Quem me conhece bem sabe que há poucas coisas que me irritem ao ponto de as verbalizar. Normalmente os nervos arrumam-se-me para o estômago, mas esta história das celebrações do 25 de Abril e do dia do Trabalhador estão a dar cabo de mim.
A ver se percebi bem - o estado de emergência foi ontem renovado até 2 de Maio; há uma semana celebrou-se a Páscoa e as famílias não tiveram liberdade para a celebrar juntas nem os cristãos de participar nos momentos de culto; há milhares de pessoas sem a liberdade de se despedir dos seus entes queridos acompanhando-os até à sua última morada; há milhares de pessoas sem liberdade para trabalhar pois foi proibido o exercício das suas actividades profissionais.
E tantos outros exemplos podia dar.
Mas há os iluminados que acham que a liberdade só será realidade se for celebrada institucionalmente, com discursos ocos, enfadonhos e mais que estafados, exibindo ao povo cravos vermelhos.
Era bom que fosse assim tão simples.
Só é pena que não tenham a mínima noção que a nossa liberdade começa onde acaba a do outro e de que as comemorações em tempo de estado de emergência serão só um péssimo exemplo que passará a imagem de que, afinal, os avisos que a polícia faz quando anda de megafone na rua são mero teatro.
Fiquem em casa, pá. Olhem pela janela. A liberdade está também nas flores silvestres que, com grande probabilidade, conseguirão ver.
É primavera e para o ano repete-se o calendário.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Desta vez sim, estou livre do IPO
Depois da onco-hematologista me ter dado alta do IPO, foi a vez da nefrologista o fazer (ainda que com indicação de ser seguida em consulta...
-
Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir o envelope. Tens razão min...
-
Prometeram-me filhós, que na minha terra são bilharacos, aos quais outros chamam sonhos. Uma confusão total, esta dos doces de natal, que m...
Também não concordo nada com comemorações nesta altura. Até mesmo do ponto de vista económico. O dinheiro faz falta para outras coisas muito mais importantes.
ResponderEliminar