quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Doces ou travessuras


Joana Vasconcelos ?!!!

Apesar da minha, confessa, falta de sensibilidade para a arte contemporânea, sou apreciadora do trabalho da Joana Vasconcelos.

Contudo, não posso deixar de referir que a sua criatividade fica a anos luz da das minhas filhas.

A última obra de arte foi um lindo tapete feito pela Benedita com pensos higiénicos.

A genialidade foi tanta que até confundiu a sua mestre Leonor que  me chamou aos gritos "mãe, a Tita está a mexer nas tuas fraldas".

Percebe-se porque é que tenho medo de visitas inesperadas. é que é preciso uma elevada perspicácia e abertura de espírito para aceitar estes devaneios criativos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mudança de hora

Até me considero uma rapariga com grande capacidade de adaptação, mas devo estar a ficar velha.

Esta mudança de hora, cuja razão de ser ainda não consegui perceber, está a deixar-me doida.

Isto de, às 18h, olhar pela janela do Gabinete e não ver um palmo à frente do nariz mexe-me com os nervos.

Sinceramente, dispensava bem a horinha que ganhámos este fim de semana.

Faz-me falta a luz. Que neura.

Sopro de Still

A pequena Maria Leonor tem um sopro de Still, também designado "sopro inocente".

Segundo a cardiologista, este sopro é muito frequente em crianças da sua idade e irá desparecer com o tempo.

Vida normal, sem qualquer tipo de recomendação.

Esclarecida que está a questão e agora que posso brincar com ela, só me oferece dizer que só mesmo o sopro é que é inocente nesta criança que me leva à loucura.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Código Morse

É incrível o número de ordens que uma pirralha de 19 meses consegue dar só com a sílaba ti e o dedo indicador esticado.


"ti, ti", dedo indicador apontado para a própria (presa na cadeira de comer a papa)

"ti ti", dedo indicador apontado para o chão


Tão simples de perceber. E os adultos que complicam tanto, com palavras, pontuação e salamalaques.

Tita e Lala

A Tita e a "Lala" têm 19 meses e andam juntas na escolinha desde os 5. Toda uma vida portanto.

A empatia entre as duas pestinhas foi imediata desde o 1.º momento.

Não vivem sem se esgadanhar uma à outra.

São capazes de se matar pelo colo da educadora e auxiliares e mais de metade das 3 frases que, uma e outra, são capazes de articular inclui o nome da rival.

Tanta rivalidade vai acabar, tenho esse pressentimento, numa amizade para o resto da vida.



Dia das bruxas

A Leonor anda eufórica com o dia das bruxas.

Não se cansa de dizer que na 4.ª feira vai passear pelas ruas a dizer "doces ou travessuras" e que quem não der doces vai levar com farinha na cabeça.

Por falar em cabeça, eu bem puxo pela minha mas, assim de repente, não me ocorre brincadeira mais pedagógica.

domingo, 28 de outubro de 2012

La Palisse não diria melhor

"Tu és a mãe. Não és tu quem manda cá em casa".

Pois, claro. Só mesmo eu é que não tinha percebido ainda essa lapalissada.

Dica de poupança da Leonor

Já que estou numa de dicas de poupança, dou-vos uma que a Leonor segue à risca.

Para limpar o rabiosque chegem, e sobram, 2 quadradinhos de papel higiénico. E ai de quem ela veja tirar mais do que isso do rolo.

A pobre ainda desconhece o conceito de proporção.

Ideias para poupar nas prendas de Natal

Estando a aproximar-se o Natal, há que pensar na forma de poupar nas prendas de Natal, o que implica pegar em papel e caneta para fazer a lista de pessoas que pretendemos presentear e, claro, elaborar o nosso orçamento.

Comprar com antecedência é importante, para evitar as compras de última hora, naqueles momentos em que as lojas estão à pinha e  já não há tempo para procurar o melhor preço.

Penso que isto será o básico.

No que diz respeito às prendas em si, há ideias giras que permitem passar momentos divertidos com aqueles que mais amamos, sem gastar muito dinheiro.

Uma delas, que acho o máximo, é oferecer um envelope com uma raspadinha. A malta diverte-se a raspar, ajuda a Santa Casa da Misericórdia e, com sorte, ganha uns eurozitos.

O Amigo Invisível é outra ideia que me parece fantástica para implementar na família. Faz-se um "sorteio" prévio, para decidir quem dá a quem e cada pessoa só compra uma prenda.

Gosto também de prendas conjuntas e, ultimamente, tenho cravado as minhas manas. Juntamo-nos as 3 e sempre dá para oferecer algo melhor aos papás, gastando menos individualmente.

Haja criatividade, Amor e não nos esqueçamos que as prendas são um símbolo das oferendas levadas ao Menino Jesus pelos Reis Magos.

Poupemos, aqueles que ainda o conseguem fazer. E, sobretudo, escolhamos uma instituição e/ou família a quem ajudar neste Natal pois, infelizmente, há muitas pessoas para quem este post não faz o menor sentido.



O Hodgkin, logo existo recebeu um rebuçado

Hoje, o meu calcanhar de Aquiles e irmã mais nova, resolveu premiar o Hodgkin, logo Existo com o Liebster Award, prémio que tem como objectivo premiar os blogues com menos de 200 seguidores, como o meu humilde cantinho.

Gostei do rebuçado e nem o facto de ter vindo de alguém que é do meu sangue (e por isso pouco imparcial) lhe tirou o gostinho.

Não só é uma honra ser premiada pela autora de um dos meus blogues favoritos, Boneca de Neve (a miúda escreve bem que se farta), como acho imensa piada ao desafio que me faz recuar aos tempos da escola secundária.

Houve um ano em que circularam vários cadernos por toda a turma com perguntas sobre os gostos de cada um e ia sendo linchada em praça pública por ter dito que considerava o Alberto João Jardim uma pessoa inteligente. Passados 20 anos continuo a achar o mesmo. Diga-se de passagem que sempre achei piada a gente que não fecha bem a mala.

Passo assim, e tal como solicitado, a enumerar os 11 melhores momentos de sempre:

- quando, tinha eu 10 anos, recebi a notícia de que a minha mãe estava grávida da minha irmã mais nova

- todos aqueles domingos, em que chovia torrencialmente e o meu pai estava até à última para decidir se íamos, ou não, ver o Beira-Mar (acabávamos sempre por ir)

- aquele em que, muitos anos depois, tornei a beber leite de morango (levou-me à infância)


- o telefonema que recebi, em pleno autocarro, e no qual a Sílvia me disse a última nota que faltava para acabar o curso

- a manhã em que, do nada, me caiu nas mãos um bilhete para um jogo do Euro 2004

- o pedido de casamento e oferta do anel de noivado (apesar da decisão estar tomada e comunicada de antemão ao pai da noiva)

- o dia do casamento

- o dia do nascimento da Leonor

- o dia em que ouvi a médica dizer que o PET estava limpinho

- o dia do nascimento da Benedita

- os baptizados das minhas filhas

Pronto, fiz um bocadinho de batota e indiquei 12 momentos. É que é difícil fazer esta selecção.

Peço desculpa à minha mana, mas vou subverter as regras do jogo e colocar 11 questões a quem me lê:

1- Em pequeno queria ser ...
2 - Hoje sou ...
3- Destino de sonho ...
4 - Livro de uma vida ...
5 - Livro de culto ...
6 - Ditado popular favorito ....
7 - Sonho por realizar ...
8 - A coisa mais irritante do mundo
9 - Ser poeta é ...
10 - Dica de poupança ...
11 - Música para sonhar ...

E pronto, hoje deu-me uma de adolescente. Deve ser influência da musiquinha romântica que ouvi hoje na viagem entre Santa Maria da Feira e Aveiro.

Aguardo, ansiosamente, as vossas respostas.

sábado, 27 de outubro de 2012

Eis-nos chegados à fase dos recortes

E pronto, eis-nos chegados à fase dos recortes.

D.ª Maria Leonor aprendeu a técnica na escolinha e agora vai tudo a eito.

O chão da minha casa já era, frequentemente, coberto de folhas A4. Agora é multiplicar essas folhas A4 por 1001 pedacinhos.

Não sei se ria se chore. Para já, tenho quase a certeza que um dia destes vamos ter recortes de coisas que nunca deveriam ser recortadas, tipo cartas e fotos. Depois é a guerra com a pequena, que quer fazer tudo o que a mana faz.

Mais pulgas para eu me coçar, é certo. Mas enquanto me lembrar do sorriso e do "obrigada mãe" que ela fez quando lhe entreguei a tesoura que o bisavô Emílio tinha guardado para ela, só posso sorrir.

Só não sei se sorrirei quando chegar à fase da picotagem. Espero bem que na escolinha nuunca se lembrem de ensinar a técnica.

É que já nos estou a ver a fugir com o rabo ao alfinete.



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Grupo de Ajuda Mútua - Núcleo Aveiro da Associação Alzheimer

 
O GAM (Grupo de Ajuda Mútua) é um grupo de pessoas familiares ou cuidadoras de pessoas com Doença de Alzheimer, que partilham um mesmo problema e que se reúnem de forma periódica, para exporem as suas dificuldades, tentando procurar solução em conjunto para diferentes situações com que se vão deparando.
 
O GAM reúne-se habitualmente na primeira sexta-feira de cada mês, no Centro de Saúde de Aveiro, das 17.30h às 19.00h.
 
Datas da próximas reuniões:
 
- 16 de Novembro;
- 07 de Dezembro.
 
Os cuidadores interessados deverão contactar a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro- Núcleo Aveiro da Associação Alzheimer Portugal, através do 234 940 480/6.

Teatral

A minha Leonor é muito teatral.

Enquanto outras meninas brincam com barbies, ela dedica-se à representação.

Ora encarna a Pipi das Meias Altas e passa o dia a declamar "Estamos sempre a aprender", ora encarna as personagens da 1.ª novela da sua vida "Dancing Days".

Hoje de manhã decidiu que era a Júlia e a Tita o "Ubano" (Urbano para quem não sabe). Sim, que a Tita acaba sempre por ser voluntária, à força, nos seus teatrinhos.

Mas também já foi a Mariana, sendo que a mim coube o papel de Raquel a ser expulsa de casa, claro está. O que ela se divertia a gritar "sai já da minha casa" e a olhar-me de forma gélida.

Um postal esta Leonor

Irmã mais velha

Apesar da pequena diferença de idade, a Leonor assumiu naturalmente o papel de irmã mais velha.

"Mãe, olha a tua filha mais nova", diz-me ela quando entende dever denunciar alguma coisa. Quando decide actuar sózinha, e impedir a Tita de mexer nos brinquedos ou pô-la de castigo, é que a "porca torce o rabo".

A Tita não gosta nada de ser contrariada e juro que, há dias, vi um olho da Leonor fora de órbita.

Entre as funções que desempenha na perfeição está a de detectar cocózinhos. Não há um que lhe escape e é vê-la de nariz no ar a dizer "cheira aqui mal, a Tita tem cocó".

Bem me diziam, durante a gravidez, que ia ser bom para elas terem idades tão próximas. A relação que têm é muito especial e já brincam muito juntas.

Apesar de, invariavelmente, a coisa acabar em gritos, arranhadelas e puxões de cabelo, existe uma enorme cumplicidade.

Dá uma trabalheira ter a casa cheia, mas é muito giro e recomenda-se.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Caixinha de Sugestões

Gostava que este blogue fosse mais interactivo.

Não falo em tecnologia, porque nisso sou uma nulidade, mas na troca de ideias e divulgação de eventos/projectos interessantes.

Disponibilizo assim a caixa de comentários para que deixem as vossas sugestões ou solicitações de divulgação.

Se não quiserem que vos identifique é só questão de o dizerem no comentário que fizerem.

Espero a vossa participação.

Quota de mulheres nas empresas adiada

A Comissão Europeia decidiu adiar, "por algumas semanas", a proposta para estabelecer uma quota de 40% de mulheres entre os membros não executivos.

Seria, talvez, politicamente correcto dizer que fiquei decepcionada com esta notícia, mas a

não corresponderia à verdade.

Sou contra estas e outros tipos de quotas, sob pena de corrermos o risco de ver "decisões administrativas" superarem critérios de mérito.

Se as mulheres ainda estão em, alguma, desvantagem no acesso a cargos de topo, seja nas empresas seja na política, tal deve-se, em meu entender, a questões de mentalidade e esta não se altera por decreto.

Criem as quotas que quiserem, mas se uma mulher não tiver um suporte familiar que lhe permita dedicar-se mais horas à carreira e/ou estudo sem que lhe seja cobrada a respectiva factura, só  conseguirão preencher lugares com barbies. E, certamente, não será isso que se pretende.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Dar a mão à palmatória

Por ter tão boa experiência pessoal com o nosso Sistema Nacional de Saúde, tenho dificuldade em acreditar em certas notícias que dão conta de listas com anos de espera. Sofro do síndroma de S. Tomé, eu sei.

Mas desta vez a notícia chegou-me de uma amiga que teve de se dirigir ao hopsital  para saber o porquê de ainda não ter recebido a marcação de uma biópsia que o médico de família pediu, garantindo-lhe que não demoraria mais de 2 meses a ser chamada.

Custa a acreditar, mas a resposta foi a de que, neste momento (semana passada) estavam a chamar pessoas cuja biópsia havia sido pedida em Maio de 2009.

OI?!!! Maio de 2009!!! Há 3 anos e meio, portanto.

Dizia a minha amiga, cheiinha de razão e nervos, que quem tenha o duplo azar de estar doente e não poder pagar o exame, morrerá sem o chegar a fazer.

Quero acreditar que nestas marcações tenham em conta os resultados de outros exames complementares de diagnóstico mas, ainda que assim seja, não se admite tão longa espera.

A minha amiga, ainda que com esforço, tem a possibilidade de fazer a biópsia particularmente.

E quem não tem? Algo a pensar e denunciar. É para coisas como estas que existe o famoso "livro amarelo". Toca a usá-lo.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Apoio ao processo de luto - Espaço do Luto

Associamos a palavra luto à perda, física, de alguém mas o luto pode ter muitas outras origens.

Hoje tive oportunidade de ouvir falar sobre as várias espécies de luto e chamou-me particular atenção aquela que se refere à adveniente da ablação da mama.

Não imagino a grandeza, e dureza, da dor que uma mulher sente ao ver amputada uma parte daquilo que se convencionou ser a sua feminilidade e por isso acredito ser muito importante o apoio de quem já passou pelo mesmo.

Assim, convido as mulheres de Aveiro e arredores que tenham passado por essa  mutilação a conhecer o trabalho da Associação Espaço do Luto.

O grupo de apoio à mulher com cancro de mama reúne na 3.ª quarta feira de cada mês, na Rua Almirante Cândido dos Reis, 27 B, 3800-098 Aveiro.

Sei que nem sempre é fácil, ou apetece, falar sobre a dor, mas nunca é demais poder conviver com quem já experienciou dores idênticas.

Não substituirá a ajuda médica que possa ser necessária, mas certamente ajudará a compreender muito do que se passa na cabeça de quem vive tão grande violência.


Visitem o site da associação - http://espacodoluto.pt. Como poderão ver existem grupos de partilha sobre outro tipo de luto, salientei o referente à ablação da mama por motivos óbvios.

Para contactar a associação, cá ficam os contactos: 234 347 427; 968 385 807 ou geral@espacodoluto.pt


Crónicas de um amanhecer

Pelo que tenho visto, teria tema para uma rubrica diária, que poderia designar como "Crónicas de um amanhecer" tão ricos têm sido os meus inícios de dia.

O de hoje incluiu esta de vos escreve de rabo para o ar, no meio, do alcatrão, a tentar recuperar o capacete de uma Barbie que não teve melhor sítio para se enfiar do que a jante do carro.

Juro que ainda pensei arrancar e ignorar o bendito capacete, mas temi que a Leonor me assassinasse ou, pior ainda, me ficasse a odiar o resto da vida.

Com a ajuda de um lápis gigante, que encontrei na mala do carro (focariam surpreendidos com o conteúdo daquela mala), lá consegui desencravar o raio do capacete. Depois foi só arrancar uns metros. Parar o carro, sair e ir apanhar o bichinho.

A barbie já pode circular em segurança. Valeu a pena o esforço.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Oportunidade de sobreviver ao cancro

Há dias recebi um comentário anónimo de alguém que falava na "oportunidade de sobreviver ao cancro".

Esta expressão, sobre a qual já tanto pensei, deixou-me novamente a meditar.

Desde logo pela carga negra que associamos logo ao cancro. Falamos em sobrevivência, desde logo porque há probabilidade de que seja outro o desfecho.

Depois porque não é fácil (pelo menos para mim, não é) perceber porque é que alguns têm essa tal oportunidade de sobreviver ao cancro e outros não.

A resposta será, porventura, tão complexa como a de outras perguntas que pairam na cabeça de muitos dos que se viram confrontados com a doença "porquê eu?" e "para quê?".

Pois bem, não sei as respostas e  tenho até momentos em que quase desisto de as encontrar.

Só sei que a vida continua para aqueles (cada vez mais) que têm a tal oportunidade de lhe sobreviver.

Continua com medos e angústias é certo, mas quem não os tem.

A vida continua e temos (nós os sobreviventes) a responsabilidade acrescida de a viver da melhor forma, para nós e para os outros que em nós procuram algum alento.

Durante algum tempo tive uma postura (que agora vejo ter sido arrogante) de achar que não havia problemas para além do cancro.

Felizmente, passei essa fase. Há muitos outros problemas, igualmente sérios.

Procuro não perder tempo com parvoíces, porque não tenho muito tempo a perder. Mas finalmente começo a achar piada à parvoíce de me chatear com aquilo que não vale a pena.

É sinal que estou cá e que, apesar dos pesares, o gajo não me impede de ter a vida mais normal, e banal, do mundo.







O poder terapêutico do chocolate

Tenho aprendido muito com as minhas filhas.

Se tivesse os conhecimentos que outros têm, a coisa já tinha dado direito a um pós doutoramento em manhas e birras.

A lição mais recente, e que tenho de partilhar, é a de que jamais devemos perguntar a uma criança se lhe dói a barriga, a cabeça ou o que quer que seja.

Isto porque a resposta será óbvia. Claro que dói..., a menos que lhe ofereçamos um bocadinho de chocolate  (é incrível o poder terapêutico do chocolate).

Caras mães, se doer alguma coisa aos vossos filhos, eles serão os primeiros a manifestar-se e não ficarão à espera que lhe perguntem.

Vão por mim, que sei do que falo.

domingo, 21 de outubro de 2012

Low Cost

Sempre fui uma rapariga poupadinha, característica que tenho vindo a apurar.

Poupar, por pouco que seja, permite-me não só procurar acautelar um bocado o futuro (que tanto me preocupa), mas também ir ajudando algumas pessoas que me rodeiam. Só vantagens, portanto.

Daí que as expressões " poupança" e "low cost" me chamem particular atenção.

Este fim de semana fiquei danada com uma revista semanal que até considero credível e que tem uma parangona que era qualquer coisa como isto "100 pessoas dão dicas de poupança".

Interessada, peguei na revista e fui ler o artigo. Os senhores entrevistaram, de facto, 100 pessoas, mas o artigo está longe de conter 100 dicas de poupança.

 Alguns dos testemunhos são de pessoas que dizem não conseguir poupar, porque os rendimentos são insuficientes para todas as despesas mais básicas.

Nada de novo, infelizmente, nem os casos de pobreza nem os exemplos de títulos de imprensa enganosos e com claro intuito comercial.

Por acaso trata-se de uma revista que o meu pai compra frequentemente, mas imagino que muitas pessoas a devem ter comprado, esta semana, ao engano.

Lamentável.

Mas o que é que é isto?!!!

Sempre fui uma adolescente chorona, que fui.

Chorava pelos ralhetes do meu pai, pelas paixonetas. Enfim, pelas coisas que me iam acontecendo.

Nunca fui de chorar ao ver um filme, ouvir uma música.

De há uns tempos para cá, a coisa está a mudar.

Ainda ontem, fui em trabalho a uma cerimónia de comemoração do dia de uma instituição do ensino superior, na qual premiaram os melhores alunos do ano lectivo passado.

Quando dei por mim, estava de lagriminha no olho ao ouvir discurso sobre uma instituição à qual nada me liga, a não ser a cidade de origem, e pessoas das quais nunca ouvi, sequer, falar.

Quando um dos alunos começou a executar, em guitarra, uma música do António Pinho Vargas então ia sendo o fim, quase me desfazia de emoção.

Mas o que é que é isto?!!! Agora, a caminho dos 40, é que estou a ficar sensivel?!!!

sábado, 20 de outubro de 2012

!!!

Ontem, uma auxiliar da salinha da Tita, pediu-me para levar babetes com mangas para lhe pôr ao almoço.

Respondi-lhe que levaria, claro, mas perguntei-lhe se a Tita não rejeitava os babetes.

A senhora olhou para mim, de olhos arregalados (tão estúpida lhe deve ter parecido a pergunta) e disse "claro que não!!!; ela aqui sabe que tem de usar babete.

Devo ter encolhido uns bons 30 cms. Percebi, perfeitamente, o significado daquele aqui.

Pois, é que lá (cá em casa), nem vale a pena tentar pôr-lhe um babete. Arranca-o do pescoço e vai logo pelos ares.

Porque cá em casa vive um soldado raso, sem qualquer tipo de capacidade para impor o que quer que seja.

O que equivale a dizer que, como todos sabem, é exactamente o mesmo ser eu a falar às minhas filhas ou um comboio.

Digam-me que é normal, por favor.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mãe abandona filha à porta de casa - toda a verdade

É verdade que, esta manhã, deixei a minha filha mais velha à porta de casa.

É verdade que foi a senhora que trabalha em casa da minha vizinha da frente que ma veio trazer ao carro, enquanto a pequena chorava lágrimas de crocodilo.

Mas não tirem conclusões precipitadas.

O carro estava estacionado à porta do prédio e o meu objectivo era ir buscá-la lá dentro, assim que tivesse a Benedita em segurança, isto é com o cinto da cadeirinha apertado e depois do carro trancado.

E tudo isto porquê? Porque a menina Leonor resolveu estacar tipo mula, a fazer uma daquelas birras, só porque não acedi a um dos seus desejos (melhor dito, caprichos).

Não andava um milímetro para a frente nem para trás.

Entre largar a pequena que, com 19 meses, ainda não domina completamente o equilíbrio, especialmente no cimo de uma escadaria,  ou deixá-la a espernear dentro do prédio, tive de optar.

Imagino que a minha imagem não seja das mais limpas perante aquela senhora que, de vez em quando, se comove com as lágrimas da minha filha e resolve limpá-las.

Mas juro, pela saudinha das minhas filhas, que jamais  abandonaria uma cria.

Por mais que a vontade, às vezes, seja essa.

Peso da mochila/decisões de uma mãe

Dizem os entendidos que o peso da mochila não deve exceder 10% do peso do corpinho que a transporta.

Presumo que isto se aplique a todos os demais fardos que todos temos de carregar no dia a dia.

No meu caso, esquecendo os sacos de supermercado, os fardos estão perfeitamente identificados e, periodicamente, pesados.

Arredondando os números, para facilitar as contas, diria que 10% do meu peso equivalem a 6 Kgs.

Ora, o mais novo dos meus fardos já pesa mais de 10 Kgs.

Não é, assim, difícil perceber que já vão sendo horas dos fardos usarem mais as suas perninhas.

Está por isso decidido. A partir de hoje acabaram os colos entre a cama e a sanita; a cama e a mesa do pequeno almoço; a casa e o carro, etc,etc,etc

Querem ser independentes, vão ser independentes em tudo.

Tenho dito.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Coisas que magoam uma mulher

Levantar-se às 07h da matina, fazer o almoço do maridinho e este sair porta fora sem se lembrar de levar o belo repasto, é coisa para magoar uma mulher.


Resultado hoje ao jantar come arroz de trombas.

Amanhã almoça comida recessa.
´
Temos pena.


PS

Brincadeirinha, quem sou eu para criticar estes esquecimentos

Faltam 74 dias para acabar o ano

Faltam 74 dias para acabar o ano.

É tempo, em muitas famílias, de começar a tradicional discussão "o ano passado o Natal foi em casa da tua mãe, este ano é na da minha.

 Graças ao meu avôzinho, a questão é pouco relevante cá por estes lados. Toda a gente sabe que não arreda pé de casa, desde que nasceu e toda a gente tem sentido de família (mais ou menos acentuado), pelo que não há qualquer decisão a tomar.

É tempo de começar a fazer a lista de presentes e respectivo orçamento.

É tempo de ir fazendo o Plano de Actividades para 2013.

É tempo de ir pensando no Relatório de Actividades 2012, grande busilis da questão, e, principalmente, não esquecer que ainda faltam 74 dias para o conseguirmos compor.

Viver dentro de um saco de gatos

Viver com as minhas filhas é o mesmo que viver dentro de saco cheio de gatos. Não que já tenha estado dentro de um, mas é assim que os imagino.

Muita gritaria, muita arranhadela e, nos momentos de calmaria, muita ronronice.

Ainda estou para perceber como é que os meus paizinhos nos aturaram/aturam às 3.

Muita mulher junta nunca dá grande resultado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O novo busto da República

Embora correndo o risco de, pessoas com ideias muito superiores  às minhas, me caírem em cima, não consigo evitar comentar a foto mais famosa do momento.

Já lhe chamaram o "novo busto da República", ironicamente surgido no ano em que, pela última vez, se assinala como feriado a sua implantação.

Confesso é não perceber em que é que o, tão corajoso, acto daquela artista plástica contribuiu para os objectivos da manifestação, muito menos qual a relação entre a nudez e o protesto (que segundo  sei não era da PETA).

Já quanto aos objectivos da própria, podem fazer-se mil conjecturas. Tenham sido eles quais foram, uma coisa é certa os portugueses já conhecem bem o nome da manifestante (e conheceriam o das restantes, não fosse o ângulo da objectiva).

Vantagens fiscais em caso de divórcio

Não é novidade para ninguém o facto de existirem muitos divórcios fictícios, por questões patrimoniais (evitar penhoras, por exemplo).

Acredito que existam casos dramáticos, nos quais essa seja mesmo a única solução para reparar graves injustiças e não censuro quem o faça.

Mas, talvez por ainda acreditar no significado do casamento, preocupa-me que se comece a generalizar o recurso a esse artifício.

Num dos programas de radio que ouvi hoje, discutia-se a proposta de Orçamento de Estado para 2013 e um dos ouvintes perguntou ao convidado se teria vantagens em termos fiscais, caso se divorciasse.

Sem entrar na explicação técnica, a resposta foi um redondo NÃO (já houve, mas agora será indiferente ser casado, viver em união de facto ou ser solteiro) o que me deixa um pouco mais tranquila, por verificar não existir discriminação fiscal entre casados e solteiros.

A opção quanto ao estado civil é, assim, livre, não ficando condicionada pelas contas a pagar ao Estado.

E, sendo livre, cada um faz o que quer sem precisar de simular estados civis.



Falta-me a agilidade

Não bastava ter de tomar banho em 30 segundos (não estou a ironizar) e ainda me vejo em palpos de aranha para conseguir secar o cabelo.

Hoje foi uma comédia.

A sr.ª d.ª Maria Benedita decidiu mexer na sanita ,e balde do lixo que está mesmo ao lado, e eu decidi impedir a sua passagem, colocando-me em frente, enquanto secava o cabelo.

Na impossibilidade de me puxar o cabelo (graças a Deus ainda temos alguns cms de diferença) atacou-me as pernas com os dentes.

A cena há-de ter sido hilariante. Eu a secar o cabelo, ao mesmo tempo que dava uns saltinho ridículos, na tentativa de evitar as mordidelas.

Obviamente, uma das minhas coxas não escapou àquelas agulhinhas que ardem como o raio.

Decididamente falta-me a agilidade.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A menina hoje vem esquisita

Nos últimos tempos, a cena tem-se repetido. A Tita chega endemoniada do infantário, não quer comer e atira pelos ares tudo aquilo a que consegue deitar a mão.

O comentário da avó Lili é, invariavelmente, o mesmo. "A menina hoje vem esquisita; ela não está boa".

E eu encolho os ombros e digo "não está boa, não, e é da cabeça".

Irra geniozinho difícil.

Dia Mundial da Alimentação

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Alimentação.

Como sabem aqueles que por aqui vão passando, tenho uma relação absolutamente irracional com a alimentação, o que justifica o mal estar que sinto neste preciso momento (os salpicões e alheiras matam-me).

Os excessos alimentares que cometo são inúmeros. Tenho noção, mas persisto no erro. Suponho que seja uma reacção semelhante à dos viciados em álcool ou droga.

Não me orgulho disto, mas sinceramente estou-me um bocado nas tintas. Para já, acho que nos tempos que correm é impossível comer algo 100% saudável, já que até os vegetais são regados com chuvas que, todos sabemos, estão de alguma forma poluídas.

Depois, esta carga associada à alimentação saudável, os 1.001 e.mails que circulam com soluções milagrosas para quem tenha a coragem de se alimentar a "ervas e cascas de alho" e outras tretas que tais, fazem impender sobre a minha cabeça um "sentimento de culpa" por, a dada altura, ter adoecido com cancro.

O outro acusou-me, em vésperas de iniciar a quimio, de me andar a envenenar por beber leite e isso são coisas são marcam e revoltam.

Vejo muitas pessoas cheias de cuidado com a alimentação, correntes de ar e germes e que, ainda assim, adoecem.

Acredito que a alimentação ajude (ou prejudique, consoante o hábito), mais ai de nós se vivermos obcecados com isso. Há muitos outros factores que podem originar uma doença. Falo especificamente no cancro, que foi a que me bateu à porta.

Por isso, nunca é demais citar a nutricionista que, num momento muito doloroso da minha vida, me atendeu no IPO. O que se quer é "diversidade e equilibrio", na alimentação (e em tudo na vida, digo eu).

Desculpem o desabafo, mas há coisas que não sei se algum dia deixarão de estar entaladas nesta gargantinha.

Uso termotebe

O meu início de dia é, regra geral, muito movimentado a correr entre uma e outra (outras vezes atrás delas), para conseguir arranjá-las a tempo.

Na hora de sair de casa tenho tanto calor que nem consigo pensar em vestir um casaco.

O pior é depois no trabalho, que é puxado mas o intelecto mas deixa arrefecer o físico.

Ontem rapei um friozinho que nem vos conto.

Ao que parece a minha termotebe natural não é assim tão eficaz quanto parece às primeiras horas do dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

E Outubro que não acaba

Novembro é mês de revisão geral.

Nefrologia e onco-hematologia são as consultas da ordem. E os dias, apesar de rápidos, vão custando a passar.

É sempre assim quando se aproxima a data de voltar ao IPO. O ritmo do calendário anda desfasado do ritmo do meu desejo de que chegue a hora de ouvir dizer que está tudo bem. Tão bem quanto me sinto, apesar destes, creio que inevitáveis, momentos de ansiedade.

Metade de mim está muito feliz, a outra metade muito triste

Hoje recebi uma notícia para além de boa e que me fez andar com um sorriso estúpido na cara quase o dia todo, até ao momento em que recebi outra que me deixou muito triste.

Nem a boa nem a má notícia são minhas, mas sentia-as como se fossem porque quando somos Amigos devemos sê-lo de corpo (e coração) inteiro.

Já devia estar habituada a esta sucessão de boas e más notícias, afinal a vida é assim mesmo, mas acho que há coisas para as quais nunca estamos, verdadeiramente, preparados.

Mas enfim, aconteceu, e no meu dia, receber duas notícias tão intensas quanto diferentes.

E uma e outra merecem uma referência especial.

Aos meus queridos Amigos, muitos parabéns. Caminharemos os 8  juntos nesta nova fase da vossa vida (aliás já caminhávamos os 8 sem saber eh,eh,eh).

À minha querida Amiga, sabes que acredito (e cada vez mais) na tua vitória. Vais dar cabo desse maldito cancro, nunca duvides.

Trabalhar em Angola

A minha conversa matinal de hoje com a Leonor foi profunda.

Dizia-me ela, assim explicadinho "mãe, eu quero que o papá vá trabalhar para Angola, como o pai dos outros meninos".


Lá fui tentando explorar o assunto, que com a Leonor há que triar muito bem entre realidade e imaginação, para perceber se já há muitos pais de coleguinhas dela a trabalhar em Angola (eu só sei de um).

Sim mãe, o papá do ... está em Angola (certo, pensei eu) e o do ..., do ..., do ....

Não fosse a falta de tempo e tinha-me rebolado no chão a rir. É que, tirando o pai do .... (que eu sei que está em Angola), os restantes meninos que nomeou são de origem africana o que aumenta muito a probabilidade de estarem em Angola, sua terra natal.

Indo para além deste pormenor (que achei delicioso), esta conversa deixa-se a pensar sobre se a minha filha já começa a ter noção desta  vaga de emigração que começa a surgir, em virtude dos tempos turbulentos que vivemos.

Acima de tudo, o comentário fez-me perceber que é importante que a acompanhe mais na escolinha.
Vou levá-la todos os dias, mas de manhã não há tempo para conversar com educadora e auxiliares e tentar perceber o dia a dia deles, sobre o que falam e como sentem a instabilidade e medo que se vive na sociedade.

Em resumo, tenho de ir buscá-la mais vezes (coisa que já não faço há meses e sobre a qual já me questionou).

Fim de semana para esquecer

O 1.º embate deu-se sábado à tarde.

Ia eu, iludida, para um lanchinho entre amigos e deparo-me com 2 mesas de banquete.

Queijinho alentejano, enchidos, sericaia, pudim de café (...), tudo coisinhas saudáveis. O regresso a casa, que supostamente seria cedo, foi feito a altas horas, depois de arrastar o papá de uma daquelas emotivas conversas sobre futebol.

No domingo, continuou o suplício. Cumprindo o acordado, lá fomos até casa da nossa Dininha, dar cabo de uma caldeirada de enguias e respectiva canja (fiquei fã da canja de enguias, que não conhecia).

Vamos ver quanto tempo é de que p meu estômago precisa para esquecer este fim de semana

domingo, 14 de outubro de 2012

Privilégios no meio da crise

Finalmente ouvi alguém ter coragem de dizer ser um privilegiado no meio desta crise toda.

Não é que seja algo de que me possa admirar.  É óbvio para todos que o Professor Marcelo tem rendimentos que lhe devem permitir viver sem grandes sobressaltos, mas depois de tanta estupidez que se tem ouvido por aí nos últimos tempos (desde a famosa alusão ao Clio, que a Renault deve estar farta de agardecer, à do outro que tem a lata de dizer que depende da ajuda dos pais, apesar de receber mais de 3.000€/mês), é de louvar que alguém assuma que está bem na vida, apesar de tudo.

Pêlo na venta

Bem sei que sempre pedi aos céus que as minhas filhas fossem umas meninas com personalidade própria, mas acho que Deus exagerou nas doses.

As catraias são muito senhoras do seu nariz, o mesmo é dizer "têm pêlo na venta".

Tal como a Leonor, até ao fatídico dia em que o papá teve de tomar uma atitude drástica, a Tita não dispensa a  pê pê. Mas ai de quem tentar prendê-la à roupa com a corrente.

A chupeta, e por arrasto a corrente, é a sua grande arma de luta e é ver-nos o dia todo (e ultimamente as noites) de rabo para o ar à procura daquela peste que a pequena utiliza para expressar o seu, mau, génio.

À mínima coisa, começa a puxar, arranca a mola da roupa e arremessa a chupeta com toda a força. Ainda há dias, a pobre avó Lili levou com a corrente num olho.

Tanto pêlo na venta leva-me a acreditar que a distribuição dos elementos de carácter nem sempre é proporcional.

Há por aí tanta gente grande que precisava de um cheirinho da personalidade das minhas crias.

Certamente o mundo seria mais equilibrado .... e a minha vida mais calma.

sábado, 13 de outubro de 2012

Sabem-me de cor

Ninguém me conhece melhor do que as minhas filhas. Por fora e por dentro (onde, aliás, viveram 9 meses), as raparigas sabem-me de cor (como diria o outro).

Ora isto tem tanto de bonito como de perigoso.

As desgraçadas já me apanharam todos os pontos fracos e nota-se que se divertem, de forma forma particular, a explorá-los.

Uma das coisas que dá mais gozo à Leonor é recorrer às interrogações retóricas, leia-se perguntas para me dar tanga, pois já tomou a sua decisão antecipadamente.

"Mãe, posso levar isto para o infantário"; mãe, posso comer este chocolate?"

Apesar de toda a gente saber que lhe é indiferente a minha palavra, caio sempre na esparrela e durante 1 ou 2 segundos (nunca mais) fico toda vaidosa, a pensar que, pela 1.ª vez na vida me irá obedecer.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Trabalhar para o Nobel

Foi anunciada, ontem, a atribuição  do prémio Nobel da Literatura 2012 ao escritor chinês Mo Yan.

Não conheço a obra, mas fiquei a conhecer-lhe a conta bancária cujo saldo tem agora,e no mínimo, 1.000.000 de euros.

É perante notícias sobre prémios desta grandeza que me sinto tentada a virar eremita e dedicar-me à escrita, na esperança de vir a ser brindada com tal distinção.

É que 1.000.000 de euros dão para fazer umas flores.



Bora lá, destralhar

Aproximando-se o fim de semana, aqui fica uma sugestão para preencherem parte dele - destralhar.

Remexer armários e gavetas.

Seleccionar aquilo que não usamos (e que no fundo do nosso íntimo sabemos que não voltaremos a usar), seja roupa, panos da louça, móveis (....), e que está em condições de ser usado (naturalmente) e entregar a quem necessite.

Se não conhecerem ninguém, existem n instituições que sinalizam esses casos e podem receber as v/ dádivas.

Bora lá destralhar.

Não nos custa nada e vale muito para quem passa privações.

Sou mesmo bruta

Ontem à noite, quando me preparava para ir para a cama, olhei à volta e apeteceu-me chorar, de desânimo, pelo estado caótico em que a minha sala se encontra (vamos abstarir-nos do resto da casa).

Enquanto me consumia com a dúvida de se algum dia terei a casa em condições de receber quem quer que seja que chegue de repente (o que me parece altamente improvável), fez-se luz.

Aquilo que eu estava a ver não era desarrumação, é arte contemporânea

Aqueles panos de cozinha (cada um de seu padrão) esticados no chão, o telefone portátil (cuidadosamente) pousado num intervalo entre os panos,a caixa dos talheres (só por sorte vazia) colocada num dos cantos. Tudo tem uma razão de ser para as artistas. Talvez por isso as artistas fiquem tão magoadas comigo quando ouso tirar as peças do sítio.

É arte contemporânea e há quem pague para a ver. Em Serralves há peças bem menos criativas, posso assegurar.

Só eu, bruta que nem um carro, ainda não tinha percebido. Com um bom marketing (Evita vai pensando nisso) ainda pode render uns cobres.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Vai um balde de água fria

Chegar a casa, estouradinha de tanto trabalhar, e ser recebida com um "oh, não é o pai", seguido de um virar de costas , é como levar com um balde de água fria pela cabeça abaixo.

A sensação só se compara com a que tive no dia em que ia pelo passeio e levei, literalmente, com o conteúdo de uma garrafa de litro e meio de água atirado por um espertinhos que passavam de carro.

É que só me apeteceu agarrá-la e dizer "olha lá, ó fedelha, eu é que tive as dores". Mãe sofre.

Deus existe ... e é muito meu Amigo

Hoje é um daqueles dias em que devia ir a pé, e descalça, a Fátima e, depois de lá estar, dar 20 voltas à capelinha das Aparições (de joelhos a roçar no mármore).

Deus existe ... e é muito meu Amgo.

E a loira vai ganhar um par de cuecas, com pano.

Eh, eh, eh

Peço desculpa pela private.

Estou derreada, e a cheirar a cavalo, mas com a sensação de dever,bem, cumprido.

Adopção por casais homossexuais

Vi a reportagem sobre a atribuição da confiança judicial de uma criança, com trissomia 21, a um casal de homossexuais (Eduardo Beauté e Luís Borges) e fiquei enternecida.

Pense-se o que se pensar da homossexualidade, acho que ninguém pode ficar indiferente ao facto de uma criança rejeitada pela família (ou parte dela) e sociedade ter conseguido um lar, constituído com Amor.


Juro que não consigo perceber os entraves colocados à adopção por muitas pessoas. A história do "não ser do nosso sangue" e poder vir a dar problemas; as dúvidas sobre a capacidade de amar um filho que não é biológico.

Não consigo perceber porque, desde logo, vai contra tudo aquilo que acredito ser um filho.

Os filhos "servem" para ser amados, não para satisfazer os nossos projectos de vida, ainda que façam parte deles.

Percebo a necessidade de casais com problemas de infertilidade tentarem tudo no sentido de ter um filho biológico.

Passar pela gravidez é, de facto, um momento especial e único e ter um filho é um sonho partilhado a dois.

 Mas, tirando isso, podemos dar (e receber) tudo aquilo que de bom temos a um filho adoptado.

Nem vale a pena estar a enumerar exemplos de "filhos do nosso sangue" que dão problemas, e graves, aos pais.

A minha admiração por estes dois homens, que aceitaram, sem reservas, um filho que não é do seu sangue e que sabem, de antemão, não irá dar só alegrias, desde logo pela deficiência de que é portador.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Era o delírio II

Ainda na sequência do post anterior, e em resposta aos comentários (preocupados) da minha mãe e irmã mais nova, esclareço que o meu dia de sonho(aquele em que eu decidia se ia trabalhar, ou não) implicava, obviamente e sempre, o infantário.

Em casa com elas é que eu não ficava. Prezo  muito a minha réstea de sanidade mental.

Era o delírio

Li, há tempos, uma entrevista na qual a Luísa Beirão dizia que se dedicava aos filhos e só aceitava trabalhos quando considerava o projecto interessante.

Era o meu sonho. Acordar, ir plantar as meninas à escolinha e decidir se ia trabalhar nesse dia.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Leonor sinónimo de sarilhos

Ainda não parei de me rir com a última façanha da Leonor. A história da mensagem misteriosa teve piada, mas podia ter sido um caso sério.

Houve quem pensasse ser  o "aj"um pedido de ajuda e só por acaso não foi chamado o 112.

Para quem, das minhas relações próximas, não recebeu a sms, aqui fica a explicação, como sou uma baldas ainda não gravei muitos dos números que me foram enviando após a perda do outro telemóvel.

Acresce que ... perdi o bloco onde apontei parte dos números que, entretanto, fizeram o favor de ma facultar. Mas isso daria para outro post e... já estou a tomar magnésio (dizem que faz falta na primavera e no outono).

Aj - a mensagem que pôs os meus contactos em polvorosa

Ainda não eram 09h00 da manhã e já tinha recebido mais sms do que no dia do meu aniversário.

A pequena, grande, Maria Leonor andou a desejar bom dia à malta (presumo que a todos os contactos que já registei no telemóvel novo), através do envio de uma enigmática mensagem - aj

Não me perguntem o significado, que acho que vai ser, para sempre, uma incógnita, tipo sorriso da Mona Lisa.

Houve quem a interpretasse como "até já" e saísse de casa, mais cedo, (o meu paizinho) para ir esperar-nos ao carro.

Apesar de ser grande defensora das virtudes da minha mais velha, acredito que o "aj" foi um mero acaso e até correu bem. Nem quero imaginar se, com a ajuda da escrita inteligente, tivesse saído um palavrão.

Já o facto de aquela delicada menina de 3 anos ter conseguido desbloquear o telemóvel (táctil) sózinha e ter descoberto uma função qualquer que permite mandar sms a todos os contactos, me parece merecedor de destaque.

Um prodígio, a pequena, que tão depressa cobre o chão da cozinha com panos (ficaram lá para comprovar) como se agarra às tecnologias da informação e comunicação.

Aqui fica a explicação para todos aqueles que estranharam um contacto tão madrugador e esquisito.

Assim que tiver um bocadinho, respondo às vossas mensagens.



Fotografia de Natal

Hoje é dia da fotografia de Natal, lá na escolinha das minhas patroas.

Antecipar o Natal em inícios de Outubro é um pouco estranho e capaz de confundir os mais sagazes.

A Leonor, por exemplo, já está toda baralhadinha.

"Hoje é dia de fotografia do Natal."

"Vamos ao Natal, mãe?".

"Não filha, vais só tirar uma fotografia".

"Vou ver o Pai Natal, mãe?".

"Não, filha".

"Mas eu já não tenho medo do Pai Natal, mãe".

Confesso que tenho medo das sequelas psicológicas que isto possa causar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nem tudo é perfeito

Claro que nem tudo é perfeito no mosteiro. Aliás, há mesmo uma grande falha.  O pequeno almoço que tem de tudo, menos a papa da Leonor.

A rapariga é fiel a uma marca, sempre do mesmo sabor "Frutos variados" e não achou piada nenhuma ao facto de não ter a sua farinha (que come à colherada sobre uma alturinha de água) para comer antes de ir para a cama e ao pequeno almoço.

Algo a melhorar, sem dúvida.

Fim de semana no Mosteiro

Há 3 anos conhecemos,por acaso, o Mosteiro de S. Cristovão de Lafões, ali entre S.Pedro do Sul e Oliveira de Frades, e ficámos apaixonados.  Pelo espaço e pela história.

Desde então é lá que vamos comemorar o aniversário de casamento.

Mais uma vez pudémos constatar que as nossas crias não têm vocação para a vida monástica. Foi de morrer a rir, fazer a visita guiada ao mosteiro e ouvir os gritos delas, enquanto o proprietário dizia aos visitantes para sentirem o silêncio de um local que foi, em tempos, de meditação.

As pequenas divertiram-se à brava e a Tita teve espaço de sobra para o seu desporto favorito, o lançamento da chupeta.

A rapariga está a superar-se nesta que será, mais dia menos dia, modalidade olímpica e conseguiu atirar a chupeta de um lado ao outro da igreja, em plena missa.

Curioso foi, em plena serra da gralheira, onde só se ouve a água da cascata, os passarinhos e, pontualmente, criancinhas encantadoras, ter encontrado meio mundo. Desde um professor da faculdade até à médica (interna) que me fez a palpação na última consulta de onco-hematologia, passando por 4 colegas de profissão. A prova viva que o mundo é uma casquinha de noz.

A repetir, sempre, que o local é mágico.

sábado, 6 de outubro de 2012

Como agarrar um marido




No meu caso, a táctica foi esta.

Pedir a uns amigos que o guardassem até entrar na igreja.

Sair da igreja de braço, bem, dado.

Desatar a engravidar.

Faz hoje 5 anos. Bodas de madeira


PS.
O plano resultou, mas claro que o facto de ter escolhido um marido com princípios, entre os quais se encontra o de honrar aquilo que disse ao Frei Silvino, ajuda.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

5 de Outubro de 2012

Pode ser condenável a decisão de elimininar feriados, mas não devemos de ter em conta o cuidado que houve na escolha dos mesmos.

Este último feriado de 5 de Outubro calha a uma 6.ª feira, permitindo disfrutar de um fim de semana prolongado e nos dois próximos anos coincidirá com o fim de semana, para não sentirmos tanto a sua falta.

Chamemos-lhe o lado menos mau da questão.

Os padrinhos


Este post estava, definitivamente, em falta. Não tinha perguntado aos visados se podia publicar a foto, daí que não o tenha feito. Agora que tenho o consentimento, aqui vai.

A Joana e o Gilberto são um casal que admiro muito. Sempre empenhados em 1001 actividades, estão sempre disponíveis para os outros.

Têm estado presentes em todos os momentos importantes da nossa vida e a escolha deles para padrinhos da Tita não podia ter sido mais óbvia e consensual.

Foi a Joana que orquestrou (no sentido mais literal do termo) tudo para que a cerimónia do nosso casamento tivesse um coro especial. Deixei tudo nas mãos dela, no momento em que me perguntou "confias em emim?". Confiei, claro, e nunca mais apareci nos ensaios. No momento em que entrei na igreja tive uma linda surpresa. Ainda hoje de arrepio ao lembrar do som do violino.

A Joana acompanhou-me durante a doença. Abdicou das férias para dinamizar o nosso Grupo de Oração "Adoramus Te" e até meteu "cunha", no Vaticano para que a oração por mim fosse ainda mais forte.

Foi também a primeira pessoa a saber da gravidez da Tita e, naquele momento em que estava tão aflita, deu-me um abraço que não esquecerei.

Ao lado dela, o Gilberto está também sempre connosco.

Padrinhos babados, disponibilizaram a casa nova, ainda por estrear, para a festa do baptizado da Tita.

Tiveram uma trabalheira, mas como tive a oportunidade de dizer no dia (não prescindo dos discursos, apesar de tremer como varas verdes), de tudo o que nos têm dado enquanto Amigos, foi o menos valioso.

São preciosos estes nossos Amigos e é giro ver que a Amizade contagia. A Maria Miguel é a Amiga preferida da Leonor.

Como disse a Joana, no momento em que eu soube que era menina (a Leonor), qualquer dia vão juntas às compras.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Gabriela, essa destruidora de lares

Ao ver o remake da Gabriela, Cravo e Canela, dá para imaginar o sururu que a versão original originou neste, pacato, cantinho à beira mar plantado.


Para 1.ª novela, upa, upa.

Bolas que os nossos irmãos brasileiros não brincam em serviço.

A Leonor é cócó

A Leonor é cócó.

É esta a 1.ª frase completa articulada pela Tita, na qual o sujeito vai variando consoante o alvo. O papá, a mamã, o vô, a vó.

Quer a rapariga dizer tótó, o que não muito mais simpático mas, igualmente, amoroso (porque saído da sua boquinha).

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alguém te perguntou alguma coisa?

-"Tita, metes os livros na mochila?"
- "Tita, metes os livros na mochila?"

(20 x)

- "Sim, Leonor, a Tita vai meter os livros na mochila"

- "Tita, metes os livros na mochila?"

- "Sim, Leonor, a tita mete os livros na mochila. A mãe já te tinha respondido".

-"Ah sim, e ela o que é que diz?!!!"

O poder da publicidade na vida de uma sociedade em crise

Estou fartinha de me rir, à conta da Diana,

Achei  linda a a onda de mistério e romantismo criada à volta de um encontro, fugaz, durante a manifestação do dia 15 e o nascimento de um, irresistível, Amor à 1.ª vista.

Mas mais lindo, ainda, achei o facto de meio país ter ficado a torcer para que o, romântico, rapaz encontrasse a sua Diana, antes de ela partir para França o que demonstra que a crise ainda não nos tirou toda a capacidade de sonhar e amar.

Para desgosto desse meio mundo, esta história de amor veio a revelar-se um golpe publicitário o que dilacerou os pobres corações daqueles que ainda crêem em amores platónicos e que, para matar a mágoa, foram a correr criar no facebook um movimento anti-marca-cujo-nome-não-digo.

Toda a história é deliciosa.

Desde a esparrela em que muita malta caiu, apesar de a ideia não ter sido propriamente original, até ao boicote feito à marca que deve estar a fazer os seus representantes esfregar as mãos de contentes. Qunato mais lhes batem, mais publicidade, gratuita, conseguem.

Aliás, tenho a teoria (depois dos 35 anos deu-me para criar teorias) que foi a própria marca a criar o movimento contra si própria.

Verdade, ou não, isto daria uma bela de uma tese de doutoramento em sociologia.

O poder da publicidade na vida de uma sociedade em crise.

Dia das abelhas




Segundo a wikipedia, a minha 2.ª melhor amiga (logo, logo a seguir ao google) dia 03 de Outubro é o dia das abelhas.

Para assinalar tão importante efeméride, nada melhor do que a música da abelha mais fofinha do mundo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pormenores

Alguns pormenores da festa da minha princesa rainha mais nova.
A mãe desajeitada, com as suas pintainhas; os famosos camarões com queijo feta; e um papá amoroso.

Semana Mundial do Aleitamento Materno

A notícia de que esta é a semana mundial do aleitamento materno trouxe-me memórias sobre uma das coisas mais duras que a doença me fez e que foi impedir-me de amamentar a Leonor, para além dos 2 meses e dois dias.

Tive de deixar de ofazer para começar a quimio e não foi fácil.

Por mais que quisesse descrever, não conseguiria exprimir o que senti na altura.

Lembro-me de situações complicadas á volta desse acto tão lindo e importante. Como aquele dia em que, depois de ter feito a preparação para uma TAC, ter tirado a roupa e o leite começar a jorrar.

Depois de dizer à equipa técnica (que o desconhecia) qyue estava a amamentar, não me deixaram fazer o exame.
E quando, dias depois, o pude fazer tive de tirar leite durante 24 horas para deitar fora. Só passado esse tempo voltei  a amamentar.

Foram momentos difíceis nos quais tive (uma vez mais) a sorte de estar bem acompanhada. Desde logo pela minha médica de família (um beijinho para ela) que desdramatizou a questão e disse que o facto de a Leonor não ser amamentada em nada a prejudicaria o que, dentro do contexto, me serenizou.

Fico algo preocupada com a defesa, por vezes cega, da amamentação.

É certo que, segundo os dados disponíveis actualmente, o leite materno é extremamente importante para o sistema imunitário dos bebés.

Mas daí a pressionar as recém-mamãs a amamentar fazendo-as crer (como já vi) se estão a falhar se não o fizerem é grave.

Posso dizer, com conhecimento de causa, pois pude amamentar a Benedita até aos 9 meses, que não existe diferença entre o sistema imunitário de uma e outra.

Ah e o relacionamento/proximidade comigo é igual. Apesar de a totó da pequena ter uma paixão assolapada pelo papá.

Por isso, e como em tudo, há que ter sensibilidade e bom senso.

Amamentar é bom para o bebé ... quando é bom para a mãe. E não me venham com histórias.

Por isso, senhoras radicais (em regra, são senhoras o que agrava a questão) tenham moderação. Não há nada pior para uma mãe do que alguém insinuar que o seu bebé sofre (ou sofrerá) por sua culpa.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Crónica de um baptizado

Visto à distância,  o baptizado da Tita foi hilariante.

A cerimónia correu benzinho, a rapariga só se aborreceu quando decidi tirá-la do degrau do altar onde o senhor padre iria distribuir a comunhão e ela estava devidamente alapada.

A festa foi caseirinha, mas com marca Susana Neves o que equivale a dizer cheia de peripécias.

Na véspera, e depois de chegarmos à conclusão que o bolo não cabia em nenhum frigorífico familiar, decidimos comprar sacos de gelo para por debaixo dele. Cobri o gelo com um plástico bem resistente e pousei o bolo.

A ficha só caiu a meio da noite, quando acordei a meio de um pesadelo e percebi a asneira que tinha feito.

Inteligente como só eu, abri os sacos do gelo pelo que o resultado era óbvio. A  água passou do estado sólido ao estado líquido e o bolo afundou, fazendo a subir o que explica a parte esbranquiçada à volta da base. Felizmente a camada de água não era alta e não chegou ao bolo propriamente dito.

Durante a noite só pensava, "ainda bem que tirei fotos. Ainda bem que tirei fotos".


Mas giro, giro foi chegar a casa e constatar a criatividade da minha Alice, a senhora a quem pedi que tratasse do almoço.

Conseguiu trocar os ingredientes todos que tinha deixado preparados de véspera. A salada de tomate com queijo feta virou camarão com queijo feta. A laranja do leitão desapareceu na salada de frutas. Os enchidos foram todos misturados, com quadrados de presunto à mistura. O viangre de framboesa, que tinha comprado com tanto carinho para temperar a salada de massa com delícias, ficou intocado. Os coentros da salada de polvo foram directos para o lixo, as tostas com patê pareciam sanduíches (...).

Um filme, mas quem sabe não terá surgido daqui "nouvelle cuisine".

Quando vi aquilo entrei em hiper-ventilação. Depois, inspirei e expirei e pensei. Os convidados são todos da família e amigos muito próximos. Sem stress. Se estas receitas alternativas não resultarem, a malta come leitão, cuja receita é original, e pão.

Lá acalmei e tudo corru lindamente. Pelos menos ninguém se queixou, mas tanbém era só gente finíssima.

Cheguei a casa derreadinha, do stress.

Mas hoje passei o dia a rir-me sózinha.

A culpa foi minha, obviamente, que expliquei as coisas à pressa. Cheia de boa vontade, ainda deixei o meu bloquinho de apontamentos à Alice. Se calhar foi isso (como já fez questão de me lembrar a minha querida Sandra Pereira). A Alice não deve perceber caracteres chineses.

Coisas à Susana Neves.

PS
Aqui fica a foto onde podem ver a pochette da Leonor, pela qual muitas meninas já me perguntaram

O que é que eu fiz para merecer isto?!

  Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir  o envelope. Tens razão min...