quarta-feira, 5 de maio de 2021

Ainda sobre Odemira e afins

 Posso estar enganada mas imagino que a escravatura existente em Odemira acontece também noutros pontos do país e noutros sectores de actividade para além da agricultura.

Esta passividade (para não chamar indiferença) de entidades oficiais com as mais diversas competências e da própria comunidade é algo que me inquieta muito.

Entre as várias interrogações que me assolam, há uma que tem predominado e que se refere às nossas escolhas e visão económica do mundo.

Com facilidade, enchemos a boca para criticar o facto de as grandes marcas comprarem por tuta e meia aquilo que pagamos a peso de ouro a países como a China, Bangladesh, Índia (....).

A mesma facilidade com que defendemos a compra da produção nacional.

Tudo muito certo no campo das teorias porque descendo à terra percebemos que afinal também compramos frutas e legumes nacionais plantados e colhidos por mão de obra escrava. Provavelmente calçamos belos sapatos de marcas italianas mas produzidos em Portugal por pessoas muito mal pagas.  E podia ir por aí fora nos exemplos.

Qual a diferença, então, entre o que se passa em Portugal e naqueles outros países?    O número e proporção de oportunistas. Pouco mais.

Há algo de muito errado nisto tudo,ainda que continue (como sempre) a acreditar que todos os homens nascem bons e só alguns (uma minoria) são corrompidos pela sociedade.

Assim cada um faça a sua parte.

Fim de pregação.


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