Posso estar enganada mas imagino que a escravatura existente em Odemira acontece também noutros pontos do país e noutros sectores de actividade para além da agricultura.
Esta passividade (para não chamar indiferença) de entidades oficiais com as mais diversas competências e da própria comunidade é algo que me inquieta muito.
Entre as várias interrogações que me assolam, há uma que tem predominado e que se refere às nossas escolhas e visão económica do mundo.
Com facilidade, enchemos a boca para criticar o facto de as grandes marcas comprarem por tuta e meia aquilo que pagamos a peso de ouro a países como a China, Bangladesh, Índia (....).
A mesma facilidade com que defendemos a compra da produção nacional.
Tudo muito certo no campo das teorias porque descendo à terra percebemos que afinal também compramos frutas e legumes nacionais plantados e colhidos por mão de obra escrava. Provavelmente calçamos belos sapatos de marcas italianas mas produzidos em Portugal por pessoas muito mal pagas. E podia ir por aí fora nos exemplos.
Qual a diferença, então, entre o que se passa em Portugal e naqueles outros países? O número e proporção de oportunistas. Pouco mais.
Há algo de muito errado nisto tudo,ainda que continue (como sempre) a acreditar que todos os homens nascem bons e só alguns (uma minoria) são corrompidos pela sociedade.
Assim cada um faça a sua parte.
Fim de pregação.
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