quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

E faz hoje 13 anos que terminei a quimioterapia

Há 13 dias por este dia fazia a minha última sessão de quimioterapia. 

Não esqueço a alegria de ter conseguido antecipar a sessão um dia e a esperança de que esse dia ajudasse a que conseguisse comer o bacalhau da consoada sem sentir o sabor estranho a químicos que tinha na boca há 6 meses.

Não esqueço também o cansaço e vontade de chorar que o fim dos tratamentos me trouxe, como se só aí tivesse caído em mim. 

Ainda não sabia (apesar dos resultados dos exames de controlo serem promissores) mas tinha arrumado definitivamente Mr. Hodgkin que, no seu estadio IV, resolveu instalar-se em mim.

Vivo, assim, uma segunda vida desde aquele dia mas (estupidamente) preciso de parar frequentemente para perceber quão afortunada sou. 

Ainda assim, se volto frequentemente ao tema não é só por necessidade de relembrar o essencial da (minha) vida mas acima de por saber como é importante testemunhar experiências de vida para que outros que passam por situações semelhantes se sintam identificados nos seus medos e dores e pensem (como eu pensei) se ela conseguiu eu também consigo.

E que a dúvida seja sempre a mesma - para quê ? E não - porquê?.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

O dia em que a mãe ganhou à App

 - Leva guarda-chuva porque está a chover!

- Não está nada! Aqui diz que está sol!

- Ah, sim?! Então olha para a janela!

Uma palavra de coragem para todas as mães. Ainda valemos mais que as App.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Se eu não fosse mãe

Se eu não fosse mãe, hoje teria faltado à aula de inglês para ver o jogo de Portugal. Mas que raio de mãe seria eu se desse esse (mau) exemplo?!

Se eu não fosse mãe, ficaria no sofá a ver o jogo de Portugal no próximo sábado em vez de andar a transportar as patroas para os seus diversos compromissos. 

Afinal, o que é que não faço por elas?! Tudo, não se estiquem é nas meias finais e final.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Sentimento de solidão

Sentimento de solidão é aquele que me assola quando percebo que, cá de casa, sou a única cá de casa entusiasmada com a chegada do Pai Natal à freguesia.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

O peso do saber

 -Porque é que esta mochila está tão pesada!

- É de tanta coisa que tenho de saber!

Ainda estive para perguntar o que é que os 532 marcadores e marca textos de cores variadas contribuem para o aumento de saber mas achei que não seria avisado comprar uma guerra logo ao iniciar o dia. 

domingo, 27 de novembro de 2022

Coisas que acontecem quando as patroas lêem o que escrevo

 - Subcrevo-me, mãe?! Subscrevo-me?! Mas a professora lá tem algum canal de YouTube para tu subscreveres?


Macacos me mordam lá na tumba  se elas não me recordarem um dia por ser uma chata (também) quando está em causa a língua portuguesa.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Culpas que carrego

 Em 13 anos de maternidade só não fui (AINDA) * considerada culpada pela guerra na Ucrânia.

Estão a ver o dilúvio de hoje? A culpa é minha. Podem chicotear-me com urtigas.


* mas lá chegará o dia.



segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Os avós e os testes de ciências

 -Mãe, durante o teste de ciências só ouvia o avô dizer “Bebe o leite porque tem cálcio e faz bem aos ossos! Come a fruta que tem vitamina C!”.

Podemos até virar-nos de cabeça para baixo que nunca ensinaremos tanto aos pequenos como os avós. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Está tudo maluco, só pode!

Num hipermercado perto de mim guardam as carteiras de cromos (figurinhas para os nascidos no século XXI) em caixas com alarmes! E não estou a falar daqueles que são vendidos mas dos que oferecem aos clientes por cada x euros de compras.

Que seja necessário colocar alarmes em latas de atum até percebo. Os preços da alimentação estão pela hora da morte. Agora haver essa necessidade no caso dos cromos já é coisa para me chocar. Está tudo maluco, só pode!



quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Há coisas que não serei eu a ensinar-lhes

 Tenho aprendido quase tanto com as patroas como elas (espero eu) comigo. E hoje foi dia de lição. Depois de uma conversa que já tive com uma delas milhentas vezes e que acabou, como sempre, com o resultado (negativo) de sempre, fez-se-me luz. Há coisas que só irão aprender quando o interlocutor for outro que não a mãe. O controlo da impulsividade sé uma delas. Às vezes demoro a perceber as coisas é o que é.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Vi a cara de tantas professoras!

 -Mãe, hoje vi a cara de tantas professoras! E na cantina já podemos sentar-nos ao pé uns dos outros!

Ia perguntar-lhe como correu o primeiro dia de escola mas a excitação que lhe percebi na voz ao fazer este pequeno relato tornou desnecessária a questão. Ficou tudo dito.

Bom ano lectivo para todos. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

À beira de um esgotamento

Sou rapariga de letras, de modo que o meu cérebro está treinado para ler textos (longos preferencialmente). Daí resulta que esta época de reinício de escola e outras milhentas actividades das patroas me deixa sempre de cabelos em pé. 

Eu não merecia receber quinhentos quadros feitos em Excel, com duzentos horários distribuídos por trezentos locais diferentes e alterações diárias até à ansiada estabilização. Não merecia. Malta, será possível mandarem-me as informações em texto corrido? É que já estou à beira de um esgotamento e ainda a procissão não chegou ao adro. Obrigada.


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Euro Disney, um dia chega






 Se há coisa imensurável é, de facto, o tempo. Tudo depende da forma como o sentimos e este ano comprovei-o ao realizar o velho sonho de ir à Euro Disney.

Assim que entrei e comecei a ouvir as músicas  veio-me a lagriminha ao olho. Por sorte assisti logo a uma parada. Ali ao meu lado estavam o Mickey, a Minnie, o Donald, o Pateta e tantos outros que nos povoam o imaginário. Para mim bastaria. Por mais que tenha gostado (e gostei) e não me importasse de voltar, sei que jamais sentirei aquela primeira emoção.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Ainda vais ter saudades disto!

 Percebi hoje que 3 das colectividades a que uma das minhas crias está ligada têm actividades marcadas no mesmo dia, actividades essas que envolvem colaboração dos pais a qual pode ir desde descascar batatas a lavar louça, passando por vender fêveras e bebidas.

Não me queixo das actividades em si das quais até gosto mas sinto-me dividida entre desejar ou não ter o dom da ubiquidade, embora esteja certa que ter energia para me ir dividindo seja a maior benção que devo querer.

No meio das dúvidas valem-me sempre os amigos e aqueles remates finais dos telefonemas “acredita que ainda vais ter saudades disto!”. 

Obrigada querida Celeste, foi a frase certa no momento certo.

terça-feira, 3 de maio de 2022

A estupidez da guerra aos olhos de uma criança

 “Se o Putin quer ficar com a Ucrânia porque é que está a destruí-la?! Isso é tão estúpido! Não faz sentido nenhum!”.

Ao ouvir isto só consegui concordar. Quanto à resposta a esta pergunta (tal como a outras sobre a estupidez dos adultos) é que já não fui capaz de a dar. Acontece-me frequentemente quando não encontro lógica para as coisas.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Pai Nosso pelo diálogo

 

Pai Nosso, que estais nos céus e nos nossos corações

Que nos enviaste o Teu filho Jesus para nos ensinar a rezar e mostrar que a oração mais não é que dialogar conTigo e com os irmãos

Santificado seja o Vosso nome Pai e que em Vós vejamos e ouçamos os nossos semelhantes

Querido Pai, como filhos cientes da sua pequenez e que procuram colo, Te pedimos que Venha a nós o Teu Reino para que sejamos capazes de acolher e fazer a Tua Vontade assim na terra como nos céus

O Pão nosso de cada dia nos dai hoje saciando a nossa fome física e espiritual

E não nos deixeis cair em tentação, certos de que por mais difícil que se mostre o caminho teremos sempre as Tuas mãos protectoras para nos amparar e livrar do mal

Ámen.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Na dúvida respira

Na dúvida respira porque não há dúvidas que independentemente daquela que for a solução será sempre necessário ter o cérebro devidamente oxigenado para a tomar.

Parece óbvio mas nem sempre o óbvio surge com clareza. Pelo menos a mim.

sexta-feira, 25 de março de 2022

São os pequenos nadas que nos acrescentam






 São os pequenos nadas que nos acrescentam

Os que por aí estão sem que os sintamos

Esquecidos que somos de os ver passar

Tolos por só achar grandeza no que se nos impõe 

São os pequenos nadas que nos acrescentam

Dando cor a caminhos que se formam discretos

Esperando ser escolhidos assim de um nada que de tão pequeno nos há-de levar até uma qualquer Roma


quarta-feira, 23 de março de 2022

Uma gota de água no oceano

Hoje, do nada, um lojista perguntou a uma das minhas filhas se já tinha visto a herança que ia receber. Perante o nosso olhar de interrogação lá esclareceu, “já viste que vais pagar os efeitos de uma guerra que não começaste?!”.

A questão foi despropositada e violenta para uma criança, especialmente porque surgiu sem qualquer tipo de contexto, e a única coisa que consegui balbuciar foi que se todos fizermos um pouquinho daquilo que está ao nosso alcance o mundo será melhor.

Não insisti porque percebi que o senhor só devia querer desabafar e não iria ouvir nada.

Seja como for, a conversa trouxe-me à memória madre Teresa de Calcutá e a sua mensagem “O que eu faço é uma gota de água no oceano mas sem ela o oceano seria menor”. 

Parece-me tão claro que me irrita a inércia de quem só lamenta as guerras e se esquece de agir ao seu redor.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Nunca é tarde

Nunca é tarde se em nós mandar a vontade de alcançar metas e lugares não sonhados.

Nunca é tarde se ousarmos avançar, esquecendo medos de um amanhã cuja chegada desconhecemos.

Nunca é tarde porque só no presente vivemos.

Nunca é tarde porque só vivendo guardamos o passado, sem perder o futuro que está já ali no segundo seguinte.


quinta-feira, 3 de março de 2022

E eu que tantas vezes me esqueço de agradecer!



 Hoje foi dia de recarregar baterias. Receber colo com direito a beijinho e tudo. E eu que tantas vezes de esqueço de agradecer a sorte de ser tão amada!


quarta-feira, 2 de março de 2022

Como podemos ajudar a Ucrânia?

Temos assistido a uma mobilização espectacular da sociedade civil com 1001 iniciativas de recolha de bens para ajudar a Ucrânia e essas ajudam a dar resposta às necessidades de bens materiais. Ao mesmo tempo porém, vão-nos chegando notícias do bullying que muitos russos vão sentindo em todo o mundo.

Perante esta realidade só me ocorre perguntar a quem tem este tipo de comportamento se não tem pais, tios, amigos ou meros conhecidos que tenham sido obrigados a combater na guerra colonial (para dar um exemplo bem próximo de nós) a . Se essas pessoas o fizeram por acreditar na causa. Se (apesar do privilégio que é viver em democracia) se revêem sempre nas decisões dos seus governos.

Confundir o povo russo com o sistema russo é uma forma de violência. Instigar o ódio perpetua sentimentos que em nada contribuem para a paz que todos dizemos defender. Ajudar a Ucrânia (o mundo todo na verdade) passa por não nos esquecermos desta verdade, sendo dela exemplo para graúdos e miúdos. 

terça-feira, 1 de março de 2022

Haverá medida certa para o tempo?

Passamos o tempo a queixar-nos do que deixamos fazer por escassez de tempo. Telefonemas ficam por fazer, cafés por tomar, atenção por dar.

Por outro lado diz-se que aqueles que o têm não o sabem utilizar, desperdiçando-o com coisas fúteis e por vezes menos boas.

Haverá pois o “pouco tempo” e o “muito tempo” sem que se ouça falar no “tempo necessário”.

Questiono-me se haverá medida certa para o tempo mas não vislumbro resposta. 

Presumo que seja algo demasiado intangível e por isso muito dependente de análises qualitativas só possíveis quando temos o coração e os cinco sentidos alinhados e receptivos para dar e receber.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

E o mundo com medo do COVID

 Infelizmente os últimos dias vieram confirmar a minha certeza. Não é do COVID que o mundo deve morrer de medo mas sim da loucura humana que, lamentavelmente, grassa por todo o planeta e não só na nossa Europa.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Mãe, sabes que começou hoje uma guerra?!

Quando a minha filha me perguntou se sabia que tinha começado hoje uma guerra, lembrei-me de quando andava na escola primária e estava convencida que as guerras eram coisas do passado em que todos andavam a cavalo e usavam armaduras.

Com o crescimento percebi como estava errada e hoje vejo a minha filha a começar a tomar essa consciência e a, juntamente com as suas amigas de adolescência, usar as redes sociais para divulgar a notícia triste com que acordámos deixando de lado (por momentos) selfies e outras fotos cor de rosa.

Estou desolada com esta guerra mas tenho dentro de mim alguma esperança de que sirva para gerar alguma empatia nos mais novos, os adultos do futuro.

E digo isto numa semana que (na minha vida) já estava a ser marcada pela constatação de que um dos graves problemas da humanidade é precisamente a falta de empatia, fenómeno agravado pela pandemia segundo alguns estudos.

Com o coração na Ucrânia e nos seus habitantes, não filtrarei cá em casa notícias nem imagens do conflito. 

Desejo fortemente educar as minhas filhas para que venham a ser construtoras de um mundo melhor onde quer que estejam e acredito que isso só é possível se estivermos de olhos e coração bem abertos. Pode ser duro mas nunca será tão duro como para quem sente na pele os efeitos desta e outras guerras que teimamos em manter.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Parto

Percebi finalmente, quase 13 anos volvidos sobre o dia em que me tornei mãe pela primeira vez, que o momento do parto não termina com o corte do cordão umbilical ou os últimos procedimentos relacionados com a parturiente. Um parto pode durar anos e há que saber como conviver com esse facto com o coração aberto e disponibilidade mental para aprender e crescer a par com a(s) cria(s).

Hei-de chegar lá.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

É só fazer as contas!

 A pequena hiperventilava por causa dos tpc de matemática e a sua mana decidiu ajudar. Quando a ouvi dizer “eu ajudo-te” temi o resultado. Regra geral, a proximidade física entre as duas dá sempre origem a socos. Lá me escondi num cantinho até perceber que os meus receios eram infundados desta vez. A irmã chegou, olhou e esclareceu “então, aqui tens de dividir! É só pegar numa máquina de calcular!”.

Simples, portanto. É só fazer as contas!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Medir palavras

Olhando para trás percebo que muito do meu tempo é passado a escolher e medir palavras. Quero-as bonitas, sentidas e acertadas. Acredito mesmo que esse cuidado é um dever cívico pois não é assim tão linear que o vento as leve. Há palavras que ficam gravadas e podem ter consequências que vão além daquilo que se percebe o olho nu.

Contudo, o povo não deixa de ter razão quando afirma que "quem muito escolhe pouco acerta".  

Não é fácil (pelo menos para mim) encontrar aqui o meio termo.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Ao menos uma coisa boa!

 O noticiário terminou com o anúncio de uma nova telenovela e a reacção da patroa mais nova foi deliciosa.

Diz ela “Ao menos uma coisa boa! É só coisas climáticas, Covid e ataques informáticos!”.

É esse o espírito. Bora ver novelas de ficção e abstrair um pouco das do quotidiano.

Olha o robot!

 A caminho de casa, resolvi que iria subir pelas escadas. Entrei no prédio e só tornei a dar conta de mim quando o elevador começou a funcionar. Como muitas outras vezes entrei em piloto automático e fiz as coisas inconscientemente. Dirão que é normal e acontece frequentemente. Sei bem que sim mas é algo que estou apostada em mudar. A verdade é que se o elevador não tivesse chão eu teria ido parar ao andar de baixo! Tudo porque não estava sequer a ver onde punha os pés e isto deixa-me a pensar!

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Cuidado!

 -Cuidado, olha que cais!

-Cuidado, que podes partir isso!

-Cuidado, que podes queimar-te!

-Cuidado com as companhias!

-Cuidado, cuidado, cuidado (….)

Alguém havia de fazer um estudo que correlacionasse o número de vezes que uma criança/jovem ouve a palavra cuidado por minuto e o grau da sua capacidade para tomar decisões com segurança enquanto adulta. Aposto que os resultados seriam interessantes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Acabar as conversas que nunca acabamos

 Hoje recebi uma mensagem de uma amiga muito querida. Uma amiga que nunca me esquece e que há anos faz o favor de comer as 12 passas por mim na passagem de ano, pedindo os respectivos desejos, naquela que é das mais bonitas provas de amizade que já recebi.

Dizia-me ela que temos de estar mais vezes juntas e acabar as conversas que nunca acabamos. Quando nos vemos temos sempre tanta coisa para dizer uma à outra que deixamos sempre mil temas a meio, tanto saltitamos de um para outro.

Concordo que temos de nos ver mais vezes. Duvido é que consigamos acabar as conversas. Fomos sempre assim, mesmo quando nos víamos diariamente. E é tão bom, querida Catarina.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Deve ser isto a que chamam a lei do retorno!

Passei anos a gozar com os queques da Foz e agora tenho uma filha que chega a casa e me diz “mãe, o meu estilo é à beta!”.

Deve ser isto a que se chama a lei do retorno! Bem feita, que é para aprender!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Dia Mundial da Luta contra o Cancro. Repitam comigo, Cancro.

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Luta contra o Cancro. Cancro é esse o nome. Esqueçam lá a doença prolongada ou a coisa ruim. É de Cancro que temos de falar. 

Evitar-lhe o nome não o afasta de nós, bem pelo contrário. Como a qualquer outro adversário há é que olhá-lo de frente, estudá-lo e ir a jogo.

Não podemos aceitar que valha tudo, até tirar olhos!

Esta semana a minha freguesia andou nas bocas do mundo com a divulgação de uma notícia sobre um idoso que (provavelmente fruto de algum problema psiquiátrico) acumula lixo em casa e ao redor do prédio em que vive.

Este senhor, que viverá com poucas condições de higiene, está a tornar-se perigoso para si e para os vizinhos que (cansados de alertar as autoridades para o problema) resolveram recorrer aos órgãos de comunicação social.

É já um clássico chamar jornais e TV´s quando as pessoas sentem que não são ouvidas de outra forma. Muitas vezes é também a forma menos trabalhosa de resolver problemas mas não é esse o motivo que me leva a escrever.

O que me chocou neste caso em concreto foi a forma como um dos nossos canais de televisão resolveu divulgar a situação, filmando o idoso e mostrando-o inclusive a cair por duas vezes.

Pergunto o porquê da exposição pública da fragilidade de um ser humano que precisa (urgentemente) de ajuda técnica especializada. Qual a vantagem da divulgação da sua imagem? Que ganha a sociedade em ver um idoso, fora de si, a cair?

Pergunto se vale tudo nesta sociedade. Se somos todos tão doentes que necessitamos de assistir à desgraça alheia para nos esquecermos da nossa. 

Pessoalmente estou convicta que não podemos aceitar tudo. Não devemos assistir a este tipo de atrocidade calados. Não podemos agir como carneiros.

Da minha parte já seguiu a devida reclamação para a ERC e para a ANACOM. Possivelmente não ajudará o visado mas quero crer que o meu pouco, juntamente com o pouco de muitos outros, poderá ir fazendo eco. E que contribuirá para que, a pouco e pouco, nos tornemos seres mais humanos e críticos.

Ao visado (e vizinhos prejudicados com a situação) endereço votos que tudo se resolva rapidamente.

A todos nós desejo que deixe de ser necessário montar circos para resolver os problemas do quotidiano.


segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

E se for cancro?

Estava a comentar com a cria mais nova que provavelmente iria precisar de trocar de almofada pois acordo cheia de dores no pescoço, quando ela disparou a pergunta a frio. E se for cancro?

Recebi a pergunta como se tivesse levado um soco no estômago mas rapidamente me recompus. Calmamente, respondi que era normal ter dores no pescoço e muita gente as tinha.

A pequena não se contentou com a resposta e perguntou “mas o cancro pode voltar?”. Respondi-lhe calmamente mas com verdade. Por vezes o cancro volta mas eu sou acompanhada regularmente pelos médicos e ela não precisa de estar preocupada.

Este episódio veio relembrar-me quão atentas, perspicazes e sensíveis são as crianças e acima de tudo a importância de lhes falar a verdade. Podemos pensar que as protegemos ao tentar ocultar certos temas mas é um grande engano. Elas apercebem-se de tudo e o pior que lhes podemos fazer é tentar tapar o céu com a peneira. As crianças precisam e merecem que sejamos verdadeiros.








domingo, 30 de janeiro de 2022

Basket, um jogo revelador


 Gosto do basket e do seu frenesim que, curiosamente, me distrai. Este será um dos desportos mais revelador daquilo que é a vida. Em segundos se passa da derrota à vitória e vice versa. Haja coração e viva o CPE.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Gato Boris em dia de reflexão

 E aqui temos o gato Boris a viver o dia de reflexão.

Assim se vêem as enormes diferenças entre os animais e os seres humanos.

Boas reflexões para todos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Apoios às empresas vs apoios às pessoas

Fico muito preocupada (e até possuída, porque não assumi-lo?!) quando vejo a dificuldade de muitos em perceber que os apoios às empresas não são mais do que apoios (indirectos) às pessoas!
De facto, as empresas (POR SI) não precisam de apoios nenhuns mas precisam deles para (espantemo-nos) poder empregar pessoas.
As nossas empresas que, em mais de 99% da sua totalidade, são micro, pequenas ou médias empresas, empregam milhares de pessoas e mais empregariam se pudessem. Apoiá-las é uma forma de aumentar a sua capacidade de empregabilidade.
Além de que empresas saudáveis são boas contribuintes, gerando importantes receitas para os tais apoios às pessoas.
De maneira que colocar o enfoque no apoio às empresas não significa que as pessoas fiquem esquecidas. Bem pelo contrário. Certamente ninguém quer uma sociedade dependente dos apoios às pessoas. Falamos tão somente de apoios complementares e necessários a umas e outras, assim saibam implementá-los.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Perdida de mim

Perdida de mim e das certezas que queria ter

Busco um caminho sem destino conhecido

Ousando parar para respirar

E avançar, superando fragilidades e medos 

Apostando na fortuna de quem pouco mais anseia do que encontrar-se.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Letra boa

 


Depois de muitos anos de gozo, eis que alguém valoriza a minha letra - “mãe, a tua letra é boa para escrever diários!”.
Obrigada meu amor, por me mostrares o lado bom da minha letra. Lamentavelmente, não é boa ao ponto de ter conseguido impedir que (há largos anos) a tua tia mais velha lesse o meu diário e me chantageasse durante uns tempos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Campanha eleitoral também é sinónimo de partilha

 E cá estão os meus vizinhos a partilhar informação uns com os outros. Como dizer-lhes, de forma fofinha, que todos nós recebemos a mesma coisa nas respectivas caixas de correio?



domingo, 23 de janeiro de 2022

Já se lembraram de parar para respirar?

Sei que a pergunta parece estúpida. Consta que respiramos cerca de 23000 vezes por dia e é algo tão instintivo que nem nos damos conta deste fenómeno vital.

Não é por acaso que quando estamos irritados nos dizem para inspirar e expirar. Pessoalmente sou cada vez mais adepta do parar para respirar. Não devíamos deixar que algo tão importante fosse quase um acaso.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Planos qb

A festa foi sendo adiada por motivos vários, até que se marcou o dia. A ideia era aproveitar a vinda de familiares que moram fora do país

Escusado será dizer que a bicheza resolveu fazer das dela e a viagem teve também de ser adiada.

Já seríamos poucos e menos seremos mas o essencial nunca pode ser o número. Essencial é que esses poucos estejam de coração. E que todos aprendamos de uma vez a diferença entre planear e adiar. Planear qb, que não existem condições ideais.

O dia esse é (como sempre) todo do menino da festa. Vais ter uma grande surpresa pequeno Gustavo. E vais estafar-nos a todos com essa energia inesgotável que nos faz rir a toda a hora, ao mesmo tempo que corremos para evitar que as asneiras aconteçam. 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

19 movimentos e partidos! 19!

Dia 30 teremos a grande responsabilidade de escolher um de entre 19 movimentos e partidos candidatos às eleições! Fazendo as contas, presumindo a existência de 9.000.000 de eleitores em Portugal  (assim por alto e não descontados os mortos dá 474.000 para cada um (de forma arredondada). Entre tanta variedade alguma há-de agradar. É escolher, senhores. É escolher.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Eu também escolhi viver!

Falávamos online sobre o Covid (que mais), quando uma de nós disse - "eu escolhi viver" - dando exemplos daquilo que tem feito nestes tempos ao nível da sua vida social.

Sei que esta minha amiga está consciente que, provavelmente, um destes dias ficará infectada com Covid mas isso não a impediu de viver, tomando todos os cuidados ao seu alcance pois é muito responsável e sensata. 

Tive pena de não estar ao lado dela naquela hora para lhe dar um grande abraço e dizer quanto me revejo na sua corajosa decisão. 

No momento em que vivemos com o medo ao rubro é fácil esquecermo-nos que ninguém é dono da vida, que do nada o coração pode (tão simplesmente) deixar de bater, podemos ser surpreendidos com uma doença grave vinda de não se sabe onde (e muitos mais são os exemplos que podia dar sobre o sopro que é a vida).

Não faz (pois) sentido deixar de viver por causa do medo que algo que pode (ou não) vir a acontecer.

Especialmente quando não temos qualquer controle sobre essa tal coisa.

Eu também escolhi viver. 

A vida foi-me dada uma segunda vez, mau seria se a desperdiçasse. Claro que não me enfio em locais apinhados, uso (com grande sacrifício) máscara, lavo bem as mãos (já o fazia antes, note-se), arejo a casa, já tenho a 3ª dose da vacina agendada (...), ou seja tomo os cuidados que posso ter de acordo com aquele que é o conhecimento actual.

Mas   vivo.  E estou consciente que (provavelmente) mais tarde ou mais cedo serei apanhada pelo bicho mas tenho a certeza que pior que isso seria ter-me deixado morrer de medo até esse dia.




sábado, 8 de janeiro de 2022

Subconsciente de uma mãe

 - És tão fofinha! Só me apetece apertar-te o pescocinho! 

Nota: juro que o meu consciente queria dizer “só me apetece apertar-te as bochechinhas”.

Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.