- Afinal o que é que se passou ontem para o avô se zangar tanto?
- Ontem é passado e ponto final!
E não é que a cachopa tem razão?
- Afinal o que é que se passou ontem para o avô se zangar tanto?
- Ontem é passado e ponto final!
E não é que a cachopa tem razão?
Estava a ver a ementa quando o empregado me informou que já não havia arroz de pato.
Brinquei com ele e disse que ia ficar com desejos.
Passado algum tempo aproximou-se e segredou-me que ainda havia um bocado de arroz de pato. Estava guardado para o seu almoço mas iria partilhar comigo pois era muito para ele.
Agradeci e escolhi outra coisa. Eis senão quando o Cecil ( é este o seu nome) me surpreendeu com um prato cheio de arroz de pato. Aquele que seria para o seu almoço.
Agradeci, comovida, e só ouvi “espero que não leve a mal”.
No final, o Cecil não aceitou gorjeta. Foi um gesto genuíno porque o Cecil é assim.
Este arroz de pato aconchegou-me a alma.
Obrigada Cecil.
A páginas tantas, devia eu estar a resmungar, quando ouço uma vozinha que me trouxe de volta à terra.
- Tem paciência que vais precisar sempre dela!
Cheia de sabedoria esta minha mais nova.
À hora do almoço vi uns trabalhadores a instalar iluminações festivas na rua. Tive de me situar no tempo para perceber qual a celebração que mais se aproxima e achei que o Halloween e o S. Martinho não justificariam tal decoração.
Vai daí pensei que estava a alucinar, já que me pareciam luzes a ligar num Advento ainda longínquo.
Mas eis que ao final da tarde tive alguém que pode testemunhar o mesmo que eu. Já temos luzes de Natal na cidade!
É maravilhoso chegar a cada dia 6 de Outubro (e já são 13) e perceber que a resposta que daria hoje ao Frei Silvino seria a mesma, só que com certezas redobradas.
Cada dia 6 de Outubro é momento de relembrar aquele mesmo dia em 2007 e fazer uma retrospectiva desta caminhada a dois.
Tão pouca coisa planeada, tanta nem sonhada, alguns pesadelos até. Tanta toalha quase deitada ao chão, segurada à vez consoante aquele que mais necessitava. Tanto equilíbrio nos bons e maus momentos.
Tantos aqueles que lá estiveram e agora vivem em nós, tantos aqueles que foram nascendo e lembrando que a vida é um constante devir.
Tão boa esta caminhada. Muito longe do mar de rosas de que falam os contos de fadas porque a vida é assim e é o Amor que lhe dá forma.
Sim, quero. Hoje como há 13 anos.
Foi preciso chegar a esta provecta idade para interiorizar que a afirmação passa por dizer não de forma segura e sistemática.
Algo, só aparentemente contraditório, dificílimo de fazer a mais das vezes porque nós somos nós e as nossas circunstâncias.
Dizer não para afirmar é uma ciência que se pretende exacta e eu sou de letras.
Depois da onco-hematologista me ter dado alta do IPO, foi a vez da nefrologista o fazer (ainda que com indicação de ser seguida em consulta...