Ainda hoje, com quase 36 anos, começo a choramingar quando o meu pai me "abre os olhos".
Em criança, a pergunta mais temida era "queres sentir o peso da minha mão?" e cheguei a senti-la.
Com o Nelson os métodos educativos ainda foram mais duros e, às vezes, a coisa metia cinto (confesso que tenho dificuldade em acreditar, após quase 9 anos de convivência com os meus sogros, mas eles confirmam).
Estes correctivos são criticados por muita gente, mas a verdade é que, pelo menos a nós, não terão provocado qualquer trauma irremediável e nunca nos refugiamos na droga ou no álcool.
O que me intriga é a mudança radical de comportamento que vejo existir na relação existente entre os avós (4 avós e 3 avôs, como gosta de dizer a Leonor contabilizando os bisavós) e as netas (minhas filhas).
Obviamente, não gostaria de os ver dar-lhe palmadas (para isso estão cá os papás e as minhas palmadas são, como se sabe, extremamente eficazes - ironiazinha), mas esperava um pouco mais de autoridade.
Claro que se falarem com o meu pai vão ouvi-lo dizer que eu me devia impor mais, mas o certo é que se uma das crias recusa comer ninguém pode (à frente do avô) insistir, porque "a menina fica nervosa", etc,etc,etc
Bem sei que os tempos, responsabilidades e ansiedades são outros, o que explicará muita coisa, mas acho mesmo curioso este fenómeno.
Se houver por aí avós dispostos a debruçarem-se sobre esta questão e explicar o fenómeno, agradeço.
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Uma vez eu disse ao pai que os métodos pedagógicos dele mudaram muito com os anos.
ResponderEliminarA resposta: só os burros é que não aprendem. (Ou algo equivalente).
P.S. recuso-me a acreditar na história do cinto.
Beijinho
É verdade que só os burros não mudam; houve foi uma passagem do 8 para o 80 :)
ResponderEliminarbeijinhos
Esse é um fenómeno muito interessante, que se tem verificado em todas as famílias.
ResponderEliminarEnquanto pais, às vezes as pessoas até são bastante exigentes, mas depois enquanto avós é só mimos e doces.
Dava uma boa tese.
Beijos.