segunda-feira, 20 de julho de 2020

Raízes

Há algo de inexplicável no regresso ao sítio de onde as raízes nunca saíram, de tão arreigadas numa terra tão árida quanto bela.
Queria descrever-lhe o cheiro das noites veranis pintalgadas de incontáveis estrelas. Reproduzir o som envolvente das cigarras, indiferentes à passagem humana. Perpetuar-lhe os sabores, intensos como os sentimentos que despertam.
Queria tanta coisa que fico aquém da vontade da imaginação. De tudo o que queria, tenho quase nada mas é tanto sabê-la no sangue que me deram os meus avós.





A Amiga Genial

E passado quase um ano terminei de ler a Amiga Genial da Elena Ferrante.
Não que o livro seja mau, bem pelo contrário que até estou cheia de vontade de ler o resto da tetralogia, mas pelas constantes interrupções causadas pela minha dificuldade em parar.
Andava curiosa por conhecer a escrita desta mulher (pensa-se) que ninguém conhece, achei que só pelo título tinha de o oferecer a uma amiga genial, aproveitei que essa amiga genial me pediu uma dedicatória para o pedir emprestado (lata é comigo).
Desde então o livro tem-me acompanhado por todo o lado. Até na Suécia já esteve. Até que o fim de semana passado parei (Deus sabe como precisava de o fazer) e terminei a empreitada.
Muito bom, com retratos psicológicos profundos e realistas. Gostei.
Acho que este ano te ofereço o segundo da saga, querida amiga genial.

domingo, 12 de julho de 2020

Em dia de casamento. Recordações.

Hoje é dia de casamento de uma amiga e foi inevitável recordar o meu.
Recordo de sorriso nos lábios, os dois convidados inesperados que preencheram o lugar dos outros dois que não puderam vir (tudo no dia); a "guerra" com a florista que não se conformava por eu querer um ramo tão simples; a menina das alianças, chegada na noite anterior e a quem fui comprar a roupa possível (atendendo à hora); os livros da cerimónia que me esqueci de entregar atempadamente e foram distribuídos a correr, segundos antes de eu entrar na capela (tendo o querido Frei Silvino ficado sem um); o coro celestial de Amigos; a surpresa que foi ter o violinista à saída (o mesmo que iria estar na quinta e se esqueceu); as lembranças das crianças e livro de dedicatórias esquecidos aos meus pés, debaixo da mesa; o meu avô e a avó do Nelson, verdadeiros (e inesperados) anfitriões que abrilhantaram a festa; a família e amigos reunidos; as nuvens em que pairei e não me deixaram ver arranjos de flores e outros detalhes.
Recordo de sorriso nos lábios um dia muito feliz.










Se algum dia quiserem saber de mim!

Se algum dia quiserem saber de mim, procurem-me nestes (e noutros) bloquinhos.
Pensamentos com mais ou menos nexo, receitas de culinária, listas de convidados. De tudo um pouco de mim nestes retratos escritos do dia a dia.

sábado, 11 de julho de 2020

Venha o diabo e escolha!

Estávamos a ouvir rádio quando começaram as notícias. Covid, número de novos casos, número de mortes, desgraça atrás de desgraça.
De repente, a patroa mais nova soltou o desabafo - estou farta do Covid! Já nem falam dos incêndios ou das crianças desaparecidas!
Fiquei a pensar na ansiedade que tudo isto gera (principalmente) nas crianças. Na vida que parece não existir para além do Covid. Na vontade de acordar e perceber que foi só um sonho dos maus.
Quanto às notícias alternativas, venho o diabo e escolha mas a verdade que há mais para viver lá fora e estou desejosa que as minhas filhas possam fazê-lo sem medo!

2 filhas, 10 estojos!

Tenho duas filhas e dez estojos em casa! Assim, contas feitas por alto. 10 estojos repletos de material duplicado, triplicado, quadruplicado. Há algo de profundamente errado nisto. Sinto.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Começar o banho pelos pés - é hora

Esta semana alguém me chamou a atenção para um facto tão óbvio que nunca o tinha notado.
Começamos sempre a tomar banho pela cabeça.
Fiquei a matutar nisso.
Começar a tomar banho pelos pés - é hora de fazer por isso.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Passaram

E hoje foi dia de boas notícias para as patroas. O friozinho na barriga foi substituído pelo brilho nos olhos quando receberam a notícia da passagem de ano.
E de repente tenho uma no quarto e outra no sexto ano.
Mesmo sabendo que seria este o desfecho foi particularmente reconfortante ver o alívio das minhas crias depois de um terceiro período tão duro.
Filhas felizes, mãe feliz. 

Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.