Em Abril de 2020 comecei a receber sucessivos contactos (via sms e telefónicos) efectuados pelo RCI Banque (quer de números nacionais, quer de números franceses) a solicitar o pagamento do 303,55 Euros, sem indicar o fundamento mas enviando (para o efeito) uma referência bancária.
Desconhecia (até aí ) a existência do RCI Banque pelo que recorri ao site do Banco de Portugal para obter alguma informação.
Consegui obter a morada da sucursal portuguesa no referido site do BP, a qual não coincide com a indicada no site da entidade mas isso já é mero pormenor no meio da novela até porque nas pesquisas efectuadas na internet não consegui chegar a nenhumA informação fiável sobre o RCI Banque.
Confirmada a existência da entidade, e perante a ameaça (devidamente feita em letras maiúsculas) de comunicação da “dívida” ao Banco de Portugal, resolvi tentar um contacto telefónico. Tarefa ingrata já que quer ao atender as chamadas quer ao tentar devolvê-las só ouvia uma gravação automática a informar que todos os operadores estavam ocupados e as chamadas acabavam por cair.
De frisar que nas mensagens é indicado um número de contacto fixo ao qual também tentei recorrer para esclarecer a questão, sendo que na única vez que me atenderam me foram passando entre operadores telefónicos até a chamada cair.
Farta de ser feita de parva passei ao ataque e comecei a disparar emails para os endereços electrónicos que encontrei (todos com CC do Banco de Portugal e da Comissão Nacional de Protecção de Dados).
A primeira resposta foi singela:
"Bom dia sra. Susana Alice
Informamos que em nossa base de dados não consta nenhum dado com seu nome e NIF. Seguramente seja um erro na hora de gravar o telefone.
Solicitamos que nos facilite o número de telefone no qual recebe nossas mensagens para poder ser retirado da base de dados e assim evitar esta situação".
Nem um pedido desculpas.
Algum tempo depois consegui chegar um pouco mais longe e obter esta resposta:
“Na qualidade de Encarrregado de Protecção de Dados da RCI BANQUE – SUCURSAL EM Portugal, tendo tomado conhecimento da reclamação apresentada por V. Exa., serve o presente para transmitir que, por lapso na inserção manual, no nosso sistema, de um digito de um número de telemóvel de um cliente, tal conduziu indevidamente para o contacto telefónico de V.Exa., razão pela qual recebeu chamadas por parte desta Instituição.
O número já se encontra actualmente devidamente rectificado em sistema.
Desde já lamentando todo o sucedido pelo qual apresentamos as nossas mais sinceras desculpas”.
E por mim terminaria aqui a história se esta instituição esquecesse a minha existência, mas não foi isso que sucedeu.
Em Fevereiro de 2022 voltaram à carga. A história repetiu-se sem tirar nem por. O único dado novo é que a minha “dívida” será referente ao aluguer de uma bateria (!).
Não contentes, voltaram à carga agora em Janeiro de 2023 conseguindo (desta feita) a proeza de agravar a situação pois, numa das respostas, alguém (que não assina o email) lembrou-se de justificar o erro pelo facto de o meu número de telemóvel ser muito parecido com o do filho de uma cliente, tendo chegado ao cúmulo de dizer o nome completo da senhora e o número de telemóvel do filho.
Ou seja, protecção de dados pessoais nem vê-la.
Não sei que pensar disto tudo, nem da inacção do BP e CNPD perante esta forma de “trabalhar” de uma entidade que(aparentemente com a devida autorização do BP) concede créditos em Portugal.
De certeza que à conta destas burrices há muito boa gente que se vê metida em sarilhos ou (para os evitar) acaba por pagar dívidas alheias/ inexistentes.
Espero ter matado a questão desta vez e que a novela não tenha mais capítulos.
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