segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Crónica de um baptizado

Visto à distância,  o baptizado da Tita foi hilariante.

A cerimónia correu benzinho, a rapariga só se aborreceu quando decidi tirá-la do degrau do altar onde o senhor padre iria distribuir a comunhão e ela estava devidamente alapada.

A festa foi caseirinha, mas com marca Susana Neves o que equivale a dizer cheia de peripécias.

Na véspera, e depois de chegarmos à conclusão que o bolo não cabia em nenhum frigorífico familiar, decidimos comprar sacos de gelo para por debaixo dele. Cobri o gelo com um plástico bem resistente e pousei o bolo.

A ficha só caiu a meio da noite, quando acordei a meio de um pesadelo e percebi a asneira que tinha feito.

Inteligente como só eu, abri os sacos do gelo pelo que o resultado era óbvio. A  água passou do estado sólido ao estado líquido e o bolo afundou, fazendo a subir o que explica a parte esbranquiçada à volta da base. Felizmente a camada de água não era alta e não chegou ao bolo propriamente dito.

Durante a noite só pensava, "ainda bem que tirei fotos. Ainda bem que tirei fotos".


Mas giro, giro foi chegar a casa e constatar a criatividade da minha Alice, a senhora a quem pedi que tratasse do almoço.

Conseguiu trocar os ingredientes todos que tinha deixado preparados de véspera. A salada de tomate com queijo feta virou camarão com queijo feta. A laranja do leitão desapareceu na salada de frutas. Os enchidos foram todos misturados, com quadrados de presunto à mistura. O viangre de framboesa, que tinha comprado com tanto carinho para temperar a salada de massa com delícias, ficou intocado. Os coentros da salada de polvo foram directos para o lixo, as tostas com patê pareciam sanduíches (...).

Um filme, mas quem sabe não terá surgido daqui "nouvelle cuisine".

Quando vi aquilo entrei em hiper-ventilação. Depois, inspirei e expirei e pensei. Os convidados são todos da família e amigos muito próximos. Sem stress. Se estas receitas alternativas não resultarem, a malta come leitão, cuja receita é original, e pão.

Lá acalmei e tudo corru lindamente. Pelos menos ninguém se queixou, mas tanbém era só gente finíssima.

Cheguei a casa derreadinha, do stress.

Mas hoje passei o dia a rir-me sózinha.

A culpa foi minha, obviamente, que expliquei as coisas à pressa. Cheia de boa vontade, ainda deixei o meu bloquinho de apontamentos à Alice. Se calhar foi isso (como já fez questão de me lembrar a minha querida Sandra Pereira). A Alice não deve perceber caracteres chineses.

Coisas à Susana Neves.

PS
Aqui fica a foto onde podem ver a pochette da Leonor, pela qual muitas meninas já me perguntaram

3 comentários:

  1. quando vi camarões misturados com queijo, e outros acepipes tratados de forma diferente da habitual, pensei: realmente estou mesmo a ficar desfasada da realidade atual, designadamente no que se refere aos cozinhados...
    Ainda por cima, hoje queriam que eu fosse apanhar uma injeção ...aos correios, o que me deixou ainda mais confusa!

    Certo é que só há bocado me foi explicado o que se passou, no referente à comida servida no batizado, e aí fiquei mais descansada; já não estou tão fora do contexto!

    Quanto à injeção (vacina da gripe), após negociações, consegui (com os pais), que nos fosse ministrada na farmácia!

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  2. Hahaha ninguém merece ter que ler os teus apontamentos!

    Tenho a certeza que, apesar de tudo, o dia correu lindamente. Gostaria de ter podido presenciá-lo.

    Beijinho

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