domingo, 31 de agosto de 2014

Deus não mexe uma palha

Tive a felicidade de passar o fim de semana em Fátima, com o meu grupo de Jovens (Adoramus Te) e a minha, sempre jovem, avó. Não fui cumprir nenhuma promessa, muito menos penitenciar-me. Fui em busca de paz e força para continuar o caminho. E encontrei-as. Pelo menos durante alguns dias. No meu coração levei todos os que me são queridos, em especial os que se encontram a iniciar a batalha contra o cancro. Estiveste lá comigo V. De tudo o que ouvi na Assembleia retive um excerto das palavras do Marcelo Souza, missionário leigo, casado e pai de filhos, que, com o seu português cheio de açúcar, me relembrou uma coisa óbvia. Deus não mexe uma palha pelo que é possível (leia-se pelo que depende de nós); Deus só se preocupa com impossível (para o Homem). Traduzido por miúdos, quererá dizer que do céu só cai a chuva e, ocasionalmente, um ou outro meteorito (pelo menos foi esta a minha leitura). O resto temos mesmo de ser nós a fazer.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Os jornalistas votaram bem

O rapaz é trabalhador e tem um mérito que ninguém lhe pode negar. Para além do mais é um excelente embaixador de Portugal. Com estas qualidades até lhe perdoo a imodéstia. "Os jornalistas votaram bem". Parabéns jornalistas e, já agora, parabéns Ronaldo.

Como a Hello Kitty não é uma gata?!!!

Ó meu Deus. É toda uma vida de ilusão que está em causa. A Hello Kitty não é uma gata? Estou em choque.

Para que serve a história?

Sempre gostei imenso de história e cheguei a sonhar ser arqueóloga. Claro que, na inocência da juventude, pensava que nada podia ser mais rigoroso do que a história e ficava muito intrigada quando o meu pai me dizia que era necessário filtrar aquilo que nos era contado. Factos são factos, pensava eu. Agora percebo que, como em tudo, há sempre influência das nossas convicções, sejam elas políticas, religiosas ou sociais, naquilo que vemos e trasmitimos. Em todo o caso, a história serve para perceber o presente. Se tivermos o cuidado de parar para observar, muitas das reacções/modos de agir de quem nos rodeia são influenciados pela história de vida da pessoa em questão (especialmente aqueles que mais temos dificuldade em aceitar/perdoar). Conhecer a história das pessoas é, por isso, essencial para que as conheçamos melhor e procuremos a sua verdadeira essência. E isto pode ser transposto para tudo o resto na vida. É interessante, por exemplo, perceber que o despesismo, as derrapagens orçamentais e as famosas "gorduras do Estado" (que tanto nos afligem actualmente) são tudo menos um fenómeno recente. Basta recuarmos ao século XVIII e vermos a forma como D. João V regia este nosso Portugal e geria o "vil metal" chegado do outro lado do Atlântico. A diferença entre D. João V e os governantes da era moderna é que aquele tinha piolhos mas deixou-nos o magnífico convento de Mafra que continua erguido de "pedra e cal", disponivel para quem o quiser visitar, enquanto estes deixam-nos estádios de futebol construídos em 2004 e já a cair aos bocados. Dá que pensar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Para quem vive com o cancro - remissões inesperadas

Esta semana deparei-me com um artigo sobre um site que relata casos concretos de remissões inesperadas de doenças oncológicas. Dizia o artigo, e não podia estar mais de acordo, que mais importante do que ler sobre as possíveis causas da doença, temos é de procurar inspiração em situações de sucesso (que são cada vez mais). Podem aceder ao site AQUI

Engordar no local de trabalho

Segundo um estudo americano (de onde mais poderia ser?), cada cinco minutos/hora de trabalho que passemos a enviar e.mails de trabalho equivalem a um ganho de 1 Kg a cada dois anos. Isto poderá explicar o facto de ter aumentado 5 Kgs (na verdade foram mais)em 10 anos de trabalho. Diz o mesmo estudo que este potencial aumento de peso pode ser evitado se optarmos por nos levantar e ir aos gabinetes do lado (ou subir as escadas, o que ainda será mais eficaz) para dar alguns dos recados que iríamos enviar por e.mail. Fica a dica.

A moda das zonas child free

Anda por aí uma moda que me incomoda um bocadinho - as child free zones (em português corrente "criança não entra"). E os locais até têm sinaléctica própria. Um sinais daqueles redondos, onde os cãezinhos são substituídos pelas criancinhas. Sei, por experiência própria, que as criancinhas podem ser muito incomodativas. E há momentos em que dou a ponta do dedo mindinho da mão esquerda para estar longe dessas criaturas. Querer estar em silêncio, a conversar ou ler, e ter ao lado uma criança aos guinchos é tão irritante como estar no cinema a ouvir o vizinho do lado a comer pipocas. Há, efectivamente, locais que não são apropriados para crianças. Quanto a isso estamos todos de acordo. Daí a criarmos restaurantes e hotéis interditos a crianças já me parece diferente. A infância serve, entre outras coisas, para as crianças serem ensinadas a viver em sociedade. Ora, tal só será possível se as integrarmos na sociedade, o que passa por a levarmos a hotéis, restaurantes, museus, igrejas (..., mesmo sabendo que dificilmente terão um comportamento irrepreensível. Caberá, naturalmente, aos pais gerir o seu comportamento. E aí sim, está a grande ciência. Não podemos amordaçá-las, apesar da vontade que às vezes nos dá. Podemos é retirar-nos, caso as feras fiquem incontroláveis ao ponto de incomodar os restantes presentes, coisa que aliás a família Neves já teve de fazer. Claro que o conceito "incomodar" é muito subjectivo. Há pessoas mais comichosas do que outras e encontrar um meio termo é sempre difícil. Mas mais do que as zonas child free, incomodam-me as tais pessoas comichosas que criticam os pais que levam as crianças a restaurantes e perturbam a tranquilidade alheia. Há dias, irritei-me tanto com a arrogância da autora de num blogue, que não tenciono voltar a ler, que me saltou a tampa e perguntei se a senhora também defendia zonas "doentes mentais free" ou "idosos com Alzheimer free". Há alguns que também gritam e até se babam. Vamos encerrá-los em casa, a eles, e às famílias, para não incomodar pequenos egos superiores? Haja bom senso e tolerância, que cabemos todos no mesmo mundo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Bailando

Pior do que ouvir o top da RFM é ouvir a Leonor a cantar isto o dia todo.

Férias - sítios onde (não) são permitidas crianças descalças

A família Neves Pinto rumou ao sul, para uns dias de descanso (da cabeça). Como gostamos de partilhar experiências, cá fica: Sítios onde são permitidas crianças descalças: Museu do Brinquedo de Sintra ( não se importando os pais que as crias fiquem com os pés de um encardido amarelo a lembrar açafrão) Convento e Basílica de Mafra (os pés saem quase brancos) Sítios onde não são permitidas crianças descalças Palácio da Pena (em Sintra) PS E agora vamos ali tomar um BEN-U-RON para acalmar as dores musculares, que isto de andar a visitar monumentos com crianças acima dos 15 kgs ao colo é duro

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mãe, tu és chata!!!

-Mãe, tu és chata!!! Ai, estás sempre a chamar-se e a mandar-me arrumar as coisas. Chata!!!

(eis a frase que tenho ouvido em modo repeat e vai marcar esta minha silly season 2014)

Filhos ou emprego?

Excelente esta crónica, pressupondo que foi escrita em tom de ironia e puro humor negro.

É imoral mencionar a possibilidade de compra de droga?


Parece que anda para aí uma polémica à conta de um comentário do Pepê Rapazote no qual menciona a possibilidade de um telespectador comprar droga, caso ganhe um prémio.


Sinceramente, não vejo razão para tanta histeria.


O que vejo no video é um momento, profundamente infeliz, no qual o actor tenta ter alguma piada.


Seria caso para dizer que perdeu uma excelente oportunidade para estar calado.


Quem de nós nunca tiver tido uma saída triste num qualquer momento, que atire a primeira pedra.


Para mim, imorais são as lavagens cerebrais feitas nestes programas para que os telespectadores façam chamadas de valor acrescentado, sem que tenham noção do valor das mesmas, para que ganhem prémios (agora também em cartão).


Esta grande negociata que, fruto dos timmings televisivos, muitas vezes leva a que as lágrimas dos apresentadores (aquando da abordagem de histórias dramáticas) sejam interrompidas por gritos estridentes dos mesmos, é que me parece condenável.


Deixem lá o Pepê em paz.

domingo, 24 de agosto de 2014

He-man e ovos mexidos com farinheira

Damos conta que já fomos mais novos quando andamos de mão dada, a passear na feira das velharias, vemos uma réplica do He-Man and the masters of the universe*, olhamos um para o outro, e começamos a cantar o genérico.


E depois vamos, sempre de mão dada, até ao tasco mais próximo enfardar ovos mexidos com farinheira, asinhas picantes, folhado de alheira e qquijinho derretido com orégãos.










* Víamos o He-man na longínqua década de 80 do século XX



A aplicar a regra dos 3 anos

Por estes dias tenho andado a aplicar a "regra dos 3 anos", que é o mesmo que dizer "dar destino úitl a tudo aquilo que não se usa cá em casa, independentemente do motivo" (há 3 ou menos anos).


A regra tem algumas excepções, que ainda não perdi de vez a noção de "valor sentimental" (seja lá isso o que for) e a velha máxima da minha avó do "pode vir a fazer falta" ficou vincada na minha personalidade.


Livros e loiça da Vista Alegre estão fora desta, chamemos os bois pelos nomes, limpeza.


Brincadeiras à parte, acho que não faz sentido nenhum ter objectos úteis encostados a um canto.


 Não preciso de guardar as cuecas todas das meninas como recordação.


E menos sentido faz sabendo que aquilo que tenho por cá, sem uso, pode ser útil a alguém.


Por isso, bora lá destralhar.

sábado, 23 de agosto de 2014

A inteligência deve ter ficado na placenta da minha mãezinha

Durante anos sonhei com uma rede de baloiço.


Há uns ano, recebi uma, vinda directinha do Brasil. Coincidentemente, escolhi uma casa que até tem os suportes para a bendita rede.


Passo lá todos os segundos livres, perguntam vocês?


Acham que tenho inteligência para isso, respondo eu?

Só peço que não desistam da minha defesa

As manas Neves Pinto andam possuídas pelo demo.


Sempre (e é mesmo sempre) que estão no mesmo espaço físico, gritam e bulham como duas gatas assanhadas.


Ou é uma que pára (deliberadamente) em frente à TV; ou outra que imita tudo o que a irmã diz; pega nos brinquedos (...). É mesmo por tudo e por nada.


Já desisti de tentar intervir, a menos que veja que a vida de alguma esteja a correr perigo.


 Puxões de cabelo, arranhões e mordidelas são coisa pouca nestas batalhas que, regra geral, acabam num empate.




Sei que faz parte, sei que vai piorar, só não sei como hei-de aguentar pois isto "dá-me nos nervos".


Numa altura em que ando extremamente cansada e sem paciência, a minha vontade é esganá-las (manda Deus que se diga a verdade).


Não o devendo fazer, limito-me a gritar. Também sei que não será muito ortodoxo, mas quem já passou por situações semelhantes perceberá.


A juntar a isto, tenho a Benedita na fase em que se atira para o chão a gritar e espernear, sempre que ouve um não.


Ainda ontem o fez, nas escadas do prédio, só porque entendi que não lhe devia pegar ao colo.


A cachopa gritou como se estivesse a ser espancada (e não me venham dizer que este tipo de grito não é estudado ao milímetro). Valeu-me o facto de ter duas testemunhas, idóneas, que viram que eu estava vários degraus abaixo e não lhe toquei num cabelo.


Mas que estou sujeita a ir presa, estou.


Só peço que não desistam da minha defesa pois, às vezes, os indícios enganam.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Os sentidos no meu luto

O meu luto é às cores
Que assim vejo o  mundo
Onde o preto não cai bem


O meu luto tem cheiro a vida
Qual incenso perfumado
Oferenda devida à realeza


O meu luto tem um gosto doce
Daquele que nunca cansa
Porque lembra coisas boas


O meu luto é macio
Cheio de vida e paz
Transbordante de eternidade


O meu luto é melodia
Sucessão de sons e silêncio
Na qual ouço um piano, o teu

















Há momentos em que temos de dar a mão à palmatória

Não gosto da personagem, mas devo admitir que Lady Gaga até canta

O que fazer com as crianças nas férias

Espaços fechados não combinam om crianças, muito menos se estivermos de férias.


As pequenas feras precisam de libertar a sua energia e nós, os pais, de preservar a pouca sanidade mental que nos resta.


As nossas patroas são fãs de piqueniques.


Tirando situações em que, por azar, nos sentamos em cima de um ninho de vespas (ia jurar que foi isso que nos aconteceu ontem), os piqueniques são uma óptima forma de passar o tempo com os pequenotes.


A criançada aproveita o ar livre, de forma económica, e voltamos para casa todos revigorados.


Aqui na zona não faltam sítios para o fazer e que têm a vantagem de fiar na proximidade de espaços lúdicos que aproveitamos para visitar.


Aqui ficam algumas ideias


Jardim Oudinot - tem espaço para merendas, baloiços, bar e o Navio Museu Santo André que merece ser visitado


Castelo de Santa Maria da Feira - nas cercanias tem mesas e à visita ao castelo pode seguir-se uma ida ao Zoo de Lourosa (mais propriamente Parque Ornitológico)


EcoMuseu Marinha da Troncalhada, pertinho do Rossio (em Aveiro) onde podem ser vistos os métodos de produção de sal e as salinas.


O Museu do Brincar (em Vagos) também faz parte do nosso roteiro.




Caso queiram partilhar algumas sugestões, a gerência agradece

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Conheci o meu marido num bar gay

É provável que, assim que ler o título deste post, o meu marido me ameace com um pedido de divórcio (na melhor das hipóteses), mas não resisto à piada.


Eu digo que o conheci no Pink, um bar gay do Porto, onde fomos parar, na passagem de ano 2003-2004, através de amigas comums que acharam piada à ideia de organizar a festa num local mais alternativo do que aqueles que costumávamos frequentar.


Eu era mais Batô mas pouco, que nunca fui muito noctívaga.


Ele diz que não. Que nos conhecemos uns 2 anos antes num restaurante chinês. E que eu lhe bati no carro novo, depois de me ter armado aos cágados ao querer facilitar-lhe a saída do estacionamento, esquecendo-me de um pormenor básico - colocar o carro em "ponto morto", antes de o ligar.


Até pode ter razão. Ok, eu sei que tem.


Mas a mim marcou-me mais o bar gay, apesar de perceber que a ele o tenha marcado mais a almogadela no carro.


Para além disso constatámos, quando começámos a falar via messenger, que andámos um ano na mesma escola (eu no 5.º e ele no 6.º ano), sem termos dado um pelo outro.


Com mais uns floreados e iria parecer história de filme (ou então serei só eu que estou meia parva hoje).





As divisões do território explicadas às crianças

Numa destas noites, a Leonor pediu para lhe contar a história do nascimento de Jesus (livro escolhido pela própria, numa ida à livraria).


A dado momento estava a explicar-lhe que Maria era de Nazaré e José de Belém.


Aquilo fez-lhe confusão. Para a Leonor, ao que parece, os dois elementos do casal são da terra.


Tentei dar-lhe um exemplo da sua própria vida. e disse-lhe:


- Tu, por exemplo, nasceste em Santa Maria da Feira e agora vives em ...?"


- Portugal, respondeu a pequena.


- Não, Leonor, Portugal é um país que tem várias cidades. Tu vives em ...?


- Aveiro e a avó Lili mora em Esgueira!


- Não, filha, Esgueira é uma freguesia do concelho de Aveiro. Não é uma cidade.


- Ah ....


Neste ponto percebi (já ia sendo tempo) que talvez estivesse a exagerar no pormenor e rigor e só isso me deteve já que estava embalada para continuar a explicação e dizer à Leonor que o concelho de Aveiro faz parte do distrito de Aveiro (são 19 no total).


E que ninguém percebe o porquê de se manter esta divisão adminstrativa completamente obsoleta pois, actualmente, o que interessa são as "NUTS, sigla consagrada para designar a Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos, representam as sub-regiões estatísticas em que se divide o território português e correspondem a três distintos níveis de desagregação territorial.


Ao primeiro nível (NUTS I) correspondem três unidades territoriais: o território do Continente e o de cada uma das Regiões Autónomas.


O segundo nível (NUTS II) compreende sete unidades territoriais: cinco regiões no Continente mais as duas Regiões Autónomas.


Num terceiro nível (NUTS III) encontram-se 30 unidades territoriais, distribuídas pelas NUTS II, cada uma das quais resulta da agregação de vários municípios."


E que o Distrito de Aveiro abrange parte de várias NUT III,  sendo elas Entre Douro  e Vouga (S.João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Arouca e Vale de Cambra), Baixo Vouga (Aveiro, Águeda,  Albergaria-a-Velha, Ílhavo, Vagos, Estarreja, Ovar, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga, Murtosa, Mealhada) Tâmega (Castelo de Paiva), Grande Porto (Espinho).


E podia ter-me dado para pior, ou não.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vantagens de facultar dados pessoais a todo cão e gato

A minha irmã do meio tem uma tendência incrível para encontrar dinheiro.


Lembro-me que um dos seus passatempos preferidos, nas férias de Verão, era sentar-se em todas as cadeiras e sofás de hotel e enfiar as mãos entre as almofadas para procurar moedas caídas de bolsos.


A ronda por telefones públicos e máquinas de distribuição automática também era obrigatória.


Ríamo-nos como umas perdidas e o que é certo é que não havia dia em que não encontrasse uns trocos.


Ontem, encontrou 40 €; Olhámos em volta para ver se descobríamos de quem poderia ser, mas não estava ninguém nas imediações. Fomos à nossa vida e, no regresso, a minha irmã reparou num talão de supermercado de alguém que tinha recebido de troco 40€ e mais uns cêntimos.


Só podia ser dessa pessoa. A factura não tinha identificação nenhuma mas .... lá estava o número do cartão de cliente.


Contactado o supermercado, chegou-se à fala com o dono dos 40€ et voilá.


Tudo está bem quando acaba bem.


Afinal facultar dados pessoais pode ter algumas vantagens. A esta pessoas valeu 40€.


Como no demais, tudo depende de quem tiver acesso aos mesmos.

Amores e dúvidas existenciais

A minha adolescência não foi particularmente atribulada, mas  tive a minha dose de paixões platónicas. Paixões tão fulminantes que quase nem tinha tempo de acabar os poemas que escrevia ao som da Rádio Placard (95.5).


Agora rio-me do ridículo da situação, mas na altura chorava baba e ranho, atolada em dúvidas existenciais e devastada por saber que o meu amado "gostava de mim, mas só como amigo".


Ontem, enquanto esperava numa fila, não pude deixar de ouvir a conversa de 2 adolescentes que estavam atrás de mim.


Sei que é feio, mas é impossível não a reproduzir. Não só me arrancou uma irreprimível gargalhada (imagino o que as restantes pessoas que lá estavam pensaram ao ouvir-me a rir, sózinha,  e sem motivo aparente), como me ter saudade dos meus problemas de adolescente.


- Ficaste chateado por eu ter feito aquela pergunta à M?"


-Humm


- Ela disse que gostava de ti, mas havia outras coisas pelo meio. Acho que estava a falar do namorado.


- Pois ... e a minha namorada.


- Ó pá, vês. O problema não és tu. Ela gosta de ti. Tens de ter calma. Não te precipites, senão ainda acabas sem nenhuma delas.


Não é lindo o Amor? E a Amizade?









terça-feira, 19 de agosto de 2014

Tarot, com a graça de Deus

Fazem-me imensa confusão todas as situações em que alguém tira partido do estado de fragilidade de outrem.


Apesar de me causar espécie que se ligue a uma taróloga para saber se alguém da família ficará doente ou arranjará emprego (...) tento perceber o estado de desespero da pessoa que (por algum motivo) sente não outra alternativa senão buscar conforto através de uma chamada de valor acrescentado.


Já quem vive à custa desse desespero são pessoas que nunca conseguirei compreender.


Ou melhor, compreendo. É que trabalhar faz calo e não é fácil resistir a minas de ouro.




Pudesse eu e proporcionava a todos estes  "profissionais", mais ou menos famosos, um curso intensivo na Sibéria.


Quanto mais não fosse para que aprendessem a distinguir crenças e evitassem expressões como a que ouvi hoje da boca de uma dessas iluminadas "Tarot, com a graça de Deus".


E pronto. Está mais que visto que não posso ficar em casa a ver os programas da manhã. Fico nervosa.

E a resposta certa é ...

Neste post desafiei o pessoal a adivinhar o que tinha feito na minha 1.ª tarde de férias, considerando que estava sózinha e tinha a rara oportunidade de fazer o que me desse na real gana.


Devo dizer que equacionei qualquer uma das 5 hipóteses, mas estava claramente inclinada para as que envolviam estar fora de casa a sentir os raios de sol, na esperança de que me recarregassem as baterias.


Aconteci que cometi um erro fatal. Sentar-me no sofá. E aquilo que era suposto ser temporário, arrastou-se tarde fora.


O cansaço acumulado é tanto que quando páro um bocado, começo a sentir um peso brutal no corpo todo. Suponho que seja a adrenalina a descer.


De modos que fui vendo cenas soltas de vários episódios do Castle. Dormi uma sesta revigorante.


No final li umas 5 páginas do livro que já vai a meio, mas não foi na esplanada, nem havia crepe de ovos moles a acompanhar.


Ainda não acredita que perdi uma oportunidade destas, mas tenho de admitir que a sestinha me fez bem.


Parabéns às meninas que adivinharam, Sofia Costa e Joana Quina.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Quem é capaz de adivinhar?

Quem é capaz de adivinhar o que fiz na minha 1.ª tarde de férias, aproveitando que o maridão está a trabalhar e as cachopas estão com as tias?


1- Alapei-me numa esplanada a comer um crepe de ovos moles e a ler


2 - Esparramei-me no areal da praia da Costa Nova


3 - Fui pastar para o Fórum e aproveitei os saldos


4 - Adormeci no sofá, ao 2. episódio consecutivo do Castle no AXN


5 - Aproveitei para escrever o texto da 5.ª jornada do Campeonato de Esrita Criativa em que estou a participar



Explicar a morte às crianças

As meninas tinham uma adoração pelo bisavô Emílio, correspondida om igual intensidade.


Assim que entravam lá em casa iam a correr para o quarto e deitavam-se na cama ao lado, só para o ver.


A Benedita foi a 1.ª a perceber que algo estava diferente, ao ver a cama articulada desmontada.


Disse-lhe que agora o bisa mora numa estrela. Olhou para mim, riu-se e disse "não mora nada, está no hospital" e continuou a brincar.


Mais tarde foi a vez de explicar à Leonor que, mais crescidinha, vai fazendo algumas perguntas.


Quer saber se agora vai ter de aprender a tocar piano sózinha, se o bisa está sentado ou em pé lá na estrela onde mora, se nos outros países as pessoas também morrem (...).


Sabemos que tem noção do que aconteceu e por isso achámos que devíamos explicar-lhe tudo com a maior naturalidade, até porque a morte faz parte da vida, e a Leonor acredita que o bisavô Emílio está na tal estrela que à noite procura.







domingo, 17 de agosto de 2014

Isto faz de mim uma pessoa esquisita, ou será só impressão minha?

-Sabes Tita, quando eras bebé mamavas leitinho das maminhas da mamã.


- Sim... e fiambre.

Agora já posso contar tudo

Agora, que sei estar tudo bem, já posso contar tudo.


Por estes dias passei um grande susto.


Depois de uns meses a sentir um nódulo no pescoço, resolvi (não fosse o diabo tecê-las) ir ver de que se tratava.


Liguei para a minha médica do IPO e marcou-me consulta de imediato.


Acho que ajudou o facto de saber que não sou de fazer filmes e só lhe ligar em situações em que a coisa é séria, como aconteceu há 4 anos quando lhe arranquei uma gargalhada ao dizer que a quimio não me tinha provocado infertilidade (minha rica Benedita).


Lá fui à consulta e resolveu pedir um PET,apesar de os valores das análises serem, realmente, bons (e não bons comparados com os que está habituada a ver, como fez questão de frisar com o seu jeito peculiar e do qual tanto gosto).  "Sem dramas e só para ficarmos todos descansados".


Vai daí, pegou no telefone para saber se havia vaga na medicina nuclear e o PET foi marcado para dia 13, véspera do dia em que o meu avô acabou por falecer e em que eu teria a consulta para saber o veredicto.


Contrariamente àquele que é o meu princípio de partilhar preocupações, decidi contar a situação a poucas pessoas. Seria tudo muito rápido e não valia a pena estar a assustar as pessoas.


Entretanto, e porque não sou de ferro, contei a situação ao senhor que me apresentou a Mr. Hodgkin (meu querido Amigo José Carlos Domingues), que tem olhos de lince, um grande coração e muito saber, e lá de longe me disse peremptoriamente que não seria nada de preocupante.


O maior medo que tive foi o de ter de, novamente, dar uma notícia triste àqueles que me amam.


Graças Àquele que nunca nos abandona, tudo não passou de um susto e no mesmo dia em que recebi a notícia da partida do meu avô, soube que estou rija como o aço (esquecendo a inestética celulite).




Não podia, assim, de deixar de partilhar esta experiência e num momento em que tenho andado muito desiludida com alguns profissionais de saúde, frisar que "há deles" (como se diz cá por Aveiro) muito bons.


E dois dos melhores do mundo "são meus".


Obrigada Dr.ª Ana Espírito Santo (hematologista do IPO do Porto) e que a Dr.ª Maria Luís Albuquerque lhe perdoe o investimento em mim.


Obrigada Dr. José Carlos Domingues (dermatologista do IPO do Porto, e meu Amigo. Aquelas palavras tornaram desnecessário qualquer comprimido para dormir e não foi por a conversa ser chata :) .


Quem sabe, sabe e mais nada.







sábado, 16 de agosto de 2014

Desumano e profundamente egoísta





Desde que o estado de saúde do meu avô se agravou que não me sai da cabeça o juramento de Hipócrates.


Hoje decidi lê-lo e presumo que o maior dilema com que um médico se depara, quando as questões éticas ombreiam com os procedimentos que aprendeu na faculdade, se relacione com este pequeno excerto


"Guardarei respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início, mesmo sob ameaça e não farei uso dos meus conhecimentos Médicos contra as leis da Humanidade"
Juramento de Hipócrates - excerto da versão adaptada da Fórmula de Genebra e adoptada pela Associação Médica Mundial em 1983.




O que são as leis da humanidade? Até que ponto é correcto submeter alguém a procedimentos invasivos, que não desejava, sabendo que o seu estado de saúde é irreversível e os tais procedimentos só servirão para prolongar uma vida em agonia?


Foi com estas questões que nós, familiares, tivemos também de nos debater.


Encontrámos médicos que nos disseram "o paciente está lúcido e por isso, apesar de a colocação de sonda ser a única forma de o alimentar e ministrar medicamentos recuso-me a fazê-lo. Porque ele não quer. Vamos minimizar-lhe qualquer sofrimento com a hidratação possível através de soro".


E encontrámos outros que olharam para nós como se, ao recusar mantê-lo imobilizado (digam o que disserem para mim a palavra correcta é amarrado), e a gritar, estivéssemos simplesmente a deixa-lo morrer à fome e à sede.


Sendo que esta última categoria demonstrava imenso receio que nós (as loucas) os viéssemos responsabilizar pelo inevitável.


A estes só tenho a dizer que a nossa decisão foi a mais dura mas simultaneamente (e cada vez mais me convenço disso) a correcta. NOTA: refiro-me sempre ao caso concreto, pois aqui não fórmulas matemáticas que possam ser aplicadas.


Amarrar um idoso e submetê-lo a actos invasivos que só o colocam num impressionante estado de nervos, unicamente para que os cuidadores (profissionais ou familiares) sintam a sua consciência tranquila não é ético. É desumano e profundamente egoísta.


Amarrar um idoso depois da família ter dito, expressamente e mais do que uma vez, que não queria que o fizessem é um acto inqualificável.


E é por isso que hoje, assim que terminarem as cerimónias fúnebres, irei ao hospital formalizar uma exposição.


Não lhe quero chamar reclamação. O objectivo não é que punam quem o fez. Aquilo que quero mesmo é alertar a sociedade em geral, e as instâncias competentes em particular, para a necessidade urgente de dar formação a estes profissionais.


Sendo certo que estamos a falar de ética e nunca se chegará a um consenso sobre a melhor decisão, falta a capacidade de muitos profissionais (e isto sem questionar competências técnicas, entenda-se) para falar com a família, explicar os vários cenários possíveis e, no fim, respeitar a decisão tomada só Deus sabe com que custo.


Espero, sinceramente, que este meu novo objectivo de vida sirva para ajudar outras famílias.


Apesar de tudo, o meu avô faleceu em casa. Sereno e acompanhado por uma neta e pela mulher com quem casou há 60 anos, por procuração, depois de se terem visto uma só vez.


Como me disseram, por mais de uma vez, em mensagens de conforto que tenho recebido "Deus esreve torto por linhas travessas"





sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Que temos para oferecer aos nossos idosos?

Há dias disse que iria começar a escrever sobre os idosos e tudo aquilo que envolve tratar de alguém no final da vida, mas tudo aconteceu de forma tão rápida e intensa que só agora o faço.


Os últimos dias foram de uma enorme dureza, cheios de dúvidas, questões éticas e um enorme sentimento de impotência.


Mas foram sobretudo dias em que recebi uma enorme lição da vida.


Peço desculpa se for perdendo a linha do raciocínio mas para além de uma partilha de experiência que creio poder vir a ser importante para ler, aquilo que vou escrevendo servirá também para ir expiando a minha dor.


O meu avô foi militar durante alguns anos e sempre se impôs a si mesmo muitas regras. A hora de sentar à mesa era sagrada. Almoçava às 12h30 em ponto, estivesse quem estivesse, porque achava que era essa a hora mais higiénica para o fazer.


Podia estar cheio de fome desde as 11h da manhã ou não ter fome nenhuma às 12h30, mas era a essa hora que comia.


Quando decidiu deixar de comer (e digo decidiu porque foi mesmo que aconteceu), percebi de imediato o seu objectivo. Se dúvidas tivesse, tinha-as perdido no momento em que lhe disse que não podia estar uma semana sem comer (o tempo que faltava para a consulta mensal de cardiologia) e, em resposta, me olhou nos olhos e perguntou "porquê"?


Note-se que estou a falar de alguém que apesar de ter 89 anos estava perfeitamente lúcido e tinha uma memória de fazer inveja a qualquer jovem.


Enquanto o permitiu, fomos tentando compensar a falta de alimentação com vitaminas mas a situação física começo a degradar-se de tal forma que, rapidamente, tivemos de decidir o que fazer.


O meu avô só saía de casa quando era estritamente necessário. Gostava era de estar no seu sofá, a estudar gramática, inglês, francês, alemão, italiano. Sempre o vi assim.


Lembro-me que em miúda, no dia em que afinava o piano, ninguém podia fazer um "ai" naquela casa.


Era um génio e, como qualquer génio, tinha as suas peculiaridades.


Optar entre um lar ou apoio permanente ao domicílio foi fácil.


Tirá-lo de casa teria sido uma atrocidade.


Pudemos cumprir essa sua vontade porque o meu avô trabalhou e poupou muito.


A solução é extremamente dispendiosa, como não poderia deixar de ser já que envolve, entre muitas outras coisas, o trabalho de 3 pessoas.


E neste ponto coloca-se um dos muitos dramas com que se debatem as famílias nestes momentos.


Os lares também são caros. Têm de ser, para conseguirem prestar um apoio de qualidade. Cuidar de um idoso envolve não só o trabalho, como uma parafrenália de coisas, desde fraldas a cadeiras de rodas, almofadas anti-escaras, camas articuladas, cremes (...).


E eu pergunto quantas famílias conseguem suportar estes encargos?


Existem alguns apoios, claramente insuficientes, e muita falta de informação.


Uma das coisas que senti, nestes dias, foi a ausência de uma estrutura de apoio à família. Onde pode a família dirigir-se para obter esclarecimentos? Quem presta apoio psicológico?


E quem forma os profissionais para lidar com a vida de pessoas tão frágeis? Tivemos a sorte de encontrar excelentes profissionais (no meio de alguns muito maus) mas foi sempre notória a necessidade de se eximirem de responsabilidades .


 Até entendo que se queiram proteger, não o podem é exteriorizar e, com isso, aumentar a carga que já recai sobre a família (sobre isto falarei mais tarde). Porque há decisões que exigem muita racionalidade.


Se calhar fomos nós que não procurámos bem esse apoio, tão perdidos que estávamos mas a verdade é que até nas urgências do hospital senti que as famílias são um bocado abandonadas à sorte de se cruzar com a boa vontade ou maior disponibilidade dos profissionais. E isso é completamente inaceitável.





quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Que estrela tão grande

"Que estrela tão grande".

É esta a frase que guardarei na memória, agora que tenho a maior das estrelas a olhar por mim lá no ceú.

Curioso ter vestido hoje a mesma camisola que tinha no dia em que a ouvi.

Doi-me saber que nunca mais serei confrontada com a minha falta de cultura geral por desconhecer que está errado escrever Aljezur pois a forma correcta será Algezur.

Não sei como será, quando todos cairmos na realidade, chegar a casa e não o ver no cadeiräo do costume.

Consola-me todo o Amor que lhe demos e o sentir que se cumpriu o seu desejo. Morrer em casa, perto da sua eterna amada.

Vou ter saudades tuas avô. Tantas.

Descansa em paz.

Perguntas/Respostas ao Dr. GM

Caro Dr. GM


Imagino a pressão a que estão submetidos os profissionais que trabalham no serviço de urgência de um hospital.


Percebo que não tenham disponibilidade para dar toda a atenção que pacientes e acompanhantes exigem.


Sei (vi) as condições que existem e as limitações de recurso.


Tento ser o mais compreensiva possível e só por isso (e porque sabia que se fizesse o que me estava a apetecer naquele momento, a pouca disponibilidade existente iria provavelmente esfumar-se) não lhe esmurrei o nariz perante tanta arrogância e falta de tacto.


Não sei se 15 dias, no contexto em que tentei dialogar consigo, são muito ou pouco tempo.


Provavelmente por minha culpa, achei que não seria altura de discutir filosofia.


Mas fiquei com vontade de falar consigo, noutro local e circunstâncias. Gostava de lhe dizer algumas coisas mas, acima de tudo, perceber se é sempre tão estúpido ou fui eu que tive o azar de o apanhar num dia mau.


Seja como for, e quanto mais não seja para desabafar, deixo aqui uma das coisas sobre as quais gostaria que reflectisse já que foi uma questão que me colocou no meio da indiferença/frieza com que me falou.


O que é que eu iria estar a fazer, 5 ou 6 horas nas urgências?


Juro que não me iria intrometer no seu trabalho. Certamente não me viu, nem à minha irmã, mas estivemos sempre muito quietinhas a um canto.


Obviamente não iria fazer nada em termos técnicos. Mas há coisas que vão para além das técnicas médicas. Uma coisa chamada afecto.


Foi isso que eu e a minha irmã fizemos nas mais de 6 horas em que nos fomos revezando. Demos afecto ao meu avô, que estácompletamente lúcido apesar da prostração.


Acho que também o demos, muitas vezes só com um sorriso, a muitos dos idosos que estavam nas macas espalhadas ao longo dos corredores e não tinham qualquer acompanhante.


Fomos trocando palavras de ânimo com outros acompanhantes.


Basicamente foi isso.


O meu avô está melhor? Não está, obviamente, mas não esteve só enquanto nos foi possível estar ao seu lado.


Dificultámos o seu trabalho ou dos demais profissionais? Não creio, acho que nem nos viram.


Será que fui clara Dr. GM?



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

As comidas de Ermesinde

- Mãe!
-Diz, Leonor.
-As comidas de Ermesinde são melhores do que as tuas.


Balão de pensamento - parva, ingrata; como é que pode dizer que a comida da sogra da mãe é melhor que a da mãe?!!!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A única coisa que me fez rir hoje

A única coisa que me fez rir hoje foi a cara de incredulidade feita pela Tita enquanto via a bisavó Sissi a lavar a dentadura.


Claro que, estando a cachopa na fase das perguntas, não resistiu a perguntar "agora vais pô-los (aos dentes) no sítio?"


Impagável

Banho público ... e os escolhidos são ...

Sem o saber, acho que fiz parte de uma experiência sociológica que, vejo agora,  se assemelha ao banho público actualmente tão em voga.

Estávamos em plena era jurássica (que é como quem diz, na fase pré-facebook), quando um grupo de rapazolas, que passou por mim de carro, não encontrou nada mais engraçado para fazer do que abrir uma garrafa de água de litro e meio e despejar-ma em cima.


Fiquei tipo pintainho no meio da rua, a morrer de raiva e a rogar-lhes pragas (o dia não estava propriamente quente).


Anos depois percebo como fui tapadinha. Afinal tomar banho em público, e desafiar os amigos a fazê-lo também, é cool.


Enfim. Até estremeço só de pensar que um dia as minhas crias (já de si rebeldes) hão-de passar pela adolescência.




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A 1.ª mesada da Leonor - parte 2

A Leonor resistiu ao 2.º dia de provação e os 5 € permanecem intocáveis.


Entretanto, o papá resolveu introduzir uma regra nova e o capital irá vencer juros de 1€/mês caso permaneça imobilizado até ao Natal.


Estou a achar piada a estas aulas de economia, mas não deixo de ter algum receio.


E se a Leonor, aos 5 anos, conseguir resistir às tentações que a rodeiam e não gastar 1 cêntimo até ao Natal? Querem ver que dei à luz uma economista? Tirem-me deste filme. Ninguém merece.

domingo, 10 de agosto de 2014

A 1.ª mesada da Leonor

 Como economista que é, o papá entendeu estar na hora de ensinar a Leonor a gerir o seu próprio orçamento.


Vai daí instituiu uma mesada de 5€, que a cachopa poderá gerir livremente, na condição de não pedir nada aos pais no caso de exceder o orçamento do mês em causa.


Entretanto explicou-lhe que, se conseguir resistir à tentação de estourar o dinheiro, chegará ao Natal com 25€ e receberá um bónus de mais 5€, o que já dará para comprar um boneca jeitosa.


Não sei o que isto vai dar, mas estou ansiosa por ver. Pelo menos no 1.º dia, guardou a nota com a vida, cheia de orgulho pela nova etapa que agora inicia.


E, diz o papá igualmente orgulhoso, não pediu nada.


Claro que não resisti a lembrá-lo que ao facto poderá ter ajudado o ter passado o dia com os avós, que a encheram de gelado, gelatina, gomas, farturas e pagaram 2 voltas de carrocel.


Mas em todo o caso, o princípio parece auspicioso.

sábado, 9 de agosto de 2014

Sobre os erros ortográficos dos professores

Respeito muito os professores.


Foi, aliás, uma professora que me ensinou o significado de uma das minhas frases preferidas, "ninguém é uma ilha de si próprio", através do recurso a uma imagem simples do dia a dia.




Precisamos todos uns dos outros. Do médico que "nos trata da saúde", do padeiro que nos faz o pão, do trolha que nos faz a casa, até dos advogados que, por incrível que possa parecer, podem ser úteis e não é só em situações más.


Tive professores muito bons, que me ficaram no coração, e outros maus cujos nomes nem fixei.


As discordâncias relativamente às políticas de ensino não são de hoje.


Desde que me lembro de ser gente ( e já estou mais perto dos 40 que dos 30) que não houve um único ministro da Educação que agradasse aos representantes dos professores.


Também não é de hoje a falta se saídas profissionais no ensino. Desde o início da década de 90 do século passado, andava eu na escola secundária, que é um facto conhecido de todos.


Apesar disso, continuaram a abrir os mesmos cursos e com o mesmo número de vagas.


 E os jovens (provavelmente devido à bravura e lirismo que só se têm aos 18 anos) continuaram a escolher esses cursos.


No meio disto tudo entram os tais  ditos representantes que, lamentavelmente, mais não fazem do que semear instabilidade e instigar a discórdia.




Chegámos assim à degradante situação de ver professores, acredito que por desespero, a perder o norte, a interromper solenidades e a querer impedir a realização das provas de avaliação às quais outros colegas decidiram submeter-se.


Agora, depois de toda a polémica em torno da forma como a avaliação está finalmente a ser implementada ( avaliação essa que já está prevista no Estatuto da Carreira Docente há uns tempitos que eu saiba) e de toda a crítica feita`ao teor da prova (para muitos humilhante de tão fácil) chega-se à conclusão que muitos daqueles que ensinam os nossos filhos a escrever não sabem, eles mesmos, fazê-lo.


Todas as classes profissionais deveriam ser avaliadas porque o mundo evolui e o "estado da arte" também.


O facto de, mal ou bem, se ter concluido uma formação académica não pode ser argumento para que quem ensina, e avalie, se recuse a ser avaliado.


Os outros profissionais também o são, quanto mais não seja pelo mercado.


E pelos vistos, considerando os resultados, a avaliação é mesmo necessária.


Gostava agora era de ver os representantes dos professores a tentar perceber a razão de ser daqueles 90% de erros ortográficos que não se relacionam com um acordo ortográfico alcançado em 1990.


Gostava, acima de tudo, que os profissionais do sindicalismo passassem a tentar fazer parte das soluções em vez de só identificarem problemas. Mas é mais fácil ser demagógico.

















quinta-feira, 7 de agosto de 2014

E os teus hobbies, Susana Alice?

Sempre que leio daquelas entrevistas veranis, regra geral simples e fúteis, questiono-me "e os teus hobbies, Susana Alice?".

Passei pela fase da colecção de folhinhas de blocos, postais ilustrados, cromos da bola, ponto cruz (...).

Todas elas foram passando e até a leitura (de lazer) foi ficando para trás.

Este ano voltei a ler uns romances (ando apaixonada pelo Rodrigues dos Santos, diga-se de passagem) e escrever (coisas mais ou menos parvas, consoante aquilo que me dá na gana) é algo de que gosto cada vez mais.

Daí que há dias, num impulso e já no último dia de prazo, me inscrevi num Campeonato de Escrita Criativa que me está a dar imenso gozo.

E assim vou desopilando dos stresses diários.

E vocês, como estão de hobbies?

O diabo em forma de gente

É assim, Sempre que se zanga comigo (basicamente acontece das 1001 vezes diárias que tenho de lhe dizer não), a Benedita utiliza a arma mais letal que conhece "não sou tua amiga mais. não quero ir para a tua beira".


Digam lá que as criancinhas não sabem o que dizem. A cachopa acha que me magoa dessa forma e não hesita em fazê-lo.


A coisa boa é que os nervos lhe passam nums instante e logo no segundo imediato começa aos beijos e abraços.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Razão tem a avó da Diana

"Os piores problemas são os da cabecinha", e está tudo dito.

Precipitei-me um bocado. Muito,vá

Faz por estes dias um ano que corri a anunciar o fim das fraldas cá em casa.


Passados uns dias, percebi (imaginem como) que as cachopas ainda não estavam prontas para dar esse passo.


E as fraldas continuam a povoar esta casa, durante a noite.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ainda, e sempre, o drama do calçado

Como sabem, as minhas manhãs têm sido agitadas pela extrema sensibilidade que as minhas crias têm nos pés, que as faz queixar-se de tudo quanto seja calçado.


As birras têm sido terríveis.


Para acabar com elas (as birras, entenda-se) já me disseram para as deixar ir descalças (a Tita já esteve quase, mas teve a sorte de o meu coração ter amolecido estava ela a meio das escadas); ou para as deixar ir, em pleno Verão, com as botas de pêlo.


Embora aprecie muito todas as tentativas de resolver este problema, o mais perto que estive de o conseguir foi ontem, dia em que a Tita resolveu empoleirar-se, sem meias, numas sapatilhas super quentes.


Sempre pensei que se ia arrepender rapidamente, e tratei de levar umas crocs para o infantário.


O certo é que andou o dia todo de sapatilhas o dia todo e hoje escolheu-as novamente.


Palavra de honra que, apesar daquilo me fazer confusão (não aguento calçado quente) fiquei aliviada só de saber que, pelo menos ela, não gritaria à conta do calçado.


Devia era ter desconfiado, ao ver que estava a ser tão fácil.


Tudo corria bem, até o papá ficar escandalizado por ver que as sapatilhas não condiziam com o vestido e dizer que EU (tudo eu,tudo eu), ao saber que a madame ia querer calçar as sapatilhas devia ter escolhido uma roupa mais própria.


Foi por pouco que não o fuzilei com os olhos.


A rapariga lá foi de sapatilhas (o preto nunca copromete), sem meias e com um lindo vestido rodado e florido.


Temos pena se as sapatilhas não condizem com o vestido. Pelo menos preservei um pouco o neurónio.


PS


Já agora aproveito para relembrar que, muito raramente, sou responsável pela escolha do look (completo) das cachopas.

A Leonor e o Portugal em festa

A Leonor tem andado numa excitação só pois, ao que parece, está convicta que vai participar num concurso do Portugal em festa.


Segundo me vai contando tem ensaiado uma coreografia, juntamente com a amiguinha que creio ser a mentora do projecto (já que a Leonor nem deve saber o que é o Portugal em festa).


A música permanece no segredo dos deuses, que a moça não de descose.


Só que que vai precisar de um soutien ("daqueles de bikini, mãe"), de uma camisola curta ("daquelas que deixam ver o bigo") e de maquilhagem, "porque é assim que elas andam, mãe".


E assim se vai divertindo, a cachopa.


Pessoalmente, preferia vê-la num registo menos pimba mas quem sou eu para lhe perturbar os sonhos?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Aluna aplicada e trabalhadora

O dia pode ter sido duro, mas toda a dureza se desvanece quando se lêem avaliações como esta


"A Leonor recuperou muito bem da sua ausência e conseguiu atingir todos os objectivos propostos. É uma aluna aplicada e trabalhadora. Transitou para o nível 1. PARABÉNS LEONOR!!!".


A minha Leonor obteve aprovação na piscina e eu sou uma mãe babada.


Não consta que seja um feito espectacular, muito menos inédito, mas estou babada à mesma.

domingo, 3 de agosto de 2014

Charro electrónico. Oi?!!!

Provavelmente não será só em Aveiro que se está a curiosa tendência de abrir lojas de cigarros electrónicos onde antes se comprava e vendia ouro usado.


As lojas nascem como cogumelos, certamente por existir mercado.


O conceito do cigarro electrónico, por si, parece.me parvo quanto baste.


 O que não sabia é que também existem charros electrónicos que, diz quem vende, não têm substâncias ilícitas e diz quem é especialisra em adicções pode levar a dependências.


Sem comentários

A perceber o porquê da doença

Ter cancro permitiu-me comprovar algumas daquelas ideias que sempre defendi em teoria.


Uma delas (e que escrevi na 1.ª página do blogue logo no dia em que o criei) é a de que tudo tem uma razão. Por mais difícil que seja percebê-la.


E esse será um dos maiores desafios que qualquer grande adversidade nos traz. O de perceber a sua razão de ser e retirar conclusões que permitam transformar algo muito mau em coisas positivas que nos façam crescer na relação com os outros.


Durante a quimio, comecei a sentir vontade de me tornar missionária.


Estava a reagir bem aos tratamentos e sentia que tinha de mostrar esse exemplo e, com ele, dar força a quem passava pelo mesmo.


Quando, como ontem (e na semana passada), me telefonam ou mandam mensagem a dizer "foi diagnosticado um linfoma ao ...; tens tempo para vir cá a casa tomar um cafézinho?", consigo perceber o porquê da minha doença.


Acredito que não passei/passo por tudo isto em vão e sinto que, dentro daquilo que é possível numa fase tão dolorosa e confusa quanto aquela em que se recebe um diagnóstico de cancro, posso ajudar a serenizar quem me procura cheio de dúvidas e medos. Os mesmos que tenho sentido.


A partilha é, assim, mútua. Dou e recebo alento.


Só assim faz sentido esta coisa de viver.

sábado, 2 de agosto de 2014

Alguém me ajuda a explicar à Leonor que ficar com o lixo do infantário não é uma vitória?

Com as limpezas de final de ano lectivo, há que dar destino a montanhas de cartazes, desenhos e recortes.


Vai daí a Leonor tem trazido para casa Kilos de papel, que vai depositando pelos sítios onde passa.


A minha vontade era pegar em tudo e colocar no papelão, como qualquer cidadã com consciência ecológica devia fazer.




A questão é que, ao ver a cara de felicidade, e orgulho, com que me diz "mãe, a Bela deixou-me ficar com este cartaz", perco a coragem.


Já que eu não consigo, alguém me ajuda a explicar à Leonor que ficar com o lixo do infantário não é uma vitória?


Agradecida.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Piropo

Ontem encontrei-me com o meu homem na Avenida.


Quando me viu, disse "estás tão gira hoje".


Bruta como só uma Neves sabe ser, rosnei "não me digas que nunca me tinhas visto com este vestido !!! Nunca olhas para mim!!!".


E pronto, depois queixo-me de os piropos serem raros.

15 anos depois

15 anos depois, eis que tive alta da consulta de onco-hematologia.  Diz a médica que as maleitas de que me queixo parecem ser coisas de “pes...