo, só invisível a olhares desatentos.
Parabéns pelos 95 anos avô.