Um dia vou ter saudades de estar a tomar banho e vê-las entrar na casa de banho a berrar uma com a outra, sentando-se na borda da banheira já antevendo que a discussão seria longa.
Hoje (ainda) não foi esse dia.
Um dia vou ter saudades de estar a tomar banho e vê-las entrar na casa de banho a berrar uma com a outra, sentando-se na borda da banheira já antevendo que a discussão seria longa.
Hoje (ainda) não foi esse dia.
Nunca na minha vida pensei viver uma consoada com 7 pessoas. Sempre tivemos a mesa cheia de gente e os últimos anos juntámos até várias nacionalidades.
Foi estranho mas não me queixo, de todo. Nunca tão poucos me pareceram tantos. No meio de uma maior calmaria senti com mais intensidade a presença dos ausentes na memória e bem dentro do meu coração.
Na verdade, todos os natais são diferentes dependendo das circunstâncias e da forma como os vivemos.
Espero que o vosso tenha sido sereno e doce como o meu.
O que têm em comum a maquilhagem e os bonecos bebé reborn?
Ambos constam da lista de pedidos de uma miúda de 11 anos.
Explica muita coisa desta fase, como lhe chamam.
Afinal ainda existe alguma normalidade neste ano de 2020.
Basta vermos a tabela de classificação do campeonato da primeira liga de futebol. SCP campeão de inverno, sempre.
É só questão de procurarmos os sinais de que 2020 não é um ano totalmente atípico. Ainda assim esperemos pelo fim do campeonato. Tendo começado em 2020 nunca se sabe.
Parabéns aos meus amigos sportinguistas.
Fui comprar pão e pedi também uma fatia de bolo com frutos secos.
Fiquei surpreendida quando o senhor me disse que a fatia de bolo era oferta e, instantaneamente, pensei que já devia ser da véspera.
De imediato, senti-me culpada pelo pensamento maldoso mas passou-me rápido quando o senhor me esclareceu “já deve estar seco, foi cortado esta manhã“.
Ok, não era da véspera mas só foi oferecido por estar seco.
Confesso que admirei a sinceridade. O senhor poderia ter omitido o pormenor pois o bolo até estava bom mas preferiu ser sincero.
Quem diz a verdade não merece castigo.
Há uns anos, por estes dias, não havia loja dos 300 que nos escapasse. Juntávamos as nossas patacas e lá íamos nós cidade fora, comprar presentes e papel de embrulho.
Quem me dera hoje num desses périplos.
Lembram-se meninas?
É fácil apoiar causas fazendo donativos e incentivando outros a fazê-lo.
Difícil mesmo é apoiar essas causas dando tempo de nós.
Hoje é dia internacional do voluntariado e é inevitável deixar de sentir o cheirinho do leite com café exalado dos carrinhos empurrados pelos voluntários que dão tempo de si no IPO.
É inevitável lembrar os seus sorrisos e palavras amigas que tanto aconchegam nas horas intermináveis que se passam lá, entre consultas, exames e tratamentos.
A todos que dão tempo de si, um muito obrigada.
Seja qual for a causa, fazem a diferença na vida de muitos.
Começa hoje o Advento e estou orgulhosa de este ano não ter caído na tentação de comprar calendários de chocolate para as patroas.
Ano após ano são origem (mais uma) de discussão entre as patroas. Fui sempre acalentando a esperança que no ano seguinte a coisa melhorasse e nada.
Este ano pus um ponto final nessa ilusão. Afinal já não acredito no Pai Natal.
Quando vejo as pessoas desejarem que 2020 acabe, questiono-me se realmente acreditam nessa coisa de existirem anos bons e anos maus. Anos em que tudo corre como se planeia e outros que nada têm de bom. Será que realmente olham para os anos como uma novela que termina a 31 de Dezembro para dar lugar a outra?
A mim, a vida já se encarregou de ensinar de variadas maneiras que isso não existe. Há dias bons e dias maus.
E a ânsia de que cheguem aqueles dias com que sonhamos impede-nos muitas vezes de perceber quão bom é podermos queixar-nos. É tão só sinal que estamos cá e em condições de o fazer. O futuro é sempre um incentivo mas não faz sentido se deixarmos de viver o presente.
Por isso não anseio que 2020 acabe, só quero conseguir vivê-lo da melhor forma possível ainda que esteja a ser muito difícil e a culpa esteja longe de ser só do covid.
Aqui a mamã estava cheia de pena da menina tendo sido surpreendida quando, no final do dia, a pequena afirmou que aquele tinha sido o melhor aniversário da sua vida.
Hoje foi dia da sua Primeira Comunhão. Uma cerimónia com um grupo muito pequeno de crianças, comemorada em casa só com o núcleo familiar mais próximo. Também desta vez cheguei a lamentar as circunstâncias e fui novamente surpreendida. A pequena terminou o dia num estado de euforia difícil de controlar.
Comum a estas duas comemorações, a presença (física e virtual) daqueles que ama, um bolo da madrinha e o foco no essencial.
Uma lição de vida, indubitavelmente.
Não me lembro de mim sem ela e seremos, provavelmente, as pessoas mais diferentes do mundo. Eu, a prima velha e quadrada. Ela, a prima determinada e aventureira sempre pronta para ir à luta.
Não concordamos em quase nada mas amamo-nos profundamente, como se amam aqueles que se completam, e não temos deixado de o dizer uma à outra. A distância física é mesmo só isso, fisica. Ela está a milhares de quilómetros de mim mas tem o coração dentro do meu.
Parabéns minha primana. Um beijinho do tamanho do mundo. Amo-te muito.
Ando sequiosa por abraços e há dias foi-me recusado um por uma das pessoas mais importantes da minha vida.
No momento doeu, confesso. Apesar de saber o motivo, achei que não se devia sobrepor àquela minha necessidade de sentir o conforto de uns braços que foram sempre o meu porto seguro.
Passado o choque, percebi que há abraços que se recusam por amor e foi (seguramente) o caso.
Continuo inconformada mas o amor é assim. Manifesta-se de muitas maneiras. E, como tudo na vida, não há linearidade na forma de o expressar. Assim o saibamos sentir.
Ao meu reparo de que este ano não há a casinha do Pai Natal no shopping, as patroas reagiram com preocupação.
E os meninos que ainda acreditam no Pai Natal?! Não sou como responder. Acho que teremos todos de ser criativos para que a tensão existente no ar não se sobreponha totalmente à capacidade de sonhar.
Alguém sabe dizer-me algo sobre esta história?
- Afinal o que é que se passou ontem para o avô se zangar tanto?
- Ontem é passado e ponto final!
E não é que a cachopa tem razão?
Estava a ver a ementa quando o empregado me informou que já não havia arroz de pato.
Brinquei com ele e disse que ia ficar com desejos.
Passado algum tempo aproximou-se e segredou-me que ainda havia um bocado de arroz de pato. Estava guardado para o seu almoço mas iria partilhar comigo pois era muito para ele.
Agradeci e escolhi outra coisa. Eis senão quando o Cecil ( é este o seu nome) me surpreendeu com um prato cheio de arroz de pato. Aquele que seria para o seu almoço.
Agradeci, comovida, e só ouvi “espero que não leve a mal”.
No final, o Cecil não aceitou gorjeta. Foi um gesto genuíno porque o Cecil é assim.
Este arroz de pato aconchegou-me a alma.
Obrigada Cecil.
A páginas tantas, devia eu estar a resmungar, quando ouço uma vozinha que me trouxe de volta à terra.
- Tem paciência que vais precisar sempre dela!
Cheia de sabedoria esta minha mais nova.
À hora do almoço vi uns trabalhadores a instalar iluminações festivas na rua. Tive de me situar no tempo para perceber qual a celebração que mais se aproxima e achei que o Halloween e o S. Martinho não justificariam tal decoração.
Vai daí pensei que estava a alucinar, já que me pareciam luzes a ligar num Advento ainda longínquo.
Mas eis que ao final da tarde tive alguém que pode testemunhar o mesmo que eu. Já temos luzes de Natal na cidade!
É maravilhoso chegar a cada dia 6 de Outubro (e já são 13) e perceber que a resposta que daria hoje ao Frei Silvino seria a mesma, só que com certezas redobradas.
Cada dia 6 de Outubro é momento de relembrar aquele mesmo dia em 2007 e fazer uma retrospectiva desta caminhada a dois.
Tão pouca coisa planeada, tanta nem sonhada, alguns pesadelos até. Tanta toalha quase deitada ao chão, segurada à vez consoante aquele que mais necessitava. Tanto equilíbrio nos bons e maus momentos.
Tantos aqueles que lá estiveram e agora vivem em nós, tantos aqueles que foram nascendo e lembrando que a vida é um constante devir.
Tão boa esta caminhada. Muito longe do mar de rosas de que falam os contos de fadas porque a vida é assim e é o Amor que lhe dá forma.
Sim, quero. Hoje como há 13 anos.
Foi preciso chegar a esta provecta idade para interiorizar que a afirmação passa por dizer não de forma segura e sistemática.
Algo, só aparentemente contraditório, dificílimo de fazer a mais das vezes porque nós somos nós e as nossas circunstâncias.
Dizer não para afirmar é uma ciência que se pretende exacta e eu sou de letras.
A senhora que me estava a atender não percebeu o que eu disse e a conversa descambou para as máscaras e a dificuldade que traz para a comunicação.
Mais troca menos troca lá nos entendemos e a conclusão da senhora foi das mais assertivas que ouvi nos últimos tempos. A gente fala e chega à compreensão.
Seria tão mais fácil se falássemos.
As aulas começaram mas podem estar descansados, pelos menos os pais de pré-adolescentes particularmente dados a adquirir material escolar de marca xpto.
Este ano temos os cadernos inteligentes e quem quer ser “hoje em dia” tem de ter um.
Não nos preocupemos muito que os resultados estão garantidos.
Só Deus tem os que mais ama. Alguém o escreveu e cantou e esta é a frase que hoje ecoa na minha mente.
Será essa a resposta para a partida inesperada de mais um jovem saudável e bom?
Tantas dúvidas me assolam neste momento, tantas quantas as certezas do muito tempo que perco com ninharias. Porquê? Mais um caminho a percorrer até às respostas de que preciso.
Apesar dos pesares
Sorrisos e esgares
Do pouco que se sonhou
E o muito inesperado
Só no agora se faz vida
Costas direitas
Peito cheio de ar
Olhar fixo em frente
Coração aberto para receber
O que for
Pois apesar dos pesares
A vida tem sempre algo para dar
Hoje vivi uma história deliciosa sobre confiança que não posso deixar de partilhar.
Marcámos mesa no restaurante Nossa Senhora do Almortão, em Almortão, um sítio lindo mas longe da povoação.
Quando chegámos vimos o aviso sobre a falta de multibanco, algo impensável para uma família citadina. Meios chateados, confesso, perguntámos onde ficava o ATM mais próximo e a resposta deixou-nos de queixo caído. Não se preocupem, depois passam em Idanha-a-Nova onde temos uma esplanada e pagam.
Idanha-a-Nova fica a 9 kms, refira-se.
Uma prova de confiança cega que muito me tocou.
Não menos importante, a perdiz estava de truz como diria o meu avô.
Recomendo, por todos os motivos
Depois da onco-hematologista me ter dado alta do IPO, foi a vez da nefrologista o fazer (ainda que com indicação de ser seguida em consulta...