terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Meninos especiais e Meninos "normais"

 
Na escola das minhas meninas existe uma unidade de autismo. Ou seja, existem meninos com diversos graus de autismo que, com o devido acompanhamento, frequentam as mesmas aulas e actividades que os ditos meninos "normais".

Os professores chamam-lhes meninos especiais e essa designação, para mim ternurenta, já foi interiorizada pelas minhas meninas.

Esta convivência é, em minha opinião, muito saudável para todos e, no caso dos meninos "normais" diria até ser essencial à sua formação cívica. Refiro-me ao autismo mas podia estar a referir-me a outro tipo de diferença, naturalmente.

Acho esta constatação tão óbvia que ainda não consigo deixar de me chocar quando vejo pais muito ofendidos por os seus meninos "normais" terem de partilhar momentos com os meninos especiais como se o problema fosse daqueles e não destes.

Duvido até que a intolerância os impeça de parar para pensar e, sendo crentes ou não, agradecer a enorme felicidade de ter um filho "normal" ou cujos problemas de saúde se resumam a otites e pele atópica.

Por outro lado fico imensamente feliz por ver que a experiência é riquíssima para os meninos "normais" e não é à toa que, no meio de um conflito, conseguem distinguir e quantificar proporcionalmente as "culpas" dos intervenientes consoante sejam "normais" ou especiais.

É necessário saber conviver com a diferença, aceitá-la e, acima de tudo, respeitá-la.

Pessoalmente não tive possibilidade de conviver com meninos especiais o que, admito, me causa alguma dificuldade na reacção a ter quando agora me cruzo com algum.

É difícil lidar com a diferença, sem dúvida mas que isso não seja sinónimo de intolerância e ostracismo. Se não for pela capacidade de nos colocarmos nos sapatos do outro, que seja pelo facto de nunca sabermos quando é que a diferença nos baterá à porta.



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Entrudo

Porque o saber não ocupa lugar, partilho informação disponibilizada no fb do Museu de Aveiro sobre a definição/significado de Entrudo.


"O Entrudo provém da palavra latina «Introitus», que significa entrada, acesso. Refere-se à entrada na Quaresma, que começa no dia a seguir ao do Entrudo, isto é, na Quarta-Feira de Cinzas. Dia de entrudo equivale a «dia de Carnaval».

É tradicionalmente «Tempo de folguedos populares com origem remota pré-cristã. A tradição manteve-se nos tempos cristãos, ligada agora à Quaresma que punha fim aos dias carnavalescos. Há quem faça derivar o nome da expressão latina carne vale! ("...adeus, carne!"), anunciando a entrada na abstinência quaresmal» (Manuel Franco Falcão, "Enciclopédia Católica Popular", Paulinas, Lisboa).


«Era no tempo em que ao carnaval se chamava entrudo, o tempo em que em vez das máscaras brilhavam os limões de cheiro, as caçarolas d'água, os banhos, e várias graças que foram substituídas por outras, não sei se melhores se piores» (Machado de Assis, "Um Dia de Entrudo")".

É sempre bom perceber o porquê das coisas.

Divirtam-se muito neste Entrudo e vivam plenamente a Quaresma que se lhe segue, desprendendo-se do que é inútil para a felicidade em nós e com os outros.

 

Sobre o Crescimento (no Amor)


Cá estamos, as duas já de cabelos brancos, a crescer juntas no Amor, sempre acompanhadas daquilo em que acreditamos e nos fez crescer juntas.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Doutoramento sobre o conceito de (in)justiça

Seria capaz de elaborar uma inovadora tese sobre o conceito de (in )justiça  se me predispusesse a ouvir com atenção as discussões em que as minhas patroas invocam o conceito.
Tenho até a certeza que teria enorme êxito.
Há só um obstáculo a impedir que coloque as mãos na massa. Os guinchos que emitem durante a argumentação, bem como a duração da mesma que ocupa todo o período em que estão acordada, mexem-me com os nervos.

A um passo da NBA

A Leonor foi convocada para o seu primeiro torneio Internacional de basket. A coisa passa-lhe completamente ao lado mas eu fiquei felicíssima. Como diria a sua, sempre racional, tia não se trata de um feito extraordinário nem significa que tenha dado à luz um fenómeno. Estou consciente disso e não tenho sequer a expectativa de que a rapariga se torne profissional. É só um sentimento parecido ao que vivo sempre que dá mais um passo e a enorme alegria de a  ver crescer saudável e feliz. Vai Leonor.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Lentidão de raciocínio

Quem me conhece melhor sabe que a rapidez de raciocínio não é o meu ponto mais forte.
É preciso que expliquem as questões devagarinho para que as perceba. Mímica e leitura de lábios são coisas para esquecer. Acho que nunca as conseguirei entender. Somar dois mais dois, às vezes leva-me anos.
E foram precisos 10 anos, bem medidos, para perceber a importância de abordar temas sensíveis do quotidiano, como o aborto e a eutanásia, perante aqueles que sentem como nós. É que não bastar sentir o que está correcto, é preciso perceber e conhecer os argumentos que sustentam a nossa posição para que a possamos defender junto dos que não a subscrevem. E só se consegue defender  aquilo que se conhece bem.
Foram 10 anos mas mais vale tarde que nunca.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Amanhã é dia de IPO

Estava eu descansadinha da vida, quando recebo um e.mail a informar que amanhã de manhã tenho análises marcadas no IPO.

A velha confusão relacionada com o facto de ter análises pedidas por duas consultas que se realizarão em Março.

A questão é se amanhã poderei fazer também as marcadas para Março. Creio que sim e dava-me imenso jeito evitar mais um buraco nas minhas delicadas veias.

Será a chamada "revisão geral anual da praxe" que, até ver, ainda não me deixou com mais dores que aquelas que já sentia. Ando de todo das minhas cruzes.

Vou dando notícias.

Desta vez sim, estou livre do IPO

 Depois da onco-hematologista me ter dado alta do IPO, foi a vez da nefrologista o fazer (ainda que com indicação de ser seguida em consulta...