sábado, 26 de fevereiro de 2022

E o mundo com medo do COVID

 Infelizmente os últimos dias vieram confirmar a minha certeza. Não é do COVID que o mundo deve morrer de medo mas sim da loucura humana que, lamentavelmente, grassa por todo o planeta e não só na nossa Europa.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Mãe, sabes que começou hoje uma guerra?!

Quando a minha filha me perguntou se sabia que tinha começado hoje uma guerra, lembrei-me de quando andava na escola primária e estava convencida que as guerras eram coisas do passado em que todos andavam a cavalo e usavam armaduras.

Com o crescimento percebi como estava errada e hoje vejo a minha filha a começar a tomar essa consciência e a, juntamente com as suas amigas de adolescência, usar as redes sociais para divulgar a notícia triste com que acordámos deixando de lado (por momentos) selfies e outras fotos cor de rosa.

Estou desolada com esta guerra mas tenho dentro de mim alguma esperança de que sirva para gerar alguma empatia nos mais novos, os adultos do futuro.

E digo isto numa semana que (na minha vida) já estava a ser marcada pela constatação de que um dos graves problemas da humanidade é precisamente a falta de empatia, fenómeno agravado pela pandemia segundo alguns estudos.

Com o coração na Ucrânia e nos seus habitantes, não filtrarei cá em casa notícias nem imagens do conflito. 

Desejo fortemente educar as minhas filhas para que venham a ser construtoras de um mundo melhor onde quer que estejam e acredito que isso só é possível se estivermos de olhos e coração bem abertos. Pode ser duro mas nunca será tão duro como para quem sente na pele os efeitos desta e outras guerras que teimamos em manter.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Parto

Percebi finalmente, quase 13 anos volvidos sobre o dia em que me tornei mãe pela primeira vez, que o momento do parto não termina com o corte do cordão umbilical ou os últimos procedimentos relacionados com a parturiente. Um parto pode durar anos e há que saber como conviver com esse facto com o coração aberto e disponibilidade mental para aprender e crescer a par com a(s) cria(s).

Hei-de chegar lá.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

É só fazer as contas!

 A pequena hiperventilava por causa dos tpc de matemática e a sua mana decidiu ajudar. Quando a ouvi dizer “eu ajudo-te” temi o resultado. Regra geral, a proximidade física entre as duas dá sempre origem a socos. Lá me escondi num cantinho até perceber que os meus receios eram infundados desta vez. A irmã chegou, olhou e esclareceu “então, aqui tens de dividir! É só pegar numa máquina de calcular!”.

Simples, portanto. É só fazer as contas!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Medir palavras

Olhando para trás percebo que muito do meu tempo é passado a escolher e medir palavras. Quero-as bonitas, sentidas e acertadas. Acredito mesmo que esse cuidado é um dever cívico pois não é assim tão linear que o vento as leve. Há palavras que ficam gravadas e podem ter consequências que vão além daquilo que se percebe o olho nu.

Contudo, o povo não deixa de ter razão quando afirma que "quem muito escolhe pouco acerta".  

Não é fácil (pelo menos para mim) encontrar aqui o meio termo.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Ao menos uma coisa boa!

 O noticiário terminou com o anúncio de uma nova telenovela e a reacção da patroa mais nova foi deliciosa.

Diz ela “Ao menos uma coisa boa! É só coisas climáticas, Covid e ataques informáticos!”.

É esse o espírito. Bora ver novelas de ficção e abstrair um pouco das do quotidiano.

Olha o robot!

 A caminho de casa, resolvi que iria subir pelas escadas. Entrei no prédio e só tornei a dar conta de mim quando o elevador começou a funcionar. Como muitas outras vezes entrei em piloto automático e fiz as coisas inconscientemente. Dirão que é normal e acontece frequentemente. Sei bem que sim mas é algo que estou apostada em mudar. A verdade é que se o elevador não tivesse chão eu teria ido parar ao andar de baixo! Tudo porque não estava sequer a ver onde punha os pés e isto deixa-me a pensar!

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Cuidado!

 -Cuidado, olha que cais!

-Cuidado, que podes partir isso!

-Cuidado, que podes queimar-te!

-Cuidado com as companhias!

-Cuidado, cuidado, cuidado (….)

Alguém havia de fazer um estudo que correlacionasse o número de vezes que uma criança/jovem ouve a palavra cuidado por minuto e o grau da sua capacidade para tomar decisões com segurança enquanto adulta. Aposto que os resultados seriam interessantes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Acabar as conversas que nunca acabamos

 Hoje recebi uma mensagem de uma amiga muito querida. Uma amiga que nunca me esquece e que há anos faz o favor de comer as 12 passas por mim na passagem de ano, pedindo os respectivos desejos, naquela que é das mais bonitas provas de amizade que já recebi.

Dizia-me ela que temos de estar mais vezes juntas e acabar as conversas que nunca acabamos. Quando nos vemos temos sempre tanta coisa para dizer uma à outra que deixamos sempre mil temas a meio, tanto saltitamos de um para outro.

Concordo que temos de nos ver mais vezes. Duvido é que consigamos acabar as conversas. Fomos sempre assim, mesmo quando nos víamos diariamente. E é tão bom, querida Catarina.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Deve ser isto a que chamam a lei do retorno!

Passei anos a gozar com os queques da Foz e agora tenho uma filha que chega a casa e me diz “mãe, o meu estilo é à beta!”.

Deve ser isto a que se chama a lei do retorno! Bem feita, que é para aprender!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Dia Mundial da Luta contra o Cancro. Repitam comigo, Cancro.

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Luta contra o Cancro. Cancro é esse o nome. Esqueçam lá a doença prolongada ou a coisa ruim. É de Cancro que temos de falar. 

Evitar-lhe o nome não o afasta de nós, bem pelo contrário. Como a qualquer outro adversário há é que olhá-lo de frente, estudá-lo e ir a jogo.

Não podemos aceitar que valha tudo, até tirar olhos!

Esta semana a minha freguesia andou nas bocas do mundo com a divulgação de uma notícia sobre um idoso que (provavelmente fruto de algum problema psiquiátrico) acumula lixo em casa e ao redor do prédio em que vive.

Este senhor, que viverá com poucas condições de higiene, está a tornar-se perigoso para si e para os vizinhos que (cansados de alertar as autoridades para o problema) resolveram recorrer aos órgãos de comunicação social.

É já um clássico chamar jornais e TV´s quando as pessoas sentem que não são ouvidas de outra forma. Muitas vezes é também a forma menos trabalhosa de resolver problemas mas não é esse o motivo que me leva a escrever.

O que me chocou neste caso em concreto foi a forma como um dos nossos canais de televisão resolveu divulgar a situação, filmando o idoso e mostrando-o inclusive a cair por duas vezes.

Pergunto o porquê da exposição pública da fragilidade de um ser humano que precisa (urgentemente) de ajuda técnica especializada. Qual a vantagem da divulgação da sua imagem? Que ganha a sociedade em ver um idoso, fora de si, a cair?

Pergunto se vale tudo nesta sociedade. Se somos todos tão doentes que necessitamos de assistir à desgraça alheia para nos esquecermos da nossa. 

Pessoalmente estou convicta que não podemos aceitar tudo. Não devemos assistir a este tipo de atrocidade calados. Não podemos agir como carneiros.

Da minha parte já seguiu a devida reclamação para a ERC e para a ANACOM. Possivelmente não ajudará o visado mas quero crer que o meu pouco, juntamente com o pouco de muitos outros, poderá ir fazendo eco. E que contribuirá para que, a pouco e pouco, nos tornemos seres mais humanos e críticos.

Ao visado (e vizinhos prejudicados com a situação) endereço votos que tudo se resolva rapidamente.

A todos nós desejo que deixe de ser necessário montar circos para resolver os problemas do quotidiano.


Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.