No início de Janeiro, a Leonor começou a queixar-se de dores na cabeça e tinha dificuldade em fazer certos movimentos com o pescoço. Passados uns dias começou mesmo a andar com o pescoço torto.
Nunca tive a mania das doenças mas, vendo a minha cria mais velha assim, a minha cabeça começou logo a imaginar coisas.
A 1.ª palavra que me veio à cabeça foi meningite. Corri para a pediatra que me descansou e disse que os sintomas poderiam estar relacionados com a amigdalite que a rapariga tinha tido dias antes.
A ordem foi para vigiar e, caso os sintomas permanecessem, marcar uma consulta num ortopodedista infantil para despistar qualquer outra hipótese.
Passado algum tempo lá fomos nós a caminho de Coimbra.
Antes de dair de casa percebi que muito ansiosa quando ouvi a Leonor dizer "mãe, não estou a ouvir nada". Comecei logo, "não estás a ouvir, Leonor? Nâo, ouves a mãe?". A pobre, sem perceber nada, respondeu-me calmamente "Mãe, eu disse que não ia abrir nada".
O ortopedista foi 5 estrelas e explicou que, de facto, tudo não devia passar de uma inflamação decorrente da amigdalite, que passaria com o tempo e sem necessidade de medicação, e chamou-nos a atenção (nunca tinha reparado nessa coisa tão evidente) para o facto de as amígdalas estarem muito perto da coluna.
Numa atitude preventiva, mandou fazer umas análises ao sangue e uns raios x.
Entretanto os sintomas foram desparecendo (acredito mesmo que fosse aquela inflamação), mas ainda assim achamos melhor fazer os exames.
Hoje será dia de análises e dói-me a alma só de pensar. Ainda não lhe falei em nada, mas sinto-me como se a estivesse a trair. Porque aquilo dói. Não dói muito e passa num instante, sei-o bem pois tenho feito centenas. Mas a minha filha vai sofrer e eu já estou a sofrer por ela.
Estranha a mente humana.
Esta situação, normalíssima, leva-me a pensar em muitas coisas. Desde logo na dificuldade em gerir o receio de que os nossos filhos tenham algum problema de saúde e de (des)valorizar sintomas.
Repito que não tenho nada a mania das doenças, aliás trato-me bastante mal apesar de todo o meu historial clínico.
Mas tenho tanto medo (ou mais) de desvalorizar um sintoma das minhas filhas do que correr para a pediatra de cada vez que se queixam de algo.
Enfim, serve o presente para desabafar um bocado e dizer que, apesar de andar sempre a dizer mal das miúdas, elas são a minha vida e se pudesse alombava eu com todas as dores e desaires que a vida lhe possa trazer.
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Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.
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Prometeram-me filhós, que na minha terra são bilharacos, aos quais outros chamam sonhos. Uma confusão total, esta dos doces de natal, que m...
(Já tentei comentar este post duas vezes mas estava no comboio e a internet falhou por isso não sei se os meus comentários chegaram a ser enviados...)
ResponderEliminarVai correr tudo bem, com doces e mimos tudo se resolve e não valia a pena assustares a menina de antemão.
Beijinhos