Recordo de sorriso nos lábios, os dois convidados inesperados que preencheram o lugar dos outros dois que não puderam vir (tudo no dia); a "guerra" com a florista que não se conformava por eu querer um ramo tão simples; a menina das alianças, chegada na noite anterior e a quem fui comprar a roupa possível (atendendo à hora); os livros da cerimónia que me esqueci de entregar atempadamente e foram distribuídos a correr, segundos antes de eu entrar na capela (tendo o querido Frei Silvino ficado sem um); o coro celestial de Amigos; a surpresa que foi ter o violinista à saída (o mesmo que iria estar na quinta e se esqueceu); as lembranças das crianças e livro de dedicatórias esquecidos aos meus pés, debaixo da mesa; o meu avô e a avó do Nelson, verdadeiros (e inesperados) anfitriões que abrilhantaram a festa; a família e amigos reunidos; as nuvens em que pairei e não me deixaram ver arranjos de flores e outros detalhes.
Recordo de sorriso nos lábios um dia muito feliz.
Que dia lindo o vosso!
ResponderEliminarO meu em 2005 infelizmente sucumbiu . Talvez o principio tenha sido o linfoma DELE que nas palavras de uma psiquiatra dos HUC uma vez nos disse: "o cancro é como uma amante que se colocou entre vós "...e foi assim o principio das dificuldades de uma vida a 2 que mal tinha começado e já definhava. A culpa de não ter tido forças para ficar numa relação que se prolongou na dor, não a da doença física, mas a dor do desgaste, perseguir-me-à mesmo sem a ter, a família a sociedade os vizinhos os próximos e o próprio tb me continuam a fazer lembrar que devo carregar essa cruz que não me pertence. Há vidas bonitas a vossa é uma delas, felicidades.
Há anos que descobriu o seu blog ainda vivia em Aveiro, depois tudo terminou e hoje lembrei-me de a procurar.
Obrigada pela procura e pelo desabafo. A palavra culpa está demasiado presente nas nossas vidas. Somos os primeiros a culpar-nos de tudo e depois temos os outros, sempre prontos a fazer juízos de valor sem saberem de que falam.
EliminarCostumo dizer que só vivemos com a nossa consciência. É preciso trabalhar para afastar essa ideia de culpa (estou a fazê-lo por outros motivos).
E é preciso olhar mais para os cuidadores. É difícil estar doente mas quem está ao lado sofre também pelo sentimento de impotência que é terrível. Depois da minha doença, o meu marido está muito mais atento aos cuidadores e tem sempre uma palavra para eles que, quase sempre, ficam esquecidos.
Estou aqui para o caso de precisar de desabafar. Se quiser mandar contactos de email, fb (...) esteja à vontade porque as mensagens são moderadas por isso ficarão sempre resguardadas.
Um abraço