quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Não foi um terramoto, mas quase

Ontem, D.ª Maria Leonor ia matando a família com um ataque cardíaco colectivo.

Primeiro o pai, depois a mãe e a seguir a avó materna. Só não morremos porque, ao que parece, não seria ainda a nossa hora.

Estava a passar pelo corredor e vejo o papá, mais lívido que é costume, a olhar para ela e a perguntar "beijos maus, quem é que te deu beijos maus?".

Resposta da Leonor "umas senhoras, papá, deram-me beijios maus".

"Mas como, Leonor, conta ao papá".

"Na bochecha papá e tinham bolinhas".

"Quem eram as senhoras, Leonor?"

"Não me lembro".

"E estavam onde?"

"Não me lembro", respondeu já sem conseguir esconder o sorriso.

Ou seja, a menina resolveu dar asas à imaginação. Podia ter inventado uma história com fadas ou até com o lobo mau. Mas não. A menina não encontrou nada melhor para efabular do que senhoras que lhe terão dado beijos maus.

Agora pergunto eu, não bastam os medos que a comunicação social nos inflinge e a constante sensação de que não acompanhamos os nosso filhos o tempo suficiente?

Tinha de ter dado à luz uma criança dada ao teatro negro?



4 comentários:

  1. O que são beijos maus neste contexto? Chegaram a perceber?

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  2. A mesma que me acusou de a morder e de lhe puxar o cabelo :)

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  3. Não, tia Joana, só percebemos que a tua sobrinha mais velha tem uma grande capacidade e efabular :)

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