terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O que é que eu fiz para merecer isto?!

 

Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir  o envelope.

Tens razão minha querida Amiga Catarina, uma Amizade que chegou à idade adulta tem de ser celebrada e eu acrescentaria (também) cuidada. E ninguém o faz melhor que tu.

Agora a questão que me assola - o que é que eu fiz para merecer isto?! Que responsabilidade a minha. 

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Grupos criados para "dizer mal"

Tenho sido confrontada recentemente com a moda dos grupos (de whatsapp, entre outros) criados por crianças e adolescentes "para dizer mal de alguém". Basicamente existe o grupo da turma ou equipa e depois vão sendo criados "subgrupos" com o único intuito de "dizer mal" de um dos elementos do outro grupo. A maledicência vai desde críticas a roupas, características físicas, culpa por derrotas (em jogos de equipa!!!) etc, etc, etc.

Nesses grupos há quem esteja porque acha fixe e quem esteja por medo das consequências de não estar. Por querer ser aceite e não querer arriscar vir a ser colocado de lado ou até vir a ser alvo de um desses grupos "para dizer mal".

Estes grupos são criados por miúdos dos mais variados estratos sociais, alguns dos quais têm a melhor das educações. A culpa não é (a maior parte das vezes) dos pais que nem sabem destas situações.

Preocupa-me (e entristece-me) muito o fenómeno em si mas ainda me preocupa (e entristece) mais o facto de nós adultos olharmos para ele e acharmos que é só coisa de miúdos. A maldade (ainda que possa ser inconsciente) não é coisa de miúdos. 

Estes comentários que se reflectem no relacionamento com os envolvidos têm sempre consequências muito negativas nos visados. Não é raro vê-los com medo de ir à escola ou a desistir de algo que gostavam muito de fazer por ficarem inseguros e com a auto-estima afectada.  Não devemos dramatizar mas também não podemos ser ingénuos ao ponto de  achar que só quando a coisa toma proporções que a torna digna de divulgação na comunicação social é que merece atenção.

Eu sei que a vida se vai encarregar de ensinar todas estas crianças e adolescentes.Sei também que a nossa função enquanto pais não é resolver os problemas dos nossos filhos (quem dera pudéssemos fazê-lo) mas dar-lhes ferramentas para que o consigam. 

Mas de uma coisa tenho a certeza, cabe-nos a todos estar atentos a este fenómeno e tentar orientar esta maltinha que não é nem mais nem menos que o futuro da humanidade.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Ninguém sabe ler-me melhor que esta miúda

 2023 - Dia da Mãe 


"Mãe, pode não parecer mas nós confiamos em ti tal como confias em nós em tudo aquilo que fazemos!".

Do nada, a mais pequena (toda ela sensibilidade) decide exteriorizar aquilo que sente, tomando a liberdade de falar também em nome da irmã, e oferece-me o melhor presente de sempre. Palavras de Amor.

Ninguém sabe ler-me melhor que esta miúda.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Vamos falar de mamas

 Aproveitando que a minha médica de família é uma querida no que à prescrição de exames diz respeito, fui fazer a minha primeira ecografia mamária.

A técnica que fez o exame à qual, estupidamente, não perguntei o nome, foi super profissional e começou logo por me dizer que as orientações internacionais mais recentes são as de que as mulheres deverão começar a fazer mamografias aos 45 anos e que (apesar dessas orientações ainda não estarem articuladas com o SNS) iria fazer essa mesma menção no relatório.

Quando soube que já fiz quimioterapia, perguntou também se na altura me tinham explicado que (por esse facto) tinha maior propensão para vir a desenvolver outro tipo de tumores. Ao explicar-me a diferença entre ecografia mamária e mamografia disse-me ainda que a maior parte dos cancros de mama são detectados nas mamografias.

E porque é que estou com esta conversa, sabendo que não sou médica e por isso não tenho (nem pretendo ter) legitimidade nenhuma para dizer a quem quer que seja que deve fazer este ou aquele exame médico? Só mesmo para alertar e levar a pensar na necessidade de estarmos atentos ao nosso corpinho.

Sou a pior paciente do mundo, aquela a quem o dermatologista e a nefrologista desistiram de receitar medicamentos por saber que (depois de devidamente aviados) ficariam esquecidos numa gaveta qualquer, mas quero ver se deixo de ser estúpida e não me desleixo nisto,  sendo certo que é grande o risco de tal acontecer (é difícil deixar de ser estúpida aos 45 anos), uma vez que os resultados da ecografia mamária indiciam que estará tudo bem.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Queria mudar o mundo, mas …

“Eu queria mudar o mundo, mas não visitava a minha avó. Queria mudar o mundo, mas não fazia a minha cama”. 
Quando me deparei com este título (pequeno excerto de uma entrevista dada pelo rapper Valete), a ideia que me ocorreu foi a de que resume de forma magistral a postura da maioria de nós.
Reclamamos muito por aquilo que achamos errado (embora raras vezes perante quem devemos e nos momentos próprios), culpamos a sociedade (como se não fizéssemos parte dela), mas esquecemo-nos de nos  olhar ao espelho e nem nos apercebemos do muito que está ao nosso alcance e deixamos de fazer.
Bicho estranho o ser humano.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Diagnóstico de Cancro - cada caso é um caso

Esta semana recebi um telefonema de alguém muito preocupado e a precisar de desabafar pois um familiar acabava de ser diagnosticado com cancro.

Não tenho dúvidas de que perante um diagnóstico de cancro há sentimentos que são comuns a todos os envolvidos, sejam eles o paciente, os familiares ou os amigos. Medos, angústias, dúvidas. Mais do que isso não. 

Cada caso é um caso e é essa a ideia que queria muito conseguir fazer passar e ver interiorizada não só por quem me telefonou mas também por tantos quantos acabam por se ver em situações semelhantes.

Cada luta é uma luta. A doença é única nas suas características, assim como cada corpo é único na sua reacção à doença. Não há comparações possíveis quanto àquilo que é a parte física. Ou melhor, até podem existir mas estão longe de ser matemáticas.

Deixem para a medicina o que é da medicina. Confiem nos excelentes profissionais que temos e na constante evolução da ciência. Questionem, procurem ajuda. Acima de tudo parem para respirar e permitam-se perceber a força incrível que existe em cada um de nós e se revela nos momentos em que não temos outra alternativa senão a de ir à luta.

O caminho é muito cansativo e duro mas é também uma fonte de aprendizagem e conquistas inimagináveis. E digo-o com conhecimento de causa como sabem.

Aqui deste lado continuo disponível para ouvir e poder partilhar a minha experiência no que diz respeito aos tais medos, angústias e dúvidas. Muitas pessoas houve que fizeram o mesmo comigo e (provavelmente sem o perceber) foram uma ajuda incrível. Quanto àquilo que está para além disso não vale a pena. Desculpem a repetição mas não há mesmo outra forma de o dizer - Diagnóstico de Cancro - cada caso é um caso.

Um beijinho grande a todos quantos estão na luta.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

RCI Banque - 3 anos a dar-me conta da paciência

Em Abril de 2020 comecei a receber sucessivos contactos (via sms e telefónicos) efectuados pelo RCI Banque (quer de números nacionais, quer de números franceses) a solicitar  o pagamento do 303,55 Euros, sem indicar o fundamento mas enviando (para o efeito) uma referência bancária.

Desconhecia (até aí ) a existência do RCI Banque pelo que recorri ao site do Banco de Portugal para obter alguma informação.

Consegui obter a morada da sucursal portuguesa no referido site do BP, a qual não coincide com a indicada no site da entidade  mas isso já é mero pormenor no meio da novela até porque nas pesquisas efectuadas na internet não consegui chegar a nenhumA informação fiável sobre o RCI Banque.

Confirmada a existência da entidade, e perante a ameaça (devidamente feita em letras maiúsculas) de comunicação da “dívida” ao Banco de Portugal, resolvi tentar um contacto telefónico. Tarefa ingrata já que quer ao atender as chamadas quer ao tentar devolvê-las só ouvia uma gravação automática a informar que todos os operadores estavam ocupados e as chamadas acabavam por cair.

De frisar que nas mensagens é indicado um número de contacto fixo ao qual também tentei recorrer para esclarecer a questão, sendo que na única vez que me atenderam me foram passando entre operadores telefónicos até a chamada cair.

Farta de ser feita de parva passei ao ataque e comecei a disparar emails para os endereços electrónicos que encontrei (todos com CC do Banco de Portugal e da Comissão Nacional de Protecção de Dados).

A primeira resposta foi singela:

"Bom dia sra. Susana Alice

 

Informamos que em nossa base de dados não consta nenhum dado com seu nome e NIF. Seguramente seja um erro na hora de gravar o telefone.

 

Solicitamos que nos facilite o número de telefone no qual recebe nossas mensagens para poder ser retirado da base de dados e assim evitar esta situação".


Nem um pedido desculpas.


Algum tempo depois consegui chegar um pouco mais longe e obter esta resposta:


“Na qualidade de Encarrregado de Protecção de Dados da RCI BANQUE – SUCURSAL EM Portugal, tendo tomado conhecimento da reclamação apresentada por V. Exa., serve  o presente para transmitir que, por lapso na inserção manual, no nosso sistema, de um digito de um número de telemóvel de um cliente,  tal conduziu indevidamente para o contacto telefónico de V.Exa., razão pela qual recebeu chamadas por parte desta Instituição.

 

O número já se encontra actualmente devidamente rectificado em sistema.

 

Desde já lamentando todo o sucedido pelo qual apresentamos as nossas mais sinceras desculpas”.

 

E por mim terminaria aqui a história se esta instituição esquecesse a minha existência, mas não foi isso que sucedeu.


Em Fevereiro de 2022 voltaram à carga. A história repetiu-se sem tirar nem por. O único dado novo é que a minha “dívida” será referente ao aluguer de uma bateria (!).


Não contentes, voltaram à carga agora em Janeiro de 2023 conseguindo (desta feita) a proeza de agravar a situação pois, numa das respostas, alguém (que não assina o email) lembrou-se de justificar o erro pelo facto de o meu número de telemóvel ser muito parecido com o do filho de uma cliente, tendo chegado ao cúmulo de dizer o nome completo da senhora e o número de telemóvel do filho.


Ou seja, protecção de dados pessoais nem vê-la.


Não sei que pensar disto tudo, nem da inacção do BP e CNPD perante esta forma de “trabalhar” de uma entidade que(aparentemente com a devida autorização do BP)  concede créditos em Portugal.


De certeza que à conta destas burrices há muito boa gente que se vê metida em sarilhos ou (para os evitar) acaba por pagar dívidas alheias/ inexistentes.


Espero ter matado a questão desta vez e que a novela não tenha mais capítulos. 


 

O que é que eu fiz para merecer isto?!

  Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir  o envelope. Tens razão min...