segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Tempo de criar novas memórias

Num dia particularmente duro, tive a alegria de rever uma querida Amiga.

Discutíamos aquela que é, para nós, a melhor idade e ficámos divididas entre os 30 e os 40 anos, argumentando com a experiência pessoal de cada uma.

A dada altura disse-me a minha Amiga que o problema da idade não é  o do envelhecimento em si, mas o facto de vermos desaparecer à nossa volta muitos dos que nos são queridos e, com eles, algumas tradições que só faziam sentido manter se estivessem entre nós.

Concluímos estar na altura de criar novas memórias, não no sentido de eliminar as outras (muito longe disso) mas como forma de prosseguir .

E, de facto, a única alternativa é essa. Prosseguir e (re) viver, memórias antigas e criar novas que um dia hão-de ser lembradas pelos que ficarem depois de nós.

Apesar de inevitável, o processo é doloroso até para quem como eu achava já estar imune a certas dores.

Na verdade, nos últimos 10 anos vi partir algumas das pessoas que mais marcaram a minha vida e imaginário. Fui lidando com as perdas, que sei fazerem parte da vida, de forma mais ou menos pacífica.

Tive inclusive uma luta pela minha própria vida e cheguei ao ponto de me tornar arrogante pela sensação de quase imunidade a certas dores.

Hoje carrego um peso grande no coração. Saudade dos que já não consigo ver. A certeza de os ter vivos em mim, nas tais memórias, alivia o fardo. Conseguir obter algumas respostas também irá ajudar.

Será uma questão de tempo. Aquele que não prescindo de aproveitar ao segundo.







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