A 1.ª vez que me confontei com uma sucessão de altos e baixos da vida e a necessidade de ir em frente, ficou-me na memória.
Tinha vinte e poucos anos e fui com a minha mãe a casa de um vizinho, cuja mulher se tinha suicidado naquele mesmo dia. Estivemos lá, dissemos-lhe umas palavras de alento e voltámos para casa.
No dia seguinte, como se nada fosse, vestimo-nos de gala e fomos a um casamento.
Pouco tempo depois chegava eu, toda feliz e contente, da viagem de finalistas a S. Salvador da Baía, quando me deparo com a minha mãe à porta com um ar miserável. Tinha acabado de receber um daqueles diagnósticos daqueles que ninguém quer ouvir, que lhe roubou 2/3 do estômago.
E foram episódios como este que me foram mostrando que a vida é mesmo uma sucessão de altos e baixos e os seus ciclos não têm nada de previsível (contrariamente a alguma previsibilidade de ciclos económicos).
A aprendizagem teve o seu expoente máximo quando, em plena 1.ª gravidez, recebi o diagnóstico de linfoma após o que recebi a Leonor nos braços, fiz a quimio e fui abençoada com a vinda da Benedita, tudo num ritmo frenético que afectou, definitivamente, a minha capacidade de orientação temporal.
Destes altos e baixos da vida é impossível não retirar ensinamentos. E por muitos que eles sejam há um, mais importante, que tem de nortear a caminhada.
Amanhã será sempre outro dia.
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