sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012

A todos os que me acompanharam durante este ano, mais ou menos silenciosamente, e comigo partilharam as minhas (des)venturas desejo um Ano de 2012 cheio de serenidade.

Não nomeio ninguém em particular, pois todos têm o seu lugar no meu coração.

Obrigada pela vossa amizade e carinho.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano novo, leite novo

Está tomada a primeira, grande, resolução de ano novo.

Dia 1, a pequena Benedita começa a beber o leitinho pelo biberão.

É que aquele dentinho, único e aguçado, já anda a fazer estragos. E eu não fiz mal a ninguém.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SOS Mãe em crise

A pequena, quando lhe convém, grande Leonor não me dá tréguas. Vive agarrada a mim, ao mesmo tempo que faz birras monumentais daquelas com direito a espernear no chão.

Está a conseguir, não só deixar-me à beira da loucura, por-me cheia de dúvidas existenciais.

Alguma coisa está a falhar?

As teorias são mais do que muitas. Tenho ouvido de tudo. Desde o mimo em excesso, que será compreensível por causa das circunstâncias que rodearam a sua gestação e primeiros meses de vida,até ao sofrimento pelo nascimento da Benedita.

Nos poucos momentos de racionalidade que vou conseguindo ter, penso que será só uma fase. Parece que a dos 2/3 anos nem sempre é fácil.

De duas coisas tenho a certeza, mimo (=amor) nunca fez mal a ninguém e não conseguiríamos dar-lhe mais atenção do que damos.

Sei que, rapidamente, vou lamentar o que me apetece fazer agora. Ter uns diazinhos de férias numa ilha deserta. Sózinha.

Daqui a muito pouco tempo não vai querer saber de mim, senão para lhe emprestar o multibanco. Mas, neste momento, as fériazinhas vinham mesmo a calhar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jamais confiar

Quando a nossa filha, a quem deixámos carregar nas teclas do multibanco, começa a recitar em voz alta o código secreto, percebemos que não se pode confiar em ninguém.

Muito menos em crianças matreiras, capazes de conspirar contra a própria mãe.

sábado, 24 de dezembro de 2011

HO HO HO



Feliz Natal a todos os meus queridos amigos, reais e virtuais.

Que o Menino Jesus, na sua justiça, dê a cada um de acordo com as necessidades e sonhos.

Muita Paz, Amor, Saúde e Amizade, preferencialmente com alguns euritos no bolso.

Um Santo e Doce Natal

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Obrigada Silvina

Hoje, ao abrir a caixa do correio, tive uma agradável surpresa.

Debaixo de um envelope, com uma conta para pagar, lá estava outro mais pequenino e muito mais simpático vindo, directamente, da cidade luz.

Obrigada minha querida Silvina.


Cá te espero para o cafezinho.

PS Também não me importava de o beber em Paris :)

Para 5 só faltam 3

Fez ontem dois anos que fiz a última sessão de quimio. Estou, ofialmente, a 3 anos de ouvir a palavrinha mágica começada por C.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ser mãe é ...

...ter de optar entre deitar ao chão a filha, de 9 meses, que estamos a amamentar ou impedir que a filha, de 31 meses, coma um pastel de nata acabadinho de sair do cesto das fraldas sujas.

Optei por continuar a amamentar.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Natal não é para as crianças

Depois de :

Assistir à cena de uma mãe que obrigou a filha, que berrava por querer ir para casa, a tirar uma foto com o Pai Natal.

Criticar a senhora.

Ver a Leonor em pânico, com medo do velhote das barbas brancas e insistir (depois de ter criticado a outra mãe) com ela para que deixasse tirar uma foto.

Ver uma criança a vomitar por causa dos nervos provocados pela festa de Natal do infantário e outras a chorar no meio do palco da mesma festa, enquanto os pais tiravam fotos.

Concluí que o Natal não é para crianças. Pelo menos não para crianças com menos de 6 anos. O Natal é para os pais, entre os quais me incluo,a quem a paternidade deve queimar a mioleira.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A dificuldade de tomar vitaminas para a memória ...

... é lembrar-me de as comprar. Mesmo depois de ter ido à farmácia dois dias seguidos.

La Movida em Aveiro

La Movida em Aveiro chez moi.

Entre bronquiolites (da mais pequena) e pesadelos (da menos pequena), as noites lá em casa têm sido uma animação.

Estou a pensar, seriamente, em meter-me nos speeds para aguentar a pedalada. Doutra forma, acho que vou dar o tilt.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Presépio by Leonor



Todos de castigo, virados para a parede.

Boletim Clínico

Ontem lá fui, estrear-me na Nefrologia.
A médica é amorosa e, apesar de não ter podido acrescentar nada àquilo que eu já sabia (está dependente de exames complementares), deixou-me mais descansada.

Segundo ela, os valores anormais de proteinuria na urina devem ter origem num dos fármacos da quimio. No entanto, como são baixos, o mais provável é que não venham a chatear muito.

Descartou a hipótese de fazer biópsia aos rins, o que me aliviou muito (diga-se de passagem). Para já, vou só fazer análises ao sangue.

Pelos vistos os valores são só uma "coisinha", expressão que me deixou de sorriso nos lábios pois lembrou-me um videoclip que passa no Canal Panda (onde mais poderia ser) do qual todos gostamos cá em casa.

Em resumo, pode ser algo chato ou não (grande novidade). Mas o mais provável é que seja uma doença daquelas que não chateia (conceito novo para mim, que sempre julguei que todas as doenças chateavam por natureza).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cismada

De acordo com a Leonor, o papá está no Çambique... e a Xana Toc Toc também.

Fiquei cismada

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Despedida inesquecível

Em vésperas de o meu homem voar para Moçambique, onde estará quase 15 dias, resolvi que a despedida deveria ser inesquecível.

Para tal, qual matrona, passei o domingo de pijama, a correr entre o fogão e o estendal (com alguns desvios para mudar fraldas e limpar ranho).

Aposto que não se esquecerá da minha linda imagem.

Como diz o outro "depois queixa-te, Susana".

PS Pelo menos o arroz de cabidela ficou bom.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Qual estripador, qual quê

Tivesse eu desejo de fama, e tinha o caminho para lá chegar muito facilitado.

Descobri ontem uma coisa que ia deixar a produção da Casa dos Segredos a esfregar as mãos de contente.

Depois de revelar o meu segredo, o filho do, suposto, estripador de Lisboa ficaria sem qualquer hipótese.

Como sou uma língua de trapos, vou revelar.

Acho que dei à luz a reencarnação do rei Herodes.

Deixei ao alcance da Leonor o 1.º presépio que lhe comprei. E a facínora não esteve com meias medidas, pegou na Nossa Senhora e arrancou-lhe o Menino dos braços. Não satisfeita, atirou o Menino para o chão.

À noite, não sei se com a consciência pesada, pediu-me para lhe contar a história do "Menino Jesus ou lá o que é".

Um encanto, esta pequena.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O choque

Perceber, passadas quase 2 décadas, que uma coisa que sempre assumimos como verdade fundamental está errada é um choque.

Pois é, sr.ª professora de antropologia cultural, descobri que tudo aquilo que adquirimos após o nascimento não é cultura (como sempre nos disse).

Tudo aquilo que aduirimos, vivemos, respiramos (...) após o nascimento é jurídico.

Alguns, que não propriamente os juristas, perceberão esta minha nova verdade.

E eu, que sempre detestei filosofia, dou por mim (quase 20 anos depois) a filosofar

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O que será

Sinto um cansaço tão grande, que nem sei explicar.

O ritmo dos meus dias tem sido muito intenso, e continuará a ser (pelo menos até as cachopas ganharem asas e me darem com os pés o que, a manter-se o actual estado de coisas, só deve acontecer daqui a 35 anos).

Não é propriamente o cansaço que me angustia, mas a incapacidade de me concentrar e de fixar no que quer que seja.

As ideias andam sempre a mil à hora e nunca estou onde estou. Se estiver no sofá (coisa rara) penso no supermercado; se estiver no supermercado penso no trabalho; se estiver no trabalho, penso no trabalho (também) e em tudo que me espera em casa (roupa, louça, brinquedos espalhados por todo o lado ....).


As falhas, naturalmente, começam a surgir em todas as vertentes da minha vida da qual começo a sentir não estar a dar conta.

Tudo seria normalíssimo, não fosse a dúvida que paira sempre no ar. Será só do ritmo frenético que levo? Será efeito secundário da quimio? Será?...

Tudo o que quero é ser uma pessoa normal, apesar das palavras da médica "depois de ter feito quimio, nunca mais será uma pessoa normal...".

Não quero, nunca, ter de usar a desculpa de ter feito quimio, ter passado (e passar ainda, por vezes) por momentos de muita tensão psicológica, bla, bla, bla.

O que é certo é que a dúvida surge, constantemente.

Enfim, tenho andado meia parva como se pode perceber.

O que vale é que estas minhas fases de dúvidas existenciais costumam ser passageiras e quase aposto que o facto de estarmos em vésperas de um feriado ajudará a

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vitória é ...

... conseguir juntar um par de meias, passados 4 meses.

Arrumada, que mete medo, a minha casa.

Sabias Pai Natal?

... que saiu um livro da Isabel Allende e outro do Carlos Ruiz Zafon?

Se estiveres sem ideias .....

PS

Para mim? que ideia?! É para uma amiga minha

Eh,eh

Boletim Clínico

Há tempos que não fazia um Boletim Clínico. Era esse o nome que dava ao e.mail que enviava aos meus amigos e colegas, antes de ter o blog, para os actualizar quanto ao meu estado de saúde.

Na passada 4.ª feira foi dia de consulta no IPO.

Coincidentemente, foi no dia em que saiu a entrevista na TV MAIS. Não fosse comigo e dizia que tinha sido campanha de marketing. Mas não, a consulta estava marcada há muito e há muito que a TV MAIS sai à 4.ª feira.

Tal como me recomendou a médica de medicina interna, levei as minhas análises e, tal como previa, a minha querida oncologista pediu consulta de nefrologia.

Segundo indicam as análises, estará tudo bem na parte oncológica (o que é muito bom); agora teremos de averiguar o que significam os valores alterados de proteinúria.

Não vale a pena especular. Pode não ser nada, pode ser alguma coisa que não chateie muito ou algo que chateie bastante, segundo a médica.

Resta-me esperar pelo dia 9 de Dezembro, dia em que voltarei ao IPO para conhecer a 3.ª especialidade. Comecei na dermatologia, passei para a onco-hematologia e agora nefrologia. Rico curriculo.

sábado, 19 de novembro de 2011

8 meses

Fez ontem 8 meses, a minha Benedita.

Há cerca de 3 semanas começou a dormir a noite toda, pelo que só precisa da vaca Mimosa, à noitinha (antes de adormecer)e ao pequeno almoço.

Já se senta muita bem e está mortinha por começar a andar atrás da mana. Continua completamente desdentada e muito simpática.

Estou apaixonada.

4. ª feira, dia 23 de Novembro, na TV MAIS

Poderão ver-me, e a Mr. Hodgkin.

Obrigada Teresa P. Agradeço também à Cláudia, uma jornalista muito simpática e meiguinha que soube transmitir aquilo que lhe disse.

Reagi bem, dento do contexto. Acho que sim.

Tenho orgulho nisso? Muito.

Sou humana e, como tal, tive e tenho medo que o gajo (leia-se cancro)volte? Ainda mais.

Conclusão:


Nunca, mas nunca, dar o jogo por perdido (ou não valeria a pena entrar em campo), tem de ser o lema.

Vencedora? Em 2014 falamos

Até lá, vida normal (seja lá isso o que for)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Se ela o diz

"Mãe, o pai é muito complicado!

Porque é que dizes isso, Leonor?

"Porque é tótó".

A minha filha começa a conhecer os homens.

PS

Brincadeirinha

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mãe, tens de pedir

"Mãe, quando quiseres fazer cócó e xi-xi tens de pedir ao pai e à Maria Leonor", disse ela, altiva e de dedo em riste, enquanto estava sentada no pote.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

2 anos e meio




Apesar de o negar veementemente, ela diz que fez 3 anos, foi no domingo que a princesa rainha completou dois anos e meio.

Escusado será dizer que está numa fase espectacular. Repete tudo o que ouve, com o cuidado de o adaptar à pessoa concreta e no momento oportuno.

"Vai para a cozinha mãe, não te quero aí sózinha"; "A Meledita não precisa da chupeta, não faças fitas"são só pequenos exemplos dos ralhetes que passo o dia a ouvir.

Uma vez ou outra passa-se dos carretos e tenta assassinar-me, como na noite de sábado, em que se agarrou aos meus cabelos a estrebuchar. Mas a culpa foi minha, claro. Afinal, que mãe é que se esquece da chupeta da filha em casa dos avós.

Um espectáculo de miúda, cada vez mais decidida e senhora do seu nariz que, quando vê a coisa mal parada, nos desarma com o seu "estás contenti".

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Põe-te fina

"Põe-te fina, com as compras de Natal".

Foi assim mesmo, à boa maneira do norte, que o meu cônjuge me relembrou os compromissos que Portugal assumiu com a Troika e que ele está apostado em ajudar a honrar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Link da entrevista à querida Júlia

Para quem não teve oportunidade de ver, aqui fica o link onde podem ver a entrevista à querida amiga Júlia. Falo a partir do minuto 15, mais coisa menos coisa.

Peço desculpa ser feito de forma arcaica, mas os meus conhecimentos informáticos não dão para mais.


http://sic.sapo.pt/online/sites+sic/querida-julia/diario/grávida+doente.htm


Uma vez mais agradeço todos os comentários que tenho recebido.

Quanto ao tempo de duração da entrevista, que me têm dito ter sido curto, só digo que deve ter sido o necessário para divulgar a novela (imagino não ter sido convidada pelos meus lindos olhos). O comércio assim o exige.

Não recebi nada pela publicidade. Independentemente do objectivo subjacente ao programa, acho importante que se fale "bem" do cancro.

Fiquei contente por não terem feito uma coisa a puxar à lagrimita. Aliás, quando fui contactada disse logo que não queria nada disso. Quanto às lágrimas da outra senhora, creio que foram a forma de descarregar a tensão emocional que sentiu enquanto falava.

E pronto, apagadas que estão as luzes da ribalta, volto à minha vidinha normal, com a parte chata de ter deixado de ter pretexto para não lavar a louça. Lá se foram as french nails.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

5 minutos de fama

Cá estou eu, de regresso a casa, depois dos meus 5 minutos de fama.

Quero agradecer todos os simpáticos comentários que tenho recebido.

O dia de hoje serviu para confirmar que sou melhor a escrever do que a falar.

Havia tanto para dizer e sinto que me engasguei demasiado. Espero ter conseguido transmitir parte do que queria - a necessidade de encarar a vida com optimismo.

Depois da fama, o regresso à vida real.

Tenho de descobrir como tirar o estuque da cara. Desmaquilhante é coisa que não existe para estes lados (e a existir já terá uns bons 5 anitos, pelo que não deve ser conveniente arriscar).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chantageada

Não me acontecia desde que, na adolescência, a minha irmã do meio começou a recitar, de cor, o meu diário.

Neste momento sou vítima da pior chantagem psicológica e todos os motivos servem.Ora porque quer a chupeta, fora de horas, ora porque se lembra que não quer sopa.

A chantagem é exercida sob a forma de choro, aparentemente, desesperado e o meu coração de manteiga quase sangra à velocidade com que as lágrimas da meliante caem.

Há dias, antes do jantar, estava a lavar-lhe as mãos e carreguei no dispensador de sabonete líquido. Começou a chorar convulsivamente e eu perguntei "que foi filha, a mãe magoou-te" (na minha inocência pensei que a teria trilhado. E responde-me ela "sim", continuando a chorar. Quase a chorar também, abracei-a, cobri-a de beijos e, como por milagre, o choro parou para começar a gritaria "EU NÃO QUERO SOPINHA".

E isto é só um pequeno exemplo da tortura psicológica a que sou submetida diariamente.

Vale-me o blog para desabafar. Qualquer dia ganho coragem e denuncio-a às autoridades.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Dia 8 de Novembro, numa televisão perto de si

Dia 8 de Novembro, algures entre as 11h00 e as 13h00, podem ver-me, ao vivo e a cores, no Programa "Querida Júlia" (SIC).

O tema será, como não podia deixar de ser "Me and Mr. Hodgkin".

Apesar do medo de me espalhar ao comprido no meio do cenário, ou ficar gaga durante a entrevista, resolvi aceitar o convite.

Poder transmitir algum alento a quem dele precisa, é uma forma de dar sentido à doença.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Camas separadas

Nunca pensei que isto viesse a acontecer, mas o certo é que aconteceu. Ao fim de qua tro anos de casamento, começámos a dormir em camas separadas, falamos através de e.mail e os poucos momentos a dois são aqueles em que conseguimos dar uma escapadela ao supermercado ou outros sítios, aparentemente sem interesse.

A culpa, claro está, é das nossas patroas.

A mais velha só quer dormir com a mamã, não dispensando, durante o processo de adormecimento, o meu cabelo e a sua historinha. Claro está que a minha voz começa a ficar distorcida ao fim da 2.ª linha do livro e logo adormeço até que a patroa mais nova começa a chamar (lá para as 03h30, mais coisa menos coisa).

Depois de dormir a 1.ª prestação, lá vou eu a cambalear escada acima (não sei bem como, ainda, não me parti toda) para a minha cama.


Entre fraldas, sopas e banhos, o tempo é muito escasso e leva-nos a ter de inventar momentos. E foi num desses momentos, em pleno workshop de programação neurolinguística, que o meu marido me fez a declaração de amor mais bonita, e surpreendente, que já vi.

Moral da história: nem tudo o que parece é

sábado, 22 de outubro de 2011

Este blog recebeu uma distinção

Neste momento em que escrevo tenho baba até ao queixo. Ao dar uma vista de olhos pelos blogs que sigo,mais ou menos silenciosamente, todos os dias, deparei-me com uma grande surpresa. A Margarida Faro, do blog "Mamas à Lupa", dedicou-me um post(http://cancrosdemama.blogspot.com/2011/10/distincao.html), no qual foi muito simpática.

A surpresa não foi ter sido simpática, porque é-o sempre, mas a distinção em si.

Como sou uma completa nulidade em termos informáticos, não consigo mais do que copiar o endereço e colar aqui, para que possam, mais do que ler o post, visitar o blog da Margarida.

Receber elogios é sempre bom e o gozo é, ainda, maior quando o elogio vem de alguém que admiramos, por considerarmos ser uma força da natureza. Na sua humanidade, que inclui forças e fraquezas, a Margarida tem sido para mim um exemplo de perseverança e superação.

Assim, e porque é merecedora de todo o mimo, retribuo, desta forma, aquele que me deu ao escrever o seu post.

Obrigada Guida.Um dia destes havemos de juntar a criançada toda e fazer uma festarola.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

E agora, digo a verdade?

No domingo, à hora do jantar, fiz o meu melhor sorriso e disse: " amanhã é dia de trabalho e escolinha, não é Nônô?"

Resposta: "é mãe, estás contenti?"

Começaram as perguntas difíceis. E agora, digo a verdade?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nefrologia, aí vou eu

Como pude constatar ontem, começar uma consulta de rotina com a pergunta "quando foi a sua última consulta no IPO?" não é grande coisa.

Ia eu, quase, totalmente descontraída para a consulta de medicina interna e saí de lá com a indicação de me dirigir à nefrologia. Ao que parece o valor que esteve sempre elevado durante a gravidez, mantém-se (ainda que um pouco mais baixo). A médica sugeriu (com toda a razão) que pedisse para ser vista no IPO onde, afinal, já sou da casa. A alternativa é enviar-me para o hospital de Gaia, o que era uma chatice pois não me apetece nada ter de voltar a contar a, atribulada, história dos últimos 2 anos e tal.

Passada a hora seguinte, em que a cabeça andou a mil, desliguei o complicómetro (nada como uma voltinha no hiper para fazer milagres).

Pelo sim pelo não, acho que vou ligar à minha oncologista, pois a próxima consulta é só no final de Novembro.

Não deve ser nada, pelo menos relacionado com o linfoma, mas já dá para amolar (como diria uma colega minha).

Haja pachorra

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Há 7 meses, por esta hora

Faz hoje 7 meses, por esta hora, estava prestes a receber a Benedita nos braços.

A cada minuto que passa tenho maior certeza que esta menina foi uma benção e, tal como como a Leonor, veio na hora certa.

As manas estão cada vez mais unidas. Ainda esta manhã, ao ouvir a Benedita chorar, a Leonor me disse "mamã, acho que a Meledita tem razão".

É um namoro pegado entre as duas, apesar de já meter puxões de cabelo e sapatadas como qualquer relação fraternal.

Sou uma mãe feliz!

A tia Du é fixe

No último post cometi uma grave omissão. Esqueci-me de referir que a estadia no Mosteiro de S. Cristóvão de Lafões foi, em parte, cortesia da tia Du. Aqui fica a menção honrosa.

Querida tia Du, gosto muito de ti e das tuas prendas. Nunca tenhas medo que me enjoe delas. Tens muito bom gosto.

Uma grande beijoca

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Estivemos aqui

Pelo 2.º ano consecutivo, fomos comemorar o aniversário de casamento ao Mosteiro de S. Cristovão de Lafões, pelo qual estamos apaixonados.

O local é lindíssimo, os proprietários encantadores.

Porque se trata de um pedacinho da história de Portugal, não podia deixar de partilhar a origemndo Mosteiro.

O texto infra foi copiado do site http://mosteirosaocristovao.com/pt,cuja visita aconselho. As fotos do site, mil vezes melhores do que aquelas que eu tirei, retratam bem a beleza do local.

"Fundado nos alvores da nacionalidade, dotado de carta de couto (de Valadares) por D. Afonso Henriques em 1153, o Mosteiro de S. Cristóvão foi, provavelmente, a primeira abadia cisterciense criada em Portugal, afiliada na casa mãe de Clairvaux (Claraval) que foi  o mosteiro de S. Bernardo.

Conheceu épocas de miséria (particularmente no tempo dos abades comendatários) e de algum esplendor (p. ex., aquando da sua reconstrução nos finais do sec. XVII) e, sobretudo quando gozou da protecção e generosidade do rei D. João V, com direito ao título de Real Mosteiro de S. Cristóvão de Lafões.

Após a expulsão das ordens religiosas, em 1834, vendido em hasta pública, passou de mão em mão, degradando-se até ao estado ruinoso em que foi adquirido, em 1984, pelos actuais proprietários.

Objecto de uma demorada intervenção recuperadora, respeitosa da estrutura e do estilo monástico, o Mosteiro é hoje um local de acolhimento e de partilha.

Destaque especial para o refeitório, restaurado na sua pureza monástica, para o elegante lavabo e para a monumental escadaria de acesso ao andar nobre.

O Mosteiro está classificado pela DGT como “de interesse histórico, arquitectónico e cultural” e pelo Igespar como Monumento de Interesse Público".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

SOS

Se não der notícias nas próximas 24 horas, procurem-me debaixo da pilha de roupa que está à beira da tábua de passar a ferro.

PS

Estou a falar a sério

Corrente de positivismo

Algumas das pessoas que por aqui passam têm elogiado aquilo a que chamaram "corrente de positivismo" que, segundo elas, paira neste blog.

Tenho pensado muito nisso. O primeiro sentimento que me assola é o de felicidade.

Como sabem criei o blog num momento em que travava uma grande guerra contra um cancro, na forma de Mr. Hodgkin. Fi-lo para não só para desabafar, mas também porque acreditei (e acredito) que a minha experiência pode dar ânimo a outras pessoas, tais como blogs com a mesma origem me deram a mim. Fico, por isso, muito feliz quando me dizem que aquilo que escrevo (seja dito em tom sério ou de baboseira, mas nem por isso menos sério) faz alguém sorrir.

Em relação ao positivismo, é das tais coisas (como a fé) que tenho dificuldade em explicar.

Como dizia Ortega Y Gasset (hoje estou muito erudita) "Nós somos nós e as nossas circunstâncias". Posso agradecer aquilo que sou, e a maneira como tento encarar as adversidades,a muitas pessoas e a muitas coisas.

Os meus avós e pais sempre me ensinaram que a vida não é sempre aquilo que queremos e, por isso, temos de saber viver com as contrariedades. A minha avó deu-me a conhecer um Deus, que é Amigo e que "nunca nos dá uma cruz maior do que aquela que conseguimos carregar". O meu marido dá-me todo o Amor e liberdade, nunca me deixando só. As minhas filhas são uma fonte de vida nova. Os meus amigos dão sempre "o corpo ao manifesto", como se costuma dizer. E podia continuar a elencar motivos que me fazem ser positiva.

Contudo, há uma parte essencial que depende de mim e que não posso deixar para os outros. A vontade de lutar. A reacção tem de partir de mim. De nada adianta ter todos os outros à nossa volta a puxar o barco se nós não colaborarmos. Foi isso mesmo que tentei fazer durante a fase activa da doença.

Tive, e tenho, muito medo. Já o disse, e repito, não há dia que não pense no cancro. Que não passe a mão, vezes sem conta, na cicatriz do local onde me colocaram o cateter. Tenho grande momentos de angústia, mas acho que isso faz parte do ser humano e só mostra que gosto de viver.

Não sou uma pessoa totalmente realizada, acho que ninguém o é. Não vou é ficar sentada à espera da realização total. Perante o menos bom procuro centrar-me num ensinamento recente, que não me sai da cabeça, quando surge um problema temos de procurar soluções, e não pensar em mais obstáculos.

É assim que procuro viver, nuns dias mais bem disposta noutros menos, mas sempre a andar porque apesar das costelas alentejanas, de que tanto me orgulho, sentar e esperar que passe não é, de todo, a solução.

Presentemente, e tirando algum stress, sinto-me muito bem.

Porque uma imagem vale mais que 1000 palavras




Andava eu à procura de uma foto que ilustrasse a data que hoje comemoramos, e a pensar nas palvras que a descrevesse, quando me deparo com esta tirada, há 4 anos em Budapeste, durante a nossa lua de mel.

Só por acaso, os amores perfeitos são a minha flor favorita. Só por acaso, simbolizam tudo aquilo que sinto.

domingo, 2 de outubro de 2011

Depois da semana mais louca do ano

Depois daquela que foi (espero eu) a semana mais louca do ano, a decisão está tomada.

A família Neves Pinto vai entrar para um Mosteiro, o de S. Cristóvão de Lafões, o mesmo onde estivemos no ano passado, ainda a Benedita era um feijãozinho, e que do qual tanto gostámos.

Serão só 2 noites, mas aposto que vai valer a pena, para renovar a alma.

Aproximam-se as comemorações do 4.º aniversário do casamento dos papás Pinto.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Começa cedo

"Mãe vem cá, que ela está a puxar-me os cabelos. Olha Dita pronto, estou chateada contigo".

E a pequena deliciada, por ter a mana ao lado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

De vento em popa

A vida corre-me de vento em popa. Há muito tempo que não me sentia tão bem, apesar das muitas questões existenciais que teimam em não me deixar.

A falta de notícias deve-se, unica e exclusivamente, a questões técnicas.

Bem, vou alimentar as crias.

Até à próxima.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Isso sim são problemas

Estava eu quase, afogada em trabalho e quase a cortar os pulsos, quando recebi um telefonema da minha mãe.

"Olha, quando puderespassa pelo infantário porque ficou lá a pê da Leonor. Ah, e o computador do Noddy veio sem CD".

Mais palavras para quê. Isso sim são problemas.

Deprimente

Depois de uma noite dormida às prestações, cheguei à conslusão que há poucas coisas mais deprimentes do que sonhar com cadernos de encargos.

Ainda nem passaram 15 dias e já não sei de que terra sou. Irra.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Eu só queria o Canal Panda

Por favor, senhores da tv por cabo, apareçam para ligar os v/serviços.

Vá lá, please. eE pago o pacote todo, apesar de só precisar do Canal Panda.

Bruta como uma carroça

Bruta como uma carroça. É assim mesmo que me sinto, depois de ter telefonado ao meu inquilino a reclamar um pagamento que o rapaz já tinha feito há 15 dias.

O suficiente para que alguns machos latinos, mais zelosos da sua honra, me partissem a cara.

´Lá tive de me fazer pequenina, e com a voz a tremelicar, tornar a ligar ao rapaz, desta vez a pedir mil desculpas.

A dúvida agora é, onde é que gastei, sem dar conta, um valor com 3 dígitos. Sim, que o dito pagamento não está reflectido no saldo bancário.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Felicidades avó

Sou uma das afortunadas que se pode orgulhar de ter duas mães na terra, a biológica e a avó Silvina.

Querida avó, neste que é o teu dia desejo-te toda a felicidade do mundo. Se há alguém que merece o melhor do mundo, és tu. Por ti, e para te ver bem, darei sempre o meu melhor.

Muitos beijinhos

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Parabéns tia Dulce

Parabéns mana do meio.
Consegui roubar o computador à tua sobrinha mais velha, para vir desejar-te um feliz aniversário.
Que os 30 te tragam toda a alegria e realização que desejas e mereces.
Beijinhos da família Neves Pinto

domingo, 11 de setembro de 2011

Só para avisar

Dói-me tudo. Das unhas dos pés à ponta dos cabelos.
Supeito que à noite ficarei com uma pontinha de febre.


PS
para não alarmar, esclareço que, tirando a dor de garganta, acho que as restantes dores são psicológicas

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A coisa promete

Em vésperas de voltar ao trabalho, há que começar a pensar na avaliação de desempenho.

Andava preocupada com o item "pontualidade" mas, a avaliar pelo péssimo ensaio geral, cheguei à conclusão que a estreia será um sucesso. Pelo menos é o que dizem.

Ando a simular a rotina do regresso ao trabalho, desde que as minhas patroas vão ao infantário. A coisa passa, em linhas gerais, por questões logísticas que implicam decidir quando é que a criada toma banho, de que patroa trata primeiro (etc,etc,etc). Depois há que deixar uns minutinhos para os imprevistos e imponderáveis.

Hoje, dia do ensaio geral, aconteceu de tudo. A Maria grande acordou de véspera. Recusou-se a vestir as calças e gritou que queria uma novas. Reclamou, também, das meias e camisola, mas essas consegui impingi-las. Depois de vestida, descalçou-se se foi enfiar-se debaixo dos lençóis. Pelo meio fez uma série de patifarias.

Enquanto isto a Maria pequena dormia placidamente, pelo que fui aproveitando o facto ao máximo. Quando fui tratar dela, já com os minutinhos contados, começaram os seus problemas intestinais.

Uma animação matinal, que originou meia hora de atraso face ao que havia definido e me fez sair de casa com os cabelos, literalmente, no ar.

Adivinham-se dias agitados.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cancro na Gravidez

A nova novela da SIC, "Rosa Fogo", vai focar o tema do cancro na gravidez.

Tiranas como são as minhas patroas, duvido que consiga ver a novela.

Estou curiosa por ver como irão abordar este tema que tanto me diz.

Bizarro

Bizarro, é o adjetivo que me ocorre para qualificar a minha experiência desta manhã.

Dispensando-me de entrar em pormenores, posso dizer que concluí ser mais fácil constituir uma sociedade, comprar uma casa (etc,etc,etc) do que aderir a uma certa TV por cabo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Amar a mãe é ...

... tirar macaquinhos do nariz e oferecer-lhos. E quando a mãe não os recebe, colá-los na parede.

Objectivo desta manhã

O plano para me fazer enlouquecer, maquiavelicamente orquestrado pela Maria grande, é composto por pequenos objectivos.

Uns identifico quase de imediato, outros nem por isso. O desta manhã era, claramente, conseguir partir-se toda antes de chegar à escolinha.

A rapariga esforçou-se, tenho de dar-lhe os parabéns, mas não conseguiu cair nem com a ajuda de cadeiras arrastadas de uma ponta à outra da casa.

Oxalá seja sempre decidida na vida e, acima de tudo, dirija bem a sua determinação (coisa que nem todos os adultos conseguem fazer).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sentida

Já sei que sou uma nódoa no que ao ato de engomar diz respeito, mas também não era preciso voltarem a pôr no cesto umas pecinhas que tentei passar a ferro.

Estou sentida!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Adaptação II

Para a Maria grande, também foi semana de mudanças. Depois de mais um mês de férias, lá teve de regressar à escolinha.
Para ela está a ser mais difícil. Não tem chorado, apesar de se agarrar às minhas pernas quando venho embora. A sala parece a casa dos horrores, com meninos a chorar copiosamente, mas será só uma questão de tempo.
A nível de comportamento, tenho a noção que piorou, e muito. Anda a testar os nossos limites que, diga-se de passagem, são muito mais curtos que os delas. Uma pequena rebelde que anda atrás de mim pela casa, com o dedo em riste e a gritar "cortem-lhe a cabeça" (influência de uma das suas histórias favoritas "Alice no País das Maravilhas").
O papá já anda a ler várias teorias educacionais porque o nosso método intuitivo parece não estar a funcionar.
Tira-me do sério e quando estou a subir pelas paredes dá cabo de mim, quando diz "mamã, gosto muito de ti".

Um amor, esta pestinha.

Adaptação I

Parece que ainda hoje nasceu e já está no infantário, a minha Maria pequena.
Esta semana começou a adaptação e não podia estar a correr melhor.
A piolha que foi referenciada como "mau feitio" é, agora, considerada uma das santinhas da sala.
Não podia estar mais orgulhosa da minha menina. E muito vaidosa, confesso, por ainda estar a ser amamentada em exclusivo. É bom para ela e para a minha cabecinha é extremamente importante (além de se poupar uns cobres).
Este fim de semana iniciar-se-á mais uma etapa, a da sopinha.
Tudo a correr sobre rodas e a uma velocidade vertiginosa.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A aproveitar os segundos

Neste momento, vivo um pequeno milagre.

As minhas patroas estão, AS DUAS, a dormir. Tirando a noite, em que dormimos os 4 (com uns intervalos, meus e da Benedita, pelo meio), é mesmo um momento raro.

As férias das pequenas estão a acabar e, confesso, que estou a precisar de uns minutinhos para mim.

Isto de ser mãe a dobrar é muito bom, mas o grau de exigência é tão elevado que, por vezes, receio não ter energia suficiente.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Já a pulga tem catarro

Leonor, empresta o teu peluche à mana.

Não, não é para crianças.

Já a pulga tem catarro

O cúmulo da vergonha

O cúmulo da vergonha é só perceber que temos de depilar as axilas quando a nossa filha olha para nós, com um ar horrorizado, e pergunta "o que é isto"?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dita catita



E aos 5 meses, a miúda está uma giraça (modéstia à parte). Toda vivaça e curiosa.

Um mimo.

I´m in love

Para o pai da Carla e restante família

Antes de me perder nos meus habituais devaneios, começo por desejar muita força ao pai da Carla, uma visitante deste blog, que é mais um guerreiro a iniciar a sua luta.

Tenho a certeza que tudo correrá pelo melhor e que, com a ajuda daqueles que o amam, sairá vencedor e ainda mais amado, pois se há coisa que este bicho consegue é reforçar os laços de amor, tão essenciais à cura.

Fico contente por encontrarem algum alento aqui no meu cantinho. Foi, também, em blogs deste género que o encontrei. E é também por isso que não acabo com o blog, ou o converto definitivamente num baby blog. Continuo a acreditar que nada é em vão e se a minha história puder ajudar alguém já teve razão de ser.

Peço à Carla que vá dando notícias.

Beijinhos

sábado, 13 de agosto de 2011

27 meses


Sua alteza real, princesa rainha Maria grande faz hoje 27 meses.
Estamos na interessante fase do desfralde. Até ao momento tem corrido bem, mas confesso que não tenho arriscado muito.
A minha mais velha é uma terrorista daquelas bem perigosas, pois quando está com estranhos veste a pele de cordeiro. Parece que não parte um prato, mas em casa parte o serviço todo.
Cada vez mais apaixonada pela sua mana, é uma irmã muito protetora que tanto ralha como dá muitos mimos. É de ir às lágrimas, quando começa a dizer "ai que coisa mais linda, que pézinhos tão bonitos; temos de mudar esse cocózinho".
A personalidade essa está cada vez mais vincada. Não é não e só precisa de o dizer uma vez para percebermos. Tem feitio de líder, dizem-me no infantário.
O 1.º objetivo que traçou na vida, já aqui o anunciei. Anseia comprar uma moldura e passa o dia a dizer que quer ir trabalhar. Parece que estou a criar uma workhaolic, apesar de em casa não deixar transparecer. Cheira-me que vou ser a nova D.ª Dolores.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ainda sou do tempo

Ainda sou do tempo em que as pessoas mandavam cartas umas às outras e os CTT tinha como principal função o envio de correspondência. Agora, como diz o meu marido, ainda enviam correspondência. As estações de CTT vendem de tudo e mais alguma coisa e nos intervalos tratam de enviar contas para pagar e notificações judiciais.

Ainda sou do tempo em que se usava o telefone fixo para comunicar. Agora só serve para telemarketing e vigiar o trabalho de quem anda a colocar publicidade na caixa do correio ou a fazer entregas (numa semana recebi dois telefonemas da PIDE).

Ainda sou do tempo em que se trocavam sms. Havia até quem se conhecesse por esse meio. Agora as sms só são utilizadas para publicidade.

Ainda sou do tempo em que as meninas (a algumas mais graúdas) escreviam diários. Agora escarrapachamos os nossos pensamentos nas redes sociais (e eu que o diga).

Engraçado como as coisas mudam! E em pouco tempo, que não sou assim tão velha!

"Estou pronto para a luta"

Mais um guerreiro que vai começar a sua luta contra o cancro.

Boa sorte Reynaldo Gianecchini

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Paris de France

Abri o armário da cozinha da minha avó e lá estavam. Sucre en poudre, sucre en morceaux, langues de chat, Nescafe decafeine.

É oficial, chegou a voisine.

Só ficou a faltar a tour eiffel avec la neige. A coleção continua a ter só 21.

Será?

Hoje estou que nem um perú.
Consegui montar, sózinha, um móvel do IKEA.
Bem, na verdade é só uma pequena estrutura metálica com gavetas. Mas montei-a sózinha, a seguir um livro de instruções. Será que o meu cérebro venceu o bloqueio a livros de instruções?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A enviar CV´S

"Mãe, a Maria Leonor quer ir trabalhar. Sabes porquê mãe, quero comprar uma moldura para a fotografia que tirámos".

Face a esta tenacidade, resolvi ajudar a pequena e comecei a enviar os seus CV`S.



domingo, 7 de agosto de 2011

A pouco mais de um mês

A pouco mais de um mês do regresso ao trabalho, eis que a Maria pequena resolveu começar a acordar, e mamar, de duas em duas horas.

Um espetáculo, para quem tem de puxar pela cuca o dia todo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tenho um papagaio

Depois das andorinhas, arranjei um papagaio.

O bichinho é amoroso, mas deixa-me a cabeça em água. Não se cala um segundo e faz-me sentir como se vivesse numa gruta. Tudo o que digo é repetido, tipo eco, mais de uma vez.

Eu, que já não era dona do meu tempo nem das minhas coisas, tenho agora de ter atenção redobrada aos desabafos que são reproduzidos fielmente à frente de quem quer que seja.

Desconfio que à conta destes papagaios de duas pernas já houve muitas incompatibilidades. Tenho de aproveitar enquanto não me lê os pensamentos.

PS Não que eu diga mal dos outros, claro. Posso é ser mal interpretada pelo bichinho.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Obrigada Sónia

A Sónia era uma amiga, ainda que virtual, cuja vida seguia através do seu blog. Era uma guerreira que travava uma dura luta contra o cancro.

Venceu muitas batalhas e foi altruísta ao ponto de partilhar a sua vida e dar muita força a quem, como ela, vivia problemas semelhantes.

Deus entendeu levá-la e, apesar da dificuldade que tenho em perceber certas coisas, quero acreditar que o seu sofrimento não foi em vão.

Obrigada Sónia.

Bon, como o milho do Porto




O que é que uma gaja que se emociona numa festa de finalistas da pré-primária (só de imaginar a festa das suas filhas daqui a uns anos) pode dizer do concerto da sua banda preferida?

Brutal. Muito bom. Não só o concerto em si, mas tudo o que o rodeou e o que significou.

E a companhia não podia ser melhor. A melhor. Thank you my man, you´re the best.

As pequenas ficaram em ótimas mãos e nem se lembraram da nossa existência durante 4 horitas.

Em resumo, foi excelente sair com o marido como se fossemos adolescentes.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Como nova

Hoje foi dia de consulta de onco-hematologia. Segundo a médica, estou como nova.

Estupidamente, em vez de estar aos pulos de alegria, não esqueço que surgiu em conversa a alusão ao facto de que depois de ter feito quimio existir maior probabilidade de aparecerem neoplasias secundárias.

Enfim, vou ter de me habituar à ideia de ter a tal espada de dâmocles sobre a cabeça e adoptar a máxima do "carpe diem". Já só faltam 3 anos e meio para os famoso cinco que ditarão a minha liberdade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Diálogos fraternais

1
Benedita - uá, uá,uá = quero comer
Leonor - espera Dita, estou a lavar os minhos dentes. Pronto, pronto, pronto, Ditinha, não há problema

2
Benedita - uá, uá, uá = tenho sonho
Leonor - Dita, então que é isso? Não chores sem parar. Ai a brincadeira.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

E a voar se passaram 4 meses

E a voar, como um sonho dos bons, se passaram 4 meses.

A Benedita está muito crescida, percentil 75.

É uma alegria vê-la tão bem, cheia de paciência para aturar a Leonor que assumiu plenamente o papel de irmã mais velha e se farta de ralhar com ela. O amor que sentem uma pela outra é tão visível que deixa os papás embevecidos.

é caso para dizer "vieste na hora certa" minha querida.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aos 26 meses

1
"Vamos Leonor, que a mana está a chamar por nós".
"Tem calma mãe, estou a tomar banhinho".

2
"Uau mãe, pareces um palhacinho"

3
"Uau mãe, estás tão gira"

4
"Vem cá mãe, tive uma ideia. Senta-te aqui senão levas uma palmada na mão. Tenho muita coisa para fazer. Vou dar maminha à Dita".

Pontapé nas canelas

Esta mudança de casa tem-nos arredado da net e televisão. Algo que julgava impensável aconteceu. Concluímos que é possível viver ser computadores e televisão.
Até a Leonor tem comido sem se lembrar do youtube. A culpa é das andorinhas e, mais tarde, da lua que gostamos de ver da nossa janela.

Com as andorinhas tem sido uma relação de amor/ódio, sendo que o amor é bem maior e quase me faz esquecer o que aconteceu da 1.ª vez que estendi roupa na janela.

Os dias passam velozes e ando estafada. Levar a Maria maior ao infantário, tratar da exigente, embora cada vez menos, Maria pequena. Tentar arrumar um pouco do caos em que está a casa. E logo chega a hora de ir buscar a Maria grande. Em resumo, não consigo fazer nada em casa. Cheira-me que daqui a um ano ainda vou andar a procurar fronhas desaparecidas.

A partir das 22h esqueçam, é hora de aterrar.

Os dias estão tão preenchidos e os resultados das minhas tarefas são tão pouco visíveis que me apetece dar um pontapé nas canelas de quem se mete comigo por causa das minhas infindáveis "férias".

domingo, 10 de julho de 2011

Parabénssssssssssssssss

Hoje é dia de festa.
Aqui fica um grande beijinho de parabéns para o João Tiago, Dina, Dadinha e Carla Carlota.
Que tenham um dia pleno de alegrias, replicadas todos os restantes dias das suas vidas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pitoresco

Morar, rodeada de hortas, a 5 minutos da cidade está a revelar-se uma experiência muito interessante.

O arrendamento do apartamento inclui um condomínio de andorinhas, instalado mesmo em cima da janela da cozinha, o que torna o cenário ainda mais pitoresco.

Gosto muito (e a Leonor ainda mais)de ver a bichinhas. Escusavam era de se aliviar no peitoral da janela e na corda da roupa. Das duas uma, ou espero pelo inverno para esticar ali a roupa ou descubro um método, ecológico, de evitar o cocózinho.

Aceito sugestões.

PS Não vale a ideia de ir lá com um pau, às escondidas

terça-feira, 5 de julho de 2011

Boletim Clínico

Este será um mês de revisão geral.
Comecei hoje com a consulta de medicina interna e as notícias não podiam ser melhores. os valores que estavam alterados desceram mais de metade. pelos vistos era mesmo da gravidez e os meus rns estão ótimos.
Dia 13 tenho consulta rotina de dermatologia no IPO e dia 20 onco-hematologia (esta marcada porque a minha médica queria saber os resultados da consulta de medicina interna.

Conclusão - tudo sob controlo.

PS Um beijinho especial a todos quantos aguardavam este post.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Como explicar?

Como explicar, a uma criança de 2 anos, que o trajeto entre casa e o infantário passou de 50 para 2 Kms e, por isso, não terá tempo de ouvir 20 vezes seguidas a sua música preferida?

domingo, 3 de julho de 2011

Finalmente em Aveiro

3 anos e meio depois, cá estou novamente na cidade dos meus amores.
Enquanto me lembrar, nunca mais mudo de casa e se mudar deixo os móveis todos. Pensava que "dar a ferro", como dizem na terra do meu marido, fosse a coisa mais odiosa do mundo, mas enganei-me. Não há nada pior que o ato, físico, da mudança.
Não deixa, contudo, de ser interessante perceber que não usamos (e provavelmente nunca iremos usar) metade da cangalhada que temos em casa. Ou seja, poderíamos viver com metade, ou menos, daquilo que temos.
Além disso fiquei com a certeza que nesta família não há asmáticos, a avaliar pelo pó descoberto em sítios insupeitos, descobertos depois de desmontar os móveis.
Os próximos tempos adivinham-se animados, a arrumar cacos e cacarecos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Evidências

Ontem chamei o meu marido para mostrar uma foto tirada durante o namoro.

E diz ele, com uma sensibilidade de elefante, "deixa ver, tu é que deves estar diferente!".

Como se não bastasse, passado um bocado, diz "eu estou bastante melhor".

Tudo isto dito com uma espontaneidade e inocência que dá que pensar.

E eu, que tenho espelhos em casa, tenho de concordar com as evidências.

Resultado, esta manhã não entrou uma ponta de açucar nesta boquinha. Ao almoço é que tive de transigir e comer um geladinho caseiro, mas só porque tenho de esvaziar o congelador para o descongelar.

PS Os homens deviam experimentar parir para ver se ficavam bem melhores.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Oferta de Emprego (M/F)

Procura-se colaborador(a) com habilitações literárias mínimas ao nível do ensino básico para cuidar de bebé exigente.

As funções, a iniciar em Setembro, serão exercidas no infantário, entre as 09h e as 18h.

Complementarmente ao trabalho desenvolvido pelas funcionárias do infantário, o/a colaborador(a) deverá deitar-se ao lado da bebé, sorrir-lhe e pegar-lhe ao colo, sempre que a mesma exigir.

Requer-se elevada sensibilidade e extrema paciência.

O/a candidato(a) deverá ter os dedos polegares, sob pena de exclusão do processo de seleção.

Remuneração compatível com as funções.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Trela ou não trela, eis a questão.

Desde que a Benedita nasceu que a ideia de comprar um arnês de segurança para a Leonor me tem assaltado o espírito.

Tenho hesitado para não não traumatizar a pobrezinha mas quem tem ficado traumatizada sou eu. Ontem fez mais uma das dela. Tirei-a do carro, encaminhei-a para o passeio e disse "vai para o passeio, que a mãe precisa de pegar nos sacos".

Enquanto a criatura se encaminhava para o passeio, fiquei a controlar o trajeto com o olhar e baixei-me para apanhar os ditos sacos. A safada resolveu virar-se, à velocidade da luz, e correr para o meio da estrada.

Lá fui eu, com as pernas a tremer, agarrá-la pelo cachaço e dar-lhe uma palmada pedagógica que deu em nada pois a fralda tem um efeito amortecedor fora de série.

Todos os cuidados são poucos e não sabemos como nos desdobrar, ainda mais, para proteger as nossas crias. Esta, então, dá-nos cabo da moleirinha. A safada não tem noção do perigo, é certo, mas sabe bem como nos desafiar e esta foi, nitidamente, uma dessas situações.

Não queria dar-lhe motivos para se tornar uma adolescente problemática mas, a continuar assim, não se safa da trelinha. Prefiro pagar-lhe o psicólogo daqui a uns anos. Ufa, que isto cansa.

domingo, 19 de junho de 2011

Conflito de deveres

Nos últimos tempos tenho-me deparado com um confito de deveres que me faz reviver as aulas de direito penal.

Quem devo socorrer primeiro? A pequena que já está vermelha de tanto berrar, e só se calará quando eu lhe pegar ao colo, ou a maior que ameaça atirar-se da cadeira onde come a papa, caso eu não vá ter com ela assim que chama a primeira vez?

A resposta não é de cruzinha e é melhor ir pela minha sensibilidade porque pior do que um auditor do CEJ a copiar é ver uma mãe que acredita em soluções matemáticas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais fortezinha

Porque é que 100 ml de silicone injetados nas mamas de uma mulher a transformam numa boazona enquanto os mesmos 100 ml mas de leite só a fazem "mais fortezinha"?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

25 Meses



Sua Alteza Real, princesa rainha Maria Leonor, faz hoje 25 meses. Ainda não confirmei nos manuais mas, pela experiência, presumo que esta seja uma fase equiparada à pré-adolescência.

Não, não, não (assim mesmo) é a resposta que tem sempre na ponta da língua e que usa para toda e qualquer pergunta.

Quando não percebemos o seu ponto de vista, atira-se para o chão a gritar, sem sequer ver o estado do piso. Esta sua tendência é especialmente emocionante quando o chão está cheio de vidrinhos. Ontem resolveu sair da cama de grades e o papá só ouviu o estrondo. A sorte é que "ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo" e tinha um colchão mesmo ao lado da cama.

Ao nível da moda também já tem algo a dizer e começa a tornar-se difícil enfiar-lhe calças, especialmente se forem de ganga.

A língua está cada vez mais afiada e criou um dialeto próprio que utiliza quando o assunto não lhe agrada.

Está, em suma, uma pequena rebelde a minha Maria grande.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Me and Mr. Hodgkin

Até Dezembro de 2008, vivia num estado de santa ignorância. Não fazia ideia da existência de Mr. Hodgkin e até a palavra linfoma me passava ao lado.
Agora que o conheço, o gajo até nos livros da Agatha Christie me aparece (e já tinha lido muitos até então).

Se tivesse de escrever um livro sobre este senhor seria algo do género "twilight zone", género que, diga-se de passagem, sempre detestei. Tudo se passaria num mundo paralelo e os leitores ficariam sempre na dúvida sobre o que verdadeiramente aconteceu (ou pode ainda vir a acontecer).

Tudo me parece imaginação desta cabecinha de vento. Muitas vezes penso que sonhei e só as cicatrizes que me marcam o corpo mostram que algo se passa/passou.

Desde logo pelos, poucos, sintomas que apareceram mascarados de problemas bem mais simples de resolver. A ferida que foi furúnculo durante um bom tempo e a comichão que poderia indiciar problemas de fígado ou colestase gravídica e passaria após o parto.

A convicção do médico (99,99999%, disse) de que a situação teria ficado resolvida com a biópsia excisional e me deixou bem mais tranquila, sem desconfiar de nada quando começou a tal comichão horrível.

A ignorância é uma benção tão grande que, quando nasceu a Leonor, consegui deixar de sentir comichão. Seria, talvez, do Atarax que puseram no soro ou da força da mente.

Mas a comichão voltou em força e quando fui ao IPO, para fazer os exames que dariam os 100% de certeza de tudo estar resolvido, a médica palpou um gânglio axilar.

Bora lá fazer mais uma biópsiazinha, que doeu como tudo. E já agora, daí a uns dias, mais uma biópsia à medula óssea.

Estava a ignorante sentada na marquesa para fazer a biópsia à medula óssea, quando a médica diz "olhe é um Hodgkin", assim como quem diz é só uma gripe. "Dê-se por feliz porque é de muito bom prognóstico. Nem fixei a percentagem de sobrevida porque já estava no tal mundo paralelo.

Soube então que teria de fazer quimio e, mais tarde, radio.

Depois dos resultados de todos os exames, a coisa ganhou ainda mais emoção. Afinal era estadio IV, por isso só faria quimio e se esta não resultasse, teria de fazer outra que obrigaria a internamento.

Entretanto o coitado do meu cérebro ia tentando processar a informação. Felizmente na altura,sei-o agora, não processou metade.

Nos intervalos, havia que gerir a parte familiar. Contar o que se estava a passar (a maior dor de todas), cuidar de uma recém-nascida como se nada passasse (o maior objectivo) e, depois, tratar a paciente.

Chegar a casa, depois da 1.ª sessão de quimio, e não vomitar (nunca vomitei) foi das sensações mais estranhas que já vivi. Para mim, quimio era sinónimo de vómito. Passou-me tanta coisa pela cabeça, achei que havia erro médico, que o diagnóstico estava errado e os medicamentos também. Enfim, o cérebro pode não ter processado a informação mas fartou-se de trabalhar.

O cabelo começou a cair (nunca tinha imaginado que um fio de cabelo pesasse tanto). Algo me impedia de ir tratar da prótese capilar cuja prescrição tinha desde o primeiro dia. Estava aterrada pois nem jeito tenho para colocar ganchos, quanto mais lenços. De repente, aí a meio dos tratamentos, o cabelo deixa de cair. Nova dúvida existencial e até sentimento de culpa. Porque é que os efeitos secundários são tão duros em algumas pessoas e em mim até são suportáveis? Não sou mais que ninguém.

Assim contado até parece que foi canja, mas não foi. Só de reviver estes momentos, só de falar na quimio, fico enjoada. Por isso mesmo não sei explicar o turbilhão de sentimentos.

Ao longo de todo este percurso tenho momentos em que parece que estou, de fora, a ver um filme que não tem nada a ver com a minha vida.

Não esqueço as palavras da médica que disse que, depois daquela dose de quimio, nunca mais seria uma mulher normal.

Não me consigo alhear do facto de que só ouvirei a palavra cura daqui a uns tempitos.

Não consigo evitar ficar em pânico com a mais pequena comichão, que me lembra logo a palavra recidiva.

Acordo e deito-me a pensar em Mr. Hodgkin, o que me parece traição moral e motivo de divórcio.

Apesar disto tudo, continua a parecer-me que esta história nunca aconteceu. Não sinto efeitos secundários da quimio. Engravidei com uma rapidez fenomenal. Não vivo triste e acabrunhada.

Estarei a ficar louca?

PS
Não sei se o facto de estar a dias de voltar a análises e consultas, desta vez de medicina interna para apurar se os meus rins estão a bombar bem, terá alguma coisa a ver com este post parvo, no qual atropelo as ideias e não consigo exprimir tudo o que vai cá dentro.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Produtividade zero

Tenho três anos de uma vida para emalar, nenhuma vontade para o fazer e uma bebé de, quase, três meses que só se cala quando me deito ao seu lado para a venerar.

Os índices de produtividade cá em casa andam pelas ruas da amargura.

Brilhante

Brilhante esta tirada do Ricardo Araújo Pereira, no Governo Sombra (TSF). "Os políticos não vão para o céu. Vão para o CEO, que é como o céu, mas melhor.

Muito bom, mesmo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Crianças, esses seres amorosos

Hoje é dia mundial da criança e não podia deixar de o assinalar, agora que são esses seres amorosos que mandam e desmandam na minha vida.

Elas bolsam, fazem xi-xi (e outra coisa)em cima de mim; não me deixam dormir; riscam e rasgam os meus livros, preferencialmente aqueles com valor sentimental; adornam paredes, chão e sofás; atiram-se para o chão, em qualquer lado, e gritam como se estivessem possuídas; são tão fofinhas que deitam pratos cheios de comida ao chão, quando demoro mais do que 5 segundos a responder ao seu chamamento (.......).

Estes anjinhos brincam com os meus sentimentos, quando, depois de uma sessão de berros que me deixa à beira da loucura, fazem o seu melhor sorriso. Derretem-me quando, para dormir, pedem o meu cabelo e fazem um cafoné.

Dão-me e preenchem a vida, as fofinhas.

terça-feira, 31 de maio de 2011

E trabalhar, não?

A menina tornou-se conhecida pela virgindade. Deu entrevistas, fez sessões fotográficas,escreveu um livro, tornou-se cronista. E aquilo que parecia um acto louvável, a afirmação de um princípio e a sua defesa sem vergonha, tornou-se um negócio.

Agora o negócio cresceu. A menina veio anunciar ao mundo que deixou de o ser. Perdeu a virgindade, mas não foi com o amor da sua vida, tal como pretendia. Entretanto aumentou os seios e até agradeceu publicamente ao cirurgião benemérito. E voltaram as entrevistas.

Fico, ansiosa, à espera do próximo capítulo. Provavelmente a cirurugia de reconstrução do hímen.

E trabalhar, não? Ups, ela trabalha e nunca se esquece de dizer publicamente o nome da entidade empregadora. O rendimento é que, pelos vistos, não será suficiente para realizar todos os seus sonhos.

E, assim, aquilo que tinha tudo para ser um grande exemplo de vida, transformou-se num negócio altamente lucrativo. Que pena.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Evidência

Sabemos que nunca ascenderemos na pirâmide social quando chegamos à conclusão que os únicos sapatos com que nos sentimos bem são umas "crocs" de imitação, que custaram menos de 5 euros.

sábado, 28 de maio de 2011

Assustei-te

Em plena A1

- Mãe, vou tirar a cadeira(que é como quem quer dizer, vou desapertar o cinto".

Olhei pelo retrovisor e lá estava ela a tentar cumprir o desígnio anunciado.

Em histeria, comecei a gritar "Leonor, se fazes isso levas a maior coça da tua vida". E ela, continuava.

Lá me acalmei e, calmamente, expliquei os vários perigos de viajar sem o cinto colocado.

Voltei a olhar pelo retrovisor e vi-a, placidamente, a fazer um sorriso que dizia "desta vez assustei-te".

E assustou mesmo, a peste.

Assim não chego a velha.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Fugia

Não fosse a minha consciência matar-me e hoje fugia de casa. Ai fugia, fugia.

A Benedita, hoje, decidiu não dormir durante o dia e dar daqueles concertos, claramente, violadores da lei do ruído. Tudo porque ontem dormiu longas sestas.

Alguém pode explicar à miúda que o facto de dormir num dia não é impeditivo de dormir no dia seguinte? A mim já não me ouve.

Ser altruísta é ...

... carregar o telemóvel de um desconhecido, só porque sim. Já é a terceira vez que o faço.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A aviar os caixotes

Está prestes a concretizar-se um dos meus sonhos de sempre. Finalmente decidimos mudar para Aveiro. Na mesma semana cumulámos a condição de proprietários com a de senhorios e arrendatários.

Devia estar aos pulos de alegria mas, curiosamente, sinto um friozinho na barriga e tenho imensa pena de deixar o meu apartamento. Enfim, nunca estamos bem com o que temos, é o que é.

De maneira que vamos começar a encaixotar os nossos tarecos. Uma vez que sou daquelas que guarda tudo, imagino que vá encontrar as mais variadas inutilidade,s das quais terei dificuldade de me desfazer. Como diria a minha avózinha "podem fazer falta um dia".

Convido-vos, por isso, a partilhar comigo as coleções que fazem. Quem sabe contribuirei para elas.

Que nem um perú

Se há dia em que estou inchada que nem um perú, tanto é o orgulho, é hoje.

As minhas Maria Pinto tiverem consulta de pediatria e estão ótimas. O momento alto da consulta é sempre aquele em que a pediatra anuncia os percentis das cachopas. Ora, a Maria Pinto n.º 2, Benedita para os amigos, está no percentil 90 de peso. Isto significa, mais coisa menos coisa, que em cada 100 crianças da sua idade, só 10 pesam mais que ela. Significa também, e aqui está o motivo do orgulho, que aqui a vaquinha tem feito um bom trabalho.

Como já confessei aqui, não gostei de amamentar, na 1.ª vez que fui mãe. Mas, sabendo o quanto isso seria importante para a Leonor, fi-lo até ao momento em que tive de entrar no ringue para lutar, corpo a corpo, com o senhor Hodgkin.

Apesar de, como é bem visível, o facto de só ter amamentado durante 2 meses e 2 meses, não ter feito mal à Leonor, foi um desgosto ter de deixar de o fazer. Daí que poder amamentar a Benedita era, para mim, um objetivo bem definido. Estive quase para desistir, nos primeiros dias, pois as dores eram muitas. Felizmente, a minha persistência e, como sempre, o apoio do meu marido, que esteve sempre ao meu lado, fizeram com que não desistisse e o resultado está à vista.

E pronto, cá estou eu mais vaidosa que nunca.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estamos a chegar à América

Estamos mesmo a chegar à América.

Hoje a roupa suja está a ser lavada por um Presidente de Câmara e um delegado sindical. Tudo perante o olhar embevecido da Querida Júlia (Pinheiro).

Direito ao contraditório puro e duro.


Parece que os utilizadores do facebook dão vitória ao presidente.

E ainda se admiram de eu ver estes programas. Há lá experiência sociológica mais rica.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma mulherzinha



Está uma mulherzinha, a minha Maria mais pequena que faz hoje 2 mesinhos.
Esta noite só acordou para mamar às 06h30m. Claro que o facto de não ter dormido nadinha durante o dia ajudou. Espero que seja o início de uma mudança de hábitos, agora que nos entendemos cada vez melhor.

domingo, 15 de maio de 2011

Castings

Se Deus e o meu metabolismo deixarem de colaborar comigo (o que era muito merecido), nem precisarei de ir aos castings do Peso Pesado II. Vou directinha para a final.

Como como uma loba, e não é sopa.

Às vezes esqueço-me que já não tenho 20 anos.

Acho que estou a precisar de ir trabalhar.

sábado, 14 de maio de 2011

Quem é que faz 2 aninhos?


Começaram as festividades do 2.º aniversário da princesa rainha Leonor e só terminarão na próxima 2.ª feira. Afinal só faz 2 anos uma vez na vida.
O momento alto do dia foi o do corte deste lindo e valioso bolinho, feito pela madrinha.

Os papás andam eufóricos. A aniversariante é que já não acha muita piada à pergunta, repetida até à exaustão, "quem é que faz 2 aninhos?".

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O meu aniversário



Sou um pouco avessa a utilizar os advérbios melhor e pior mas este ano arrisco a dizer que tive um dos melhores dias de aniversário da minha vida.

De facto, vivo uma fase muito feliz, ainda que cansativa, e na qual me sinto muito realizada. Isto de ter duas filhas é algo que me preenche muito, e não falo só do tempo. Falo, essencialmente, do alcançar de um sonho. Segundo diz o meu marido, num dos nossos primeiros encontros, eu disse-lhe que o meu sonho era casar e ter filhos. Não me lembro de o ter dito mas acredito, pois só uma mulher meia tola diria uma coisas destas a um homem. O que é certo é que não o afugentei e cá estamos.

Acho mesmo que, para a realização ser total, só me falta ter uma empregada 24 horas por dia. Enquanto esse dia não chega, vou vivendo e sentido a unicidade de cada momento.

Este ano até o tempo ajudou. O dia estava esplêndido, o meu amor não trabalhou (coisa raramente vista por estes lados), a Leonor fez gazeta ao infantário, consegui juntar "cães e gatos", que é como quem diz eu e as minhas manas e a Benedita dormiu a manhã toda. Quem disse que a perfeição não existe?

Para tornar o dia mais perfeito tive uma pequena festa em casa dos "culpados" da minha vinda ao mundo.

Os telefonemas e mensagens de parabéns foram mais que muitos, o que tornou impossível dar uma resposta individualizada. Ou seja, mais um dia em que fiquei estragada de mimo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pelos cabelos

Desta vez as criancinhas estão inocentes. Quem anda a tirar-me do sério é um profissional (pouco) de quem ando atrás há dois meses.

Se há coisa que me chateia é ter de pedir, "por amor de Deus", a alguém que cumpra a sua obrigação e este homem está a passar das marcas. Que a crise era selectiva já eu sabia e agora mais convicta fico. Há quem se possa dar ao luxo de gozar, literalmente, com os outros e não trabalhar. A melhor resposta que o estafermo me deu hoje (semelhante à que me deu há um mês) foi "é a D.ª Catarina, não é?" e eu, a bufar, "não, chamo-me Susana". Ao que ele me responde "ou isso".

Juro que hoje lhe apertava o pescoço. O que ele não sabe é que demoro a encher, mas encho.

Mas se calhar sou eu que estou a exagerar, afinal só durmo com as belas das persianas eléctricas, e inutilizadas, abertas há dois meses.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Greve

Chamem-me o que quiserem, mas tenho para mim que fazer greve à 6.ª feira é coisa para retirar alguma credibilidade ao protesto.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A prova




Para os mais cépticos, cá está a prova que a minha B. também sabe sorrir. Estas fotos foram tiradas 5 minutos antes do papá entrar em casa, altura em que a pequena já berrava a plenos pulmões.

A miúda não dá muita confiança ao pessoal. Deve ser por isso que o seu sorriso me levou às lágrimas, de emoção. Sou uma privilegiada.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

A isto chama-se segurança

"Estou cansada. Qualquer dia, deixo-vos aqui aos três e vou para as termas".

"Não te dava um dia para estares de volta a casa".

Toma e embrulha

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Lição do dia da mãe

Lição do dia da mãe - jamais baixar a guarda e deixar uma criança, de quase dois anos, sem fralda em cima da cama.

Mesmo que essa criança já saiba pedir para ir ao penico e tenha acabado de sair do WC, com o rabinho lavado e perfumado.

E muito menos se o motivo da ausência for ir buscar a "pê" que a pequena vigarista pede a chorar como se estivesse em sofrimento profundo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mau feitio

Andava eu toda preocupada com as dores, provocadas pelas cólicas, que fazem com que a B. grite como uma possessa, e afinal o problema da rapariga é ter "pelo na venta".

"Isso é choro de mau feitio. A Benedita é uma bebé muito exigente, que quer que adivinhem as necessidades dela" Provavelmente já houve outros bebés assim na família".

E foi este o diagnóstico da pediatra que prescreveu, como forma de tratamento, aquilo que se resume em fazer-lhe as vontades. Ou seja, se ela acalma a andar de carro, pois andemos de carro. Se quiser colo, que seja colo. A teoria vai contra tudo aquilo em que sempre acreditei, mas a verdade é que ouvi-la chorar ,e ficar vermelha como um tomate, durante muito tempo, derrete o meu coração.

Em resumo, a parte boa é que não serão só (digo eu) dores. A parte má é que não passará aos 3 meses.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Um dia em grande




Fotos de um dia em grande, que terminou de forma memorável (para mim, que deliro sempre que a Leonor me adormece nos braços)

sábado, 23 de abril de 2011

Nevoeiro

Nevoeiro é o que tenho dentro da cabeça depois de ter ficado sózinha, com as duas piolhas, durante toda a manhã e parte da tarde.

Passei a manhã a correr entre o quarto (onde a Benedita berrava a plenos pulmões no intervalo dos seus sonos de 2 minutos), a sala onde a Leonor se divertia a atirar tudo pelos ares (o que incluiu o prato) e a cozinha (o coelho foi o que deu menos trabalho).

Uma animação.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desilusão

Hoje tive uma desilusão daquelas bem grandes.

Chegou o relatório da criopreservação das células estaminais da Benedita. A empresa aconselha a não criopreservar as células pois, segundo os actuais conhecimentos científicos, será muito pouco provável que um dia possam ser utilizadas. A culpa é, claro está, do terrível Mr. Hodgkin. De qualquer forma, deixam a decisão aos pais.

Não posso dizer que tenha sido uma completa surpresa, pois, quando vi no questionário de saúde a pergunta sobre a existência de doenças crónicas, desconfiei logo. Mas há sempre a esperança que tudo não passe de um sonho mau.

Volta e meia Mr Hodgkin resolve dar o ar da sua graça, assim como quem não quer ser esquecido. Como se eu algum dia o esquecesse...

Desilusão à parte, a parte boa é a que a empresa está a ser extremamente correta e, caso optemos pela não criopreservação, devolverá o dinheiro. Pode ser que este exemplo sirva para quem ainda tem reservas quanto à criopreservação e pense que a criopreservação não passa de um negócio (como ainda esta semana li num blog).

Resultado, já terei tema de conversa com a minha oncologista na próxima consulta.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Subtileza

O que ele disse:

"Temos de falar sobre o teu blog"; acho que o devias dinamizar.
O Hodgkin já lá vai, as meninas nasceram e estão bem".

O que ele queria dizer:

"Esrás um bocado chata".

segunda-feira, 18 de abril de 2011

1 mesinho de Benedita


Parece mentira, mas já passou um mês.

A pequena Benedita cresce a olhos vistos e parece apostada em dar comigo em doida. Gostava de ter um aparelho para medir os decibéis da sua maviosa voz que é qualquer coisa de inacreditável. Tirando as malditas cólicas, que devem dar dores horríveis mas fazem parte do processo, está ótima.

E a mamã, apesar de já nem saber de que terra é, sente-se a mais feliz do mundo.

Parabéns Avô Fernando



Ontem foi o aniversário de um avô babado.
A festa foi tão completa que deu direito a música ao vivo. A Leonor cantou e a Benedita reolveu acompanhar com uma música estranha que, aos mais desatentos, parecia um grito lancinante que se prolongou durante horas.

Só faltou mesmo o toque pessoal que a filha mais velha gosta de dar todos os anos, mas que desta vez foi impossível de fazer já que a pobre está á beira da loucura.



Parabéns pai.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

23 meses

Faz hoje 23 meses a minha princesa rainha mais velha, que se está a portar lindamente com a mana. Apesar de ser completamente estouvada, está a reagir muito bem e muito meiga para a Benedita.

Aqui fica uma das pouquíssimas fotos em que estão as duas, que tem quase um mês. O tempo voa.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Decisão

Tardou, mas chegou o dia em que tomámos uma grande decisão.

Vamos mudar-nos para Aveiro. Tenho muita pena de deixar o nosso apartamento, mas valores muito mais altos se levantam e isto de ter um dormitório que fica a 50 Kms do sítio onde a nossa vida se centra começa a ficar complicado de gerir.

Para isso, precisamos de dar destino ao nosso ninho, que já está à venda ou disponível para arrendar.

Se conhecerem alguém interessado em vir para Santa Maria da Feira, e morar numa casa na qual os atuais proprietários têm sido muito felizes, digam.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Conversa de gajas

Gaja 1 - Vou às compras, queres ir comigo?
Gaja 2 - Desculpa, o que disseste?
Gaja 1 - Vou às compras, queres ir comigo?
Gaja 2 - Vamos amanhã, já é tarde e está tudo fechado.
Gaja 1 - Não, amanhã é piscina.

O que tem este diálogo, fútil, de especial? Nada, á excepção de a gaja 1 ser a minha Leonor (do alto dos seus quase 23 meses) e a gaja 2, esta mãe pateta que achou que estava com delírios maternais a ouvir frases, completas e bem estruturadas, ditas por uma pirralha de 22 meses.


Muitaaaaaaaaaaa baba

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Como irei sobreviver?

Ontem o dia foi duro. A menina Benedita teve muitas cólicas, fruto do seu sistema intestinal imaturo, e fartou-se de chorar.

Na farmácia disseram que a vaca Mimosa deve evitar laticínios e farináceos.

Agora, pergunto eu, como é que conseguirei sobreviver sem o meu pãozinho e o meu leitinho? Nada, mas nada, me sabe tão bem como um copinho de leite. Tenho lido pela blogosfera que o leite é para os bezerros, mas não me importo que me incluam nessa raça.

Estou, realmente, sem saber o que fazer. É que a juntar a esta restrição, que inclui basicamente tudo aquilo de que gosto e faz parte dos meus habitos alimentares, existem ainda as leguminosas, montes de vegetais, uma série de frutas (...).

E assim, eu, que tenho uma relação irracional, já aqui confessada, com a comida e uma verdadeira fobia a dietas, vejo-me perante este dilema e a possibilidade (ainda mais dolorosa) de ser a "culpada" pelas dores da minha filha.

Ninguém merece.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Afinal a culpa foi do fusível

Ignorante me confesso. Desconhecia, erm absoluto, que problemas num só fusível pudessem causar tão grande apagão. E mais, conseguissem ligar automaticamente o sistema de rega.

Anda tudo louco, é o que é.

sábado, 2 de abril de 2011

A festa continua

às 05 h 00 da manhã, a pequena mamava, o papá media a temperatura à mais velha, os passarinhos chilreavam lá fora.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ser mãe também é

Jantar leite com bolachas, là para a meia noite, hora a que a cria larga a mama abocanhada às 19h.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Romaria





A noite passada foi noite de romaria. Provavelmente, para comemorar a queda do coto do cordão umbilical, a Benedita resolveu fazer uma direta. Simpática como é, convidou a mamã para a festa.

No qual ao lado, o papá fazia companhia à mana, que tossia como se não houvesse amanhã.

A festa prolongou-se até às 23h45 do dia de ontem, quando finalmente sossegou. Hoje está de ressaca e só dorme. A pobre ainda está a sofrer os efeitos do jet lag.

terça-feira, 29 de março de 2011

Dá que pensar

Um dos efeitos de ter uma carraça sempre agarrada à mama, e não ter TV Cabo, é ver todos os programas da manhã e da tarde. Vou fazendo zapping e, no meio de muitas piroseiras e exploração de sentimentos, vou apanhando umas histórias de vida interessantes.

E é uma dessas histórias que não resisto a contar e divulgar, pois dá que pensar (pelo menos a mim deu).

Sem ser muito precisa, pois não ouvi a entrevista toda, vou resumir aquilo que considero um verdadeiro exemplo de perseverança e determinação a seguir.

A Maria tem o sonho de ir estudar para o colégio da Europa, em Bruges. E para alcançar esse sonho, a Maria, que tem emprego estável e casa própria, está disposta a vender tudo o que tem e abandonar o emprego.

E a Maria não se limita a sonhar, estando já a executar o plano que traçou. Criou o blog http://takeustobruges.blogs.sapo.pt e começou a leiloar os seus bens (livros, cd´s ...).

Espreitem o blog e vejam a entrevista que deu.

Espero que inspire algumas almas sonhdoras. A mim inspirou.

domingo, 27 de março de 2011

Ser mãe é

...começar, às 10h, a preparar tudo para tomar um (merecido e necessário) banho e só conseguir entrar no duche às 18h00.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Saída Precária

Ao 6.º dia, tivemos direito a uma saída precária que teve como destino a pediatra, claro está.

Graças a Deus, e como acontecia com a Leonor, vim de lá com a energia renovada.

A princesa rainha, Maria Benedita, está ótima e tem excelentes reflexos. De acordo com a médica, o único problema que, previsivelmente, virá a ter será rouquidão. Tem cá umas goelas ....

A pequena detesta ser despida e esperar pela comidinha e não se coíbe de o mostrar.

A princesa rainha, Maria Leonor, pensa que tem em casa uma substituta da Hello Kitty e passa o dia a dizer "não chora mana, está caladinha", enquanto vai pedindo que a ponha no chão para brincar. Tem reagido muito bem à mana, mas exigido cada vez mais dos pais.

Quanto aos pais, estão a ambientar-se à nova vida, da pequena e da família. De vez em quando damos por nós a rir sózinhos (com os nervos, como diz a loira). Há dias perguntei ao papá porque se ria e ele respondeu-me "estou a pensar nisto tudo".

E, digo eu, isto tudo é muito. São as fraldas 0, ao lado das fraldas 5; a chupeta da Leonor e a chupeta da Benedita; as roupinhas (montes delas) 0-1 (com tendência a passar para 3-6, muito em breve), e as roupinhas 18-24, etc,etc,etc. Objetos estes que aparecem nos locais mais estranhos da casa, devidamente plantados pela Leonor cuja única foma de controlar parece ser a de ammarrar e encerrar numa das divisões, o que me parece francamente desproporcional.

Apesar da trabalheira, é lindo ter a casa, e os braços, tão cheios e irmos trocando a criançada de colo entre os dois.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Olá mundo




Cá está minha herdeira mais nova.

A Benedita fintou-nos a todos, em especial ao papá, e decidiu nascer no dia 18, às 15h46m.
Horas depois de escrever o último post, comecei a sentir contrações e quando cheguei ao hospital quase nem tive tempo de chegar à sala de partos. A dilatação estava completa e, segundo a médica, a Benedita só não nasceu pelo caminho porque a bolsa amniótica não rompeu. Ou seja, epidural nem vê-la.

Assim, e enquanto o papá estava em pleno vôo, tive a alegria de receber a minha Benedita. A acompanhar-me estava a melhor AMIGA que alguém pode ter, a minha querida Dina, com quem me ri um bom bocado pois parecíamos um casal moderno (eh,eh).

Menos de 48 horas depois, já estávamos em casa todos juntinhos.

A Leonor está a reagir bastante bem, para agora. Claro que tenho as coisas da mana espalhadas pela casa fora, porque a tonta da Leonor foge com elas à velocidade da luz.Em contrapartida, tornou-se mais fácil mudar-lhe a fralda e põr-lhe creme, basta ver que vamos fazer o mesmo à Benedita e deita-se, obedientemente, ao lado dela. Parece uma linha de montagem.

Em resumo, estou cansada, mas muito feliz.

Vou dando notícias, dentro dos possíveis.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A caminho

A caminho, vem o papá. Chega à noitinha. Esperemos que a cegonha o acompanhe.

Está quase, quase.

quinta-feira, 17 de março de 2011

40 semanas

Ontem, com a carraça Leonor colada às minhas pernas e depois de dormir uma sesta de mais de duas horas (acho que há uns bons 25 anos não dormia sesta tão grande), nem consegui passar por aqui a dar notícias.

Pois é, atingi as 40 semanas, ou seja oficialmente tornei-me um elefante (no que há duração da gravidez diz respeito, porque quanto aos 75 Kgs continuo a achar que a balança do hospital anda marada).

A Benedita continua sem dar sinais de querer conhecer-me exteriormente. Ao que parece, o papá vai ter a sorte de a receber no mundo, tal como fez com a Leonor.

Se assim for, e porque não chega antes de 6.ª feira à noite, a nossa mais nova nascerá lá para sábado (sim, porque 6.ª passo diretamente das caminhadas para o jogging), dia de S. José, o que até faria sentido visto 19 de Março ter sido a primeira data prevista de parto que me indicaram.

terça-feira, 15 de março de 2011

LUSOCORD-BANCO PÚBLICO DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL

Não sei se sabem mas já é possível, em Portugal, criopreservar GRATUITAMENTE as células estaminais do sangue do cordão umbilical.

A diferença, relativamente à criopreservação feita por empresas privadas, é que se trata de uma doação pelo que as células poderão ser utilizadas por quem delas necessite, não sendo garantido que fiquem à disposição de quem as doou.

O porquê da importância de criopreservar as células estaminais é fácil de explicar.

Está comprovado, cientificamente, que estas células têm dezenas de aplicações médicas e podem ser a cura para pessoas que sofrem de doenças como o Linfoma de Hodgkin (como é o meu caso), leucemia linfoblástica aguda, mielofibrose, osteoporose (...), só para citar algumas das mais conhecidas.

Para além destas utilizações, existem investigações em curso que indicam que o número de doenças para as quais poderá haver utilização das células estaminias do sangue do cordão umbilical deverá aumentar.

Pessoalmente, acho que as maternidades deviam encaminhar, por iniciativa própria, para o LUSOCORD as células estaminais em todas as situações em que os pais não manifestaram intenção de proceder à criopresevação (pública ou privada) e espero que isso veja a acontecer. É inadmissível que, existindo tantas pessoas doentes e a desesperar por encontrar dadores compatíveis, as células estaminais não criopreservadas sejam incineradas.

Mas, por enquanto, é necessária uma manifestação de vontade dos papás. Quanto às empresas privadas, é fácil encontrar informação (são já várias).

No caso de não se poder (o valor é elevado) ou querer recorrer a uma empresa, podem contactar o LUSOCORD, através do site do Centro de Histocompatibilidade do Norte http://www.chnorte.min-saude.pt

O processo de recolha é completamente indolor (para mãe e bebé) e pode salvar vidas.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Realismo

Depois de uma consulta.

"Ai mãe, já cheguei aos 74,5 Kgs. Mas não estou inchada, pois não?"

Resposta: "Não filha, estás só gorda".

Toma e embrulha.

PS Conversa verídica, entre mim (claro está) e a minha mãe (sempre com o seu humor desarmante)

Cadilhos




Diz o povo, com a sua enorme sabedoria, que quem tem filhos tem cadilhos.

Nada mais verdadeiro. Cadilhos para o resto da vida, a ver pela trabalheira (cada vez maior) que dou aos meus paizinhos. Depois de ter precipitado algumas decisões (como dizia o meu pai "vai perguntar à mãe porque é que nasceste de 6 meses"), eis que continuo, dia após dia, a alterar-lhes os planos.

Agora que a filha mais nova já se tornou independente, e estavam livres para gozar a vida, eis que a mais velha, e a sua carrada de filhas, resolve chatear.

Brincadeiras à parte, os meus pais têm sido (como sempre o foram e serão) o meu amparo. E por isso aqui fica um pequeno e insignificante, face à dimensão do amor deles por mim, gesto de reconhecimento.

Ora vamos a contas

Como dizem a Mafalda Veiga e o João Pedro Pais, "eu sou de letras e não sei dividir" (nem, acrescento eu, diminuir e multiplicar). Lá me vou safando a somar, dias no caso.

Confesso que esta coisa da contagem do tempo de uma gravidez me ultrapassa. As referências são várias, dando origem a outros tantos resultados. É a data do primeiro dia da última menstruação, a da primeira eco (...).

Inicialmente, indicaram, como data prevista do parto, dia 19 de Março. Mais tarde passou a ser 14 (HOJE, portanto). Sendo, porém, que completo as semanas às 4.ªs feiras, pelo que atingirei as 40 no dia 16. Uma vez que no hospital da Feira não deixam a gravidez ultrapassar as 41 semanas, o parto será induzido, caso a menina Benedita não dê um ar da sua graça antes, no dia 23.

Grande confusão mas que se resume facilmente, pode ser a qualquer altura. As malas já estão no carro e uma montanha de pessoas de prevenção.

As caminhadas para ajudar só iniciarão, no entanto, assim que souber que o papá já está dentro do avião. Quem sabe conseguiremos tê-lo cá.....

sábado, 12 de março de 2011

Pensamentos noturnos

Cá estou eu, com mais uma crise de insónias. Os meus sonos têm sido intervalados, provavelmente como forma de adatação (será assim que se escreve agora?) à rotina que se avizinha.

Na verdade, deito-me cedo para adormecer a Leonor e acabo por adormecer também. Depois, hoje foi pela 01h30, levanto-me e faço o que ficou por fazer como ligar as máquinas de lavar (desconfio que os meus vizinhos vão fazer uma subscrição para que seja despejada).

Estes dias, com a minha mais velha, têm sido atribulados. Dizem os entendidos (doutores da vida) que a cachopa está a pressentir a chegada (visível) da mana e por isso quer chamar a atenção. Sinceramente, não sei se ria se chore, com a explicação e com o comportamento da pequena.

Se há coisa que a minha filha tem, e muita graças a Deus, é atenção. Mas lá que está endiabrada isso está. Isso e completamente agarrada à mamã, que não pode sair do seu raio de visão, sem que ela comece a gritar e chorar.

Ninguém diria tratar-se da menina que desde os 15 dias de vida começou a ficar com os avós para a mãe ir a consultas e tratamentos no IPO; que muitas vezes dormiu no quarto ao lado, por causa dos exames médicos que a mãe fez ou porque esta tinha o sistema imunitário em baixo. Que vai ao infantário desde os 9 meses (...). Se não soubesse, pensava tratar-se daquelas crianças que nunca convive com ninguém e que a mãe traz debaixo das saias. É, realmente, impressionante.

Já a mais nova, parece sentir-se bem no T0, apesar da falta de espaço. E eu estou dividida entre seguir o conselho de dar umas caminhadas, para ver se a rapariga decide nascer, e a vontade de que aguarde pelo papá que, soubemos ontem, não consegue regressar de Moçambique antes de 4.ª feira (a correr bem, pelos vistos).

E assim têm sido os meus dias, ansiosa por ver a carinha da Benedita, com medo da reação da Leonor e sem posição para dormir.

O que é que eu fiz para merecer isto?!

  Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir  o envelope. Tens razão min...