domingo, 30 de março de 2014

Só me saem duques e cenas tristes

O domingo a acabar, a chuva a cair com fartura, e eu a caminho da Feira de Março.

Só me saem duques e cenas tristes, como se dizia quando era jovem.

Não é fácil perceber as mães

- Sabes mãe, disse a Leonor, hoje de manhã arranjei o meu pão com manteiga sózinha.

- Sim?!!! Pegaste numa faca?!!! Qual?!!!

- Aquela pequenina, respondeu para me sossegar.

- E onde é que a puseste? Não vi nenhuma faca suja na cozinha!

- Guardei na gaveta.

- Leonor, isso não se faz. Não se guardam coisas sujas nas gavetas.

E a partir daqui foi ver o seu ar de espanto, com a minha reacção. Quase lhe li os pensamentos "não é fácil perceber as mães. A minha está sempre a dizer-me para arrumar as coisas e quase o faço dá-me um ralhete!"

Quem diz a verdade não merece castigo

Enquanto eu secava lhe secava o cabelo, a Leonor ia-se queixando ao pai dizendo que não gostava quando era a mãe a fazê-lo.

Estava a cachopa a desfiar um rol de crítias ao meu método de secar o cabelo quando, nem de propósito, encostei demasiado o secador à sua linda cabecinha e a queimei.

A reacção não se fez esperar.

"Aiiii, assim não pareces a melhor mãe do mundo !!!!"

E quem diz a verdade não merece castigo.

sábado, 29 de março de 2014

Dormir menos uma hora esta noite para ter dias maiores parece-me justo

Esta noite chega a hora de Verão (lamentavelmente não acompanhada, sequer, de temperaturas primaveris)

 O mesmo é dizer que o relógio terá de ser adiantado 1 hora (aquela que dormiremos a menos).

Apesar de ter as maiores dúvidas quanto aos argumentos economicistas que sustentam estes adiantamentos e atrasos do relógio, tenho de admitir que dormir menos uma hora esta noite para, durante uns meses, ter dias maiores me parece bastante justo.

Des(conversa) no Centro de Saúde

- Como é que se chama o menino?

- Gustavo?

- Gustavo? !!! Nunca tinha ouvido esse nome! Sabe, cheguei agora da Alemanha e vivi lá 22 anos (disse, num português irrepreensível). Gustavo quer dizer Custódio? É que nunca tinha ouvido o nome. Quer dizer, ouvi uma vez na novela.

Claro que esta que, perante esta (des)conversa, a mãe do Gustavo acabou por ficar muda.

Já perdi a conta às gravidezes

Depois de ter tido duas filhas com um intervalo de vinte e dois meses, acho que toda a gente começou a olhar para mim como se fosse uma coelha.

Já perdi a conta às gravidezes imaginadas por quem vai lendo o que escrevo e, a cada momento, pensa que estou a comunicar a novidade de forma subliminar.


Ah,ah,ah

quinta-feira, 27 de março de 2014

Apontamentos

 
Já houve tempos em que pensava que os recortes eram uma praga.
 
Foi antes de nascer cá em casa a moda dos autocolantes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Às vezes dá-me para a parvoíce

Ando numa fase estúpida, em que sonho com tudo e mais alguma coisa.

Às vezes os sonhos são sobre coisas do dia a dia, outras sobre coisas que espero que não aconteçam, como o facto de me cairem dois dentes seguidos.

E a propósito deste último sonho, não encontrei nada melhor para fazer do que consultar mr. google, com o objectivo de saber o que é os "entendidos" na matéria dizem quanto ao significado desta perda de dentes.

Ao que parece, tudo depende do sítio onde os dentes cairam (no sonho, recorde-se); Se for na mão, significará um nascimento na família, se não for simboliza o falecimento de alguém próximo (ou vice versa, já nem sei).

No caso concreto, juro que não sei onde é que as dentuças cairam. Não me lembro mesmo.

E pronto, às vezes dá-me para estas parvoíces e, pior ainda, para as partilhar.

quarta-feira, 26 de março de 2014

As viroses, esses moinhos de vento

Neste momento, sinto-me um D. Quixote a lutar com moinhos de vento.

As viroses, esses seres de costas largas e que nunca ninguém viu, teimam em não deixar a Leonor.

Depois de dois dias de baixa, e tendo passado a tarde e noite de ontem sem febre, arrisquei mandá-la para a escolinha.

Às 11h30 já me estavam a telefonar para a ir buscar.

Lá fui eu a correr, com o coração angustiado e cheio de culpa.

Agora, que o BEN-U-RON fez efeito, está encantada da vida, a inventar histórias sobre planetas imaginários e a febre parece ter sido uma miragem minha.

Antes assim.

Como é que elas não se hão-de enervar comigo?

Serei, provavelmente, a maior com pior intuição à face da terra.

Nunca acerto na cor das cuecas, nos bonecos das meias, muito menos nos sapatos que as madames querem usar naquele dia.

Devia saber, sem ninguém (de 3 anos) ter de me dizer "ora pensa lá!", que só se calçam sapatilhas no dia da ginástica.

E tinha obrigação de perceber que as meninas devem andar sempre de vestido, independentemente da temperatura que esteja.

Depois admiro-me que se enervem comigo todas as manhãs.

terça-feira, 25 de março de 2014

Esqueçam as temperaturas amenas. Começa hoje a Feira de Março

Povo da minha terra, é fazer esquecer as temperaturas amenas. Começa hoje a Feira de Março.


Para os duros, e resistentes, aqui fica o cartaz

segunda-feira, 24 de março de 2014

Chegou a Primavera e trouxe a febre, a tosse e o ranho

No dia em que chegou a Primavera, li aquele que me pareceu o título de notícia mais desanimador dos últimos tempos "Chegou a Primavera e trouxe a chuva".

Alguns dias depois constato que a chegada da Primavera pode ser ainda mais chata.

Cá a casa trouxe a febre, a tosse e o ranho.

A pobre Maria Leonor está outra vez de baixa, depois de me ter vomitado a cama toda à conta de uma ataque de tosse provocado pela expectoração.

Como se não bastasse, a Tita teve uma paragem de digestão e terminou o domingo a vomitar (devem ter sido só umas 20 vezes), tendo começado a fazê-lo no Continente, continuado no carro e terminado em casa.

O que vale é que é rija e não fosse o cheiro a azevedo impregnado por todo o lado, nem se desconfiaria pois hoje acordou fresca como um alface.

Irra, post nojento este!

domingo, 23 de março de 2014

Enganar não é mentir

Pai - Leonor, estás a mentir-me!!!

Leonor - Não estou nada !!!

Pai - Estás sim!

Leonor - Nãooooo! Estou a enganar-te, porque a mãe disse é é feio mentir!

Querem ver que a rapariga vai virar advogada!

Casa Arrumada não é museu


E hoje, ao olhar para o cenário de guerra que parecem a minha sala e cozinha, deparei-me com este poema que parece feito à medida.

(obrigada pela partilha Margue Hô)


Casa Arrumada não é museu

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)



Casa arrumada  é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.







 

sábado, 22 de março de 2014

Nem quero imaginar quando for o casamento

 
 
Hoje foi dia de festejar o 3.º aniversário da Tita com a família e os Amigos de sempre.
 
Desta vez decidimos fazer a festa fora de casa e, depois de uma manhã passada a fazer bolos e quiches, rumámos a Pardilhó, até à acolhedora Casa do Tear.
 
Este ano o papá decidiu fazer o bolo de aniversário e aventurou-se a fazer a linda princesa, de saia cor de laranja, que podem ver nas fotos. De referir que este foi o 1.º bolo que fez na vida (os tutoriais da internet são uma escola). E o resultado não podia ter sido melhor.
 
Com receio que a experiência corresse menos bem, pedi à madrinha honorária, Dina que tratasse do plano B e saiu outro bolo lindíssimo, o da Porquinha Peppa.
 
Foi uma tarde bem passada, com a ajuda de S. Pedro que se foi aguentando quase até ao final da festa.
 
Acho é que amanhã não nem o nariz ponho fora de casa, que isto de vibrar intensamente com a aniversário das cachopas cansa.
 
 
 

 
 
 
 
 



 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Lei consolidada dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde publicada hoje em Diário da República

Foi publicada hoje em Diário da República a Lei 15/2014 que consagra, de forma consolidada, os direitos e deveres do utente dos serviços de saúde.

O que este diploma vem fazer é reunir num texto único vários diplomas que estavam dispersos o que dificultava a obtenção de informação.

Assim, a partir de agora podemos encontrar nesta Lei 15/2014, de 21 de Março as normas e princípios dos seguintes diplomas:

a) Lei n.º 14/85, de 6 de julho — Acompanhamento da mulher grávida durante o trabalho de parto;
b) Lei n.º 33/2009, de 14 de julho — Direito de acompanhamento dos utentes dos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS);
c) Lei n.º 106/2009, de 14 de setembro — Acompanhamento familiar em internamento hospitalar;
d) Lei n.º 41/2007, de 24 de agosto — Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Admito que não tive ler o diploma, mas é muito bom saber onde poder encontrar esta informação.

Sei bem o que é estar desesperada sem saber de informação de um familiar que tinha dado entrado nas urgências e desconhecer os direitos que teria, enquanto utente, e vim a descobrir estarem a ser-me negados.


quinta-feira, 20 de março de 2014

As deliberações dos avós

Avó Lili: sabem meninas, ontem eu e o avô deliberámos que não se via mais o Jim Jam durante o jantar.

Mãe Susana: Sim, mas é preciso começarem a executar essas deliberações. Todos os dias dizem a mesma coisa, mas não passam à prática !!!

Avó Lili: sim, mas desta vez é mesmo a sério (disse a avó enquanto, à mesa, as meninas viam ... imaginem o quê)

Dia Internacional da Felicidade

Actualmente temos dias internacionais para tudo.

Hoje será o Dia Internacional da Felicidade. A ideia é simpática, mas não gosto que existam dias marcados para os sentimentos.

Fico angustiada só de pensar na culpa que poderão sentir as pessoas que hoje não estão felizes.

Lembra-me o carnaval e as meninas a sambar, roxinhas de frio porque alguém achou que em Portugal se devia copiar o Brasil.

Coisas minhas.


Em todo o caso, muitas felicidades para todos quantos têm a paciência de ler as minhas divagações. Hoje e sempre.

Neknomination e o medo da adolescência

Ando eu para aqui a fazer uma festa sempre que as minhas crias fazem anos e nem me dou conta que quanto mais depressa os fizerem, mais depressa chegam à adolescência.

Tenho pavor dessa fase que nem sempre é vivida com tranquilidade.

Quando vejo notícias sobre modas como a neknomination, que consiste em beber grandes quantidades de alcool (ou fazer parvoíces semelhantes), ao mesmo tempo que se filma a façanha para divulgar na net, morro de medo do que aí possa vir.

Só me vai descansando o facto de, aparentemente, as cachopas terem uma personalidade forte o que, espero eu, signifique que não sintam neessidade de se afirmar através de desafios patetas e perigosos.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Prendinhas do pai

 
Faz hoje 3 anos, depois de uma longa viagem, chegou o papá para receber a sua prendinha.
 
Antes passou por casa, para apanhar a prendinha mais velha
 que hoje o descreve assim:
 
"O meu pai só tem cabelo dos lados; gostar de arranjar coisas e ver televisão".
 
Feliz Dia, Pai Nelson
 
 
 

As fotos do grande dia - especialmente para as tias

 
No ano passado decidi que, sempre que puder e enquanto elas me quiserem por perto, hei-de tirar férias no dia do aniversário das minhas crias.
 
Ontem assim fiz.
 
Deixei a aniversariante dormir até tarde e depois levei- a ao infantário para se divertir com os amiguinhos.
 
Entretanto fiz um bolinho e à hora do lanche fui cantar os parabéns à princesa.
 
À saída do infantário fomos até ao parque infantil e à noite recebemos os avós, a bisa e os padrinhos.
 
Um dia em cheio que terminou com a Tita completamente eléctrica, de tanta emoção.
 
 
 
 
 
 
 

Há pais e Pais


Há pais e Pais. Eu tenho um daqueles a sério, que Ama com toda a sua força e, por isso, cuida, ralha e ampara todas as minhas quedas.

Obrigada Pai.

Que tenhas um dia muito feliz.


terça-feira, 18 de março de 2014

3 aninhos. Ena tantos

E já se passaram 3 anos desde o dia em que estas fotos foram tiradas.

3 anos em que a Benedita tem enchido as nossas vidas de felicidade e imenso orgulho com as suas marotices e sorrisos desarmantes.

Esta menina, que veio ao mundo contrariando aquele que era um dos meus maiores medos após os tratamentos, é a prova de que os milagres acontecem.

A Benedita é o meu milagre e muito teria a dizer, não fossem estas lágrimas que teimam em toldar-me os olhos e o raio do nó que sinto na garganta.

Mas há momentos em que em que são desnecessárias palavras, até porque a aniversariante dorme com os anjos e estou só à espera que acorde para a ir estrafegar com beijos e abraços.

Não tarda nada e estará ela a retribuir-me o carinho com um "Mãe Maria (creio que quer dizer Mau Maria), queres que eu vá aí, queres? Podes chorar à vontade que eu não vou buscar-te!!!.

Parabéns Tita!

domingo, 16 de março de 2014

E quando pensamos que a coisa não pode piorar

.... vem o próximo Festival da Canção e percebemos que ainda não vimos nada.

Sinceramente a minha esperança é que o evento passe tão despercebido lá fora como cá dentro porque a falta de qualidade começa a ser embaraçosa.

A poupança energética explicada aos munícipes

 
A poupança, designadamente a energética, não tem de estar necessariamente relacionada com a crise, embora seja óbvio que existe uma forte ligação entre este dois factos.
 
Ontem deparei-me com esta explicação, numa série de postes eléctricos, e gostei do que vi. Seja qual for o motivo que origina esta necessidade de poupança, a explicação aos munícipes parece-me uma boa prática a replicar em muitos outros pontos do país.
 
Além de simpática, a iniciativa é reveladora de a falta de luz no foco não é obra de desleixo mas terá sido programada, no pressuposta que a luz nos sítios em questão é prescindível (vamos acreditar).
 
 

sábado, 15 de março de 2014

Regras da Sensatez

Hoje foi dia de comprovar estas Regras da Sensatez sobre as quais o Rui Veloso canta e perceber que o subconsciente esconde muita coisa.

A chamada piada à Pedro Ribeiro

- Mãe, olha para mim !!! Ou queres que te atire um ovo estrelado à cara?

- Eras capaz de fazer isso, Leonor?

- Achas, mãe?!!! Eu nem tenho nenhum ovo estrelado!!!

De volta aos ditados

Pouco passa das 09 da matina e já estou monopolizada pela Leonor que anda verdadeiramente obcecada com a ideia de aprender a escrever e me obrigada a soletrar todas as palavras que se lembra de escrever (ultimamente está virada para o nome dos amiguinhos).


O processo obedece a uma espécie de ritual. A cada letra que digo (ainda que pela milésima vez, a cachopa desenha-a no ar e espera pelo meu assentimento antes de passar para o papel.

Depois de escrever mostra-me o caderno para eu validar novamente.

A excepção ocorre com a letra G (que acha muito difícil) e tenho de pontear para que preencha os contornos.

E é esta a minha vida.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Sabiam que é possível doar cabelo ao IPO? Eu não

Ontem, a propósito deste video no qual se vêem várias amigas a rapar o cabelo como gesto de solidariedade com uma amiga com cancro de mama, falaram-me (obrigada Ana Nunes) na possibilidade de doar cabelo ao IPO.

Desconhecia completamente que tal fosse possível e fui investigar. Encontrei este post com informação sobre a doação ao cabeleireiro do IPO de Lisboa.


Não sei se tal será possível noutras unidades de tratamento de doentes oncológicos. Aí está uma boa forma de aproveitar o tempo quando voltar ao meu IPO (o do Porto) em Abril.

Em 2009, quando se colocou a hipótese de poder necessitar de prótese capilar, sei que trabalhavam com um cabeleireiro que ficava na zona do Bolhão, salvo erro, mas fiquei tão patareca que nunca tive coragem de lá ir e muito menos saber a origem do cabelo utilizado.

Está na hora de tentar saber um pouco mais, pois trata-se de um assunto que merece ser divulgado.

Há muitas maneiras de ajudar o outro. E esta parece-me excelente.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Quaresma?!!!

- Tita, não podes comer chouriço porque estamos na Quaresma!

- Não estamos nada, estamos na cozinha!!!!

E marcha um pedaço de chouriço ...

Essa doeu !!!!

Constou-me que a Leonor disse que é mais feliz na escola do que em casa porque ... a mãe ralha muito!!!!

Essa doeu. Especialmente por ter fama sem proveito, ou melhor sem resultados.

Pensamentos em Lisboa

Sempre me assustou a ideia de viver num sítio onde as pessoas se cruzam apressadas, sem tempo para parar e se conhecerem umas às outras.

Esse é um dos motios pelos quais não troco a pacatez de Aveiro por nada.

Mas gosto muito de voltar a Lisboa e ver aquela luminosidade especial que emana do Tejo.

Volto  sempre  a  casa com a vontade de regressar, com tempo para explorar a cidade devidamente. Coisa que, infelizmente, ainda não se proporcionou.

Ontem gostei particularmente de lá ir, especialmente porque se esbateu um pouco a tal ideia de impessoalidade que tenho sobre as grandes cidades.

Em coisa de 10 minutos, houve duas pessoas que meteram conversa comigo e com a colega que me acompanhava.

Uma para me perguntar se eu tinha crianças pequenas e me oferecer um tabuleiro oferecido por uma cadeia de fast food.

 O senhor foi de uma enorme simpatia e, sem saber, salvou-me de uma grande batalha campal cá em casa pois o bendito tabuleiro juntou-se àquele que eu já tinha nas mãos e hesitava trazer para não criar ciúmes entre as duas irmãs.

Assim, lá fui eu para uma reunião, cheia de notáveis, com dois tabuleiros dos  Simpsons debaixo do braço.

Culpa também da minha colega que insistiu para que os trouxesse porque as meninas iriam gostar (a minha ideia era fazer o que o senhor fez comigo e oferecê-los a alguém).

A 2.ª pessoa que nos abordou fê-lo porque ouviu a nossa conversa sobre os custos da saúde e como trabalhou vários anos na indústria farmacêutica não conseguiu ficar indiferente.

Confesso que a conversa me perturbou, não pela abordagem (que o senhor era extremamente afável), mas pela minha qualidade de utente de um IPO.

Conceitos como o de "investir no doente" causam-me muita confusão, apesar de eu ter sido uma daquelas em quem se decidiu investir.

Não é fácil aceitar (embora em teoria até se consiga perceber) que existam opções médicas que estão muito condicionadas por questões de ordem económica.

Isto para não falar nos lobbies que sabemos existir, mas que eu prefiro nem explorar muito por se tratar de um assunto que me dá mais comichão do que um linfoma de Hodgkin (e acreditem que é difícil tal poder acontecer).

Independentemente do assunto, gostei de conversar com aquele desconhecido e ficar com a ideia sobre a impessoalidade existente nas grandes cidades um bocado esbatida.

terça-feira, 11 de março de 2014

Quis castigar e acabei castigada

Esta noite resolvi impor-me e castigar a Tita, enfiando-a na sua cama de grades.

Passado algum tempo, comecei a ouvi-la "a minha fralda, quero ir buscar a minha fralda".

Fui espreitar e a cachopa estava parcialmente desnudada e tinha atirado a fralda para o meio do chão.

Chamei o papá para ver o espectáculo e eis senão quando vem a descobrir que a vândala tinha feito xixi num cantinho da cama.

Agora digam-me como é que hei-de manter a minha sanidade mental ...

Porque nunca se vai "só passear o cão"

Porque nunca se vai "só passear o cão", convido-vos a ouvir esta linda "Balada Astral", cantada pelo Miguel Araújo e pela Inês Viterbo.

De que adianta estar sol, se continua a ventar?

Saímos de casa sob um sol radioso.

Mãe - "que maravilha de solinho; está mesmo bom, não está Leonor?".

Leonor - "oh, mas está vento!!!".

Mãe - "Ó filha, não podes ser assim!!! Devias ficar feliz por estar um dia lindo e agradecer a Jesus!"

Leonor - "Mas ontem eu não sabia que ia estar sol?!!!"

Mãe - "Eu sei, filha, mas agradeces hoje à noite."

Leonor - "Oh, mas está vento!!!"

Nem sei se ria, se chore com este negativismo da minha filha cuja origem (genética por sinal) tenho perfeitamente identificada.

segunda-feira, 10 de março de 2014

É melhor ser considerada esquecida do que sem palavra

Ontem arrisquei levar as cachopas à missa.

Como é evidente (e eu estava fartinha de saber que aconteceria) portaram-se pessimamente.

Salvou-me a minha amiga Coneição que, a dada altura, se ofereceu para as levar (mais à amiguinha do peito da Leonor) para a sacristia.

No final, foi o ralhete do costume e a eterna ameaça do "foi a última vez que vos trouxe; nunca mais !!!", ao que a Leonor respondeu "trazes, trazes; tu dizes sempre isso mas depois esqueceste-te".

Raças da cachopa, que não deixa passar uma oportunidade de me lembrar as minhas falhas.

Mal por mal, mais vale ser vista como esquecida do que sem palavra.
.

Valha-me ao menos isso


O bom dia da Tita

- Bom dia filha :)

- Eu NÃO sou filha, sou TITA!!!

- Eu seu querida, eu sei

- Eu TAMBÉM não sou querida!!! Sou TITA!!!

domingo, 9 de março de 2014

Fe-no-me-nal

E, numa penada, acabei o 2.º livro de 2014.

Já aqui tinha dito que estava a gostar muito de "A mão do Diabo", do José Rodrigues dos Santos e agora que cheguei ao fim posso dizer que o achei verdadeiramente fenomenal.


Em jeito de "ficção" (e escrevo ficção entre aspas por o próprio autor o fez)  o JRS abordou a crise económica e as suas causas.

Desde políticos a eleitores, passando por economistas, advogados, empresas, bancos e sindicatos não houve ninguém que escapasse a ver apontada sua culpa, ainda que em graus diferentes, naturalmente.

O inquietante é que até na "ficção" os principais culpados escaparam incólumes.

Resta agora saber se o euro sobrevive.

Tinha obrigação de as conhecer de cor

Eu sei que tinha obrigação de as conhecer de cor, mas confesso que as minhas filhas ainda conseguem baralhar-lhe.


Isto de não ter a certeza se certas dores de barriga são fruto da má disposição matinal ou realidade dá comigo em louca.

Assusta-me a ideia de poder estar a desvalorizar sintomas de algo  que esteja menos bem, apesar de existirem indícios de as ditas dores terem origem na primeira da causas apontadas.

Assim como assim prefiro fazer figura de parva na pediatra. Está na hora de marcar consulta.

Onde é que moram os ecos?

Não há como falar com uma criança, que atravessa a "fase dos porquês", para um adulto se sentir ignorante.

É curioso perceber a dificuldade de explicar aos pequenotes certos conceitos interiorizados em nós de tal forma que até nos esquecemos que não nascemos a sabê-los.

Isto para não falar das vezes que concluímos que, em bom rigor, não sabemos, de todo,  o significado de palavras que usamos frequentemente e muito menos a origem de fénómenos metereológicos e outras coisas do género.

Há dias a Leonor viu uns desenhos animados nos quais o eco era retratado como sendo uma montanha, com boca e olhos, que falava.

Por sorte, o papá também viu o mesmo epísódio, o que ajudou a compreender a questão "pai, onde é que vivem os ecos?".

Até o papá encarreirar numa explicação adequada à idade e capacidade de compreensão da cachopa foi um fartote de rir.

Aquela fase inicial da escolha das palavras foi mesmo gira.

Entretanto, juntei-me à conversa que terminei com a promessa de a levarmos a um sítio em que se  faça eco para que possa ouvi-lo.

De modos que é isso.

Se alguém puder sugerir-nos alguns, a malta agradece.

sábado, 8 de março de 2014

O Dia da Mulher e as Resoluções do Conselho de Ministros



Neste Dia da Mulher, deixo-vos uma imagem daquele que é o espelho da minha alma, aquelas em que deposito a esperança de ver um mundo menos conflituoso e mais equilibrado.

São estas meninas, mulheres de amanhã, a quem tento transmitir os princípios que acredito farão delas capazes de ser semeadoras de paz e harmonia (tal como eu tento ser, mesmo na tempestade).

As últimas notícias sobre os números da violência física, sexual e psicológica são tenebrosos e mantém-se a desigualdade salarial entre homens e mulheres. O que mais me preocupa nisto tudo é que não me parece que o cenário vá mudar muito brevemente.

Falamos, acima de tudo, de questões culturais. Aquelas que não mudam com as boas intenções do Conselho de Ministros.

Aliás é  inacreditável que em pleno século XXI seja necessário, em Portugal, o Conselho de Ministros publicar uma Resolução que visa promover medidas de igualdade salarial entre mulheres e homens e que termina com uma frase que seria cómica, não fosse o assunto tão sério:
 
"Determinar que a assunção de compromissos para a execução das medidas previstas na presente resolução depende da existência de fundos disponíveis por parte das entidades públicas competentes".
 
Ora, não é novidade nenhuma que não existem fundos disponíveis e, mesmo que os houvesse, a sua aplicação não passaria  de uma maneira artificial de tentar resolver algo que passa por fazer uma lobotomia a cérebros mais pequenos.

Não esqueço o julgamento a que assisti e no qual uma mãe testemunhava as agressões (horríveis) a que tinha assistido por parte do genro à filha.

Quando o juiz lhe  perguntava o que é que ela fazia, a senhora respondeu "eu só dizia à minha filha para ter paciência, porque uma mulher divorciada ....".

Esta ainda é a realidade aqui no nosso cantinho à beira mar plantado.

Cabe-nos a todos, homens e mulheres, mudá-la.

 

sexta-feira, 7 de março de 2014

O peso da idade

Começamos a sentir o peso da idade quando a estagiária com a qual partilhamos o gabinete, nascida em 1990, nos diz que já ouvi falar do "Duarte & Companhia" e sabe que é uma série muito antiga; abre a boca de espanto quando dizemos que trabalhamos no mesmo sítio há 10 anos (e ainda nos pergunta "mas este foi o seu 1.º emprego, não foi?") e trabalha de manga curta, ao lado de um aquecedor que nem os pés nos aquece.

A chamada solução brilhante

Depois de meses a ouvir o "Desfado", da Ana Moura, nas viagens casa-infantário-casa, eis que estou há meses a ouvir o CD das aulas de inglês da Leonor.

O CD tem várias faixas que podemos ir ouvindo à medida que a teacher dá luz verde. Por norma vejo a informação na parede dos recados ou recebo-a através da própria educanda.

Claro que isto vai gerando algumas discussões quando, por exemplo, a Leonor percebe que deixei o CD avançar mais do que era suposto.

Esta manhã, a rapariga cismou que ainda não podia ouvir a faixa 6. Lembrei-a que foi ela que me disse que já a podia ouvir e que a professora dizia, na tal informação colada na parede, que durante os meses de Janeiro e Fevereiro os meninos podiam ouvir as faixas 4, 5 e 6 e que, como já estamos em Março, de certeza que podia ouvir o 6.

Farta de contra-argumentar, a Leonor lembrou-se de uma solução brilhante para terminar com este tipo de discussão.

Disse-me ela "olha, fazemos assim. A partir de agora começas tu a ir às aulas e depois dizes-me o que posso ouvir ou não !!!"

Perante isto ... fico sem outra reacção que não a de um sorriso rasgado na cara.

Relato de um banho

- Ai mãe, tens as mãos frias

- Aiiiiii, a água está quente

- Está fria mãe, está friaaaaaaa

- Ai mãe, tu estás maluca?!!!

- Mãe, deixa-me ficar a brincar!

- Mas tu estás parva, mãe?!!!

- Tita, estou a ficar cheia da tua falta de educação. Levanta-te já, para a mãe te tirar daí!!!

- Mãe, tu és uma "desgaça"

quinta-feira, 6 de março de 2014

Será que é motivo para ficar preocupada?

Chamar Leonor à Benedita, Benedita à Leonor, Dulce à Joana, tal qual como via a minha bisavó fazer com netos e bisnetos, com a diferença que a minha bisavó tinha para além de 80 anos e eu não cheguei aos 37.

Será que é motivo para ficar preocupada?

Criptogramas a rodos

Na sua ânsia de aprender a escrever, a Leonor decidiu tornar-se autodidacta.

Não há pontinha de papel que escape às suas tentativas de escrever o que lhe vai na alma e que, frequentemente, resultam em verdadeiros criptogramas.

Fico maravilhada ao perceber o amor que a minha mais velha sente pelas letras.

Só dispensava o hábito que tem de recortar ou arrancar as folhas dos cadernos onde faz os seus escritos.

Começo a passar-me com tanto papelinho espalhado pelo chão da casa (estes juntam-se aos famosos recortes de catálogos).

Lá está, não há nada que seja perfeito é o que é.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Se é para agrader, então agradece-se tudo

Por norma, eu e as meninas fazemos uma oração antes de dormir.

Depois de rezar ao Anjo da Guarda, é o momento de agradecer a Jesus por tudo aquilo que nos dá.

Espontanea, e alternadamente, vamos agradecendo por aquilo de que nos vamos lembrando, desde a família, à nossa casinha, passando pelos brinquedos.

Claro que há momentos em que as pequenas resolvem disparatar e se riem como perdidas com as patetices que dizem.

Noutros demonstram a sua gratidão de forma detalhada, ao ponto de elencar todas as funcionalidades dos Ipad da tia e da avó, como o gato Tom e o jogo dos bolos.

É caso para dizer se é para agradecer, então agradece-se tudo.

terça-feira, 4 de março de 2014

Hollywood a aprender com as novelas portuguesas

 
Anda meio mundo a partilhar a selfie tirada pela Ellen Degeneres na cerimónia dos óscares e outro meio, o das más línguas (entre as quais me incluo) a dizer que a ideia saiu da mente brilhante de algum publicitário ligado à SAMSUNG.
 
Se há coisa em que não acredito, numa indústria tão profissional como a do cinema é em gestos espontâneos.
 
No caso, e mal comparado, lembra-me imenso as novelas portuguesas, ultimamente inundadas de publicidade a tudo e mais alguma coisa, de champôs a seguros de saúde.
 
Mas isso não interessa nada. A foto está gira e as montagens que se têm feito também.
 
E por falar em montagens, aqui fica uma irresistível.
 
 
 

Aprender com o carnaval

E de repente, no meio do restaurante, a Leonor aponta para um poster cheio de bandeiras e diz "mãe, olha a bandeira do Egipto".

Eu olhei e identifiquei-a, muito com a ajuda da legenda verdade seja dita.

Na véspera tinha começado a debitar informação sobre o rio Nilo que "está cheio de "corcodilos".

A explicação para tanta sabedoria está no tema escolhido para o disfarce de carnaval feito pela escolinha, os faraós.

Para além do excelente trabalho feito na execução dos fatos, as "porpessoras" , tiveram o cuidado de transmitir aos meninoe uma verdadeira lição de história.

Assim se aprende, com o carnaval e tudo o mais que nos rodeia.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Questões existenciais

- Sabes pai, tu vai morrer primeiro do que a mãe, disse a Leonor sem nada que o fizesse prever.

- Ai sim, então porquê?

- Porque estive a olhar para ela e vi que é mais pequena do que tu (leia-se mais nova).

Enquanto ouvia esta conversa não consegui evitar um sorriso, mas fiquei a pensar na profundidade desta reflexão, do quão sensíveis podem ser as questões existenciais de uma criança e de como é difícil dar  resposta a algumas delas.

domingo, 2 de março de 2014

Leituras de 2014

Um dos objectivos que tracei para 2014 foi o de ler 6 livros.


 Não contam aqui os da Anita, Noddy, Ruca e afins, bem entendido e muito menos aqueles que versem sobre temas jurídicos.

A minha ideia era a de ler 1 livro a cada dois meses. Quando cheguei ao dia 28 de Fevereiro dei-me conta de que o 2.º mês do ano acabava ali e estava a 40 páginas de acabar o 1.º livro.

Considerando que ainda não fiz nada para que os restantes objectivos traçados para este ano se cumpram, decidi que, ao menos, este seria uma realidade.

E vai daí acabei "O Palácio da Meia Noite" do Carlos Ruiz Záfon. O livro (tal como todos os outros que já li deste autor, é fascinante e prende-nos até à última página mas confesso que começo a ficar um pouco farta do género.

Entretanto comecei a ler "A mão do Diabo", do José Rodrigues dos Santos, e estou a gostar imenso pois o romance aborda temas muito actuais da realidade portuguesa.

Já tinha gostado da "Filha do Capitão" e, a continuar assim, parece que vou incluir agora o José Rodrigues dos Santos entre os meus autores preferidos, onde se incluem o Eça de Queiroz, a Isabel Allende, a Enid Blyton e o, incontornável, Erle Stanley Gardner.

Logo veremos.





Coisas que uma mãe ouve

Tita: "Mãe, estás a rir-te?!!! Não bebes mais vinho!!!


PS
E eu que sou abstémia. Mãe sofre.

sábado, 1 de março de 2014

Leonor, a pudica

Comentário da Leonor, a pudica, ao ver o desfile de Carnaval na Madeira


- Mãe, olha para aquela tão feia a mostrar o rabo.

É carnaval, ninguém leva a mal

Com este tempinho totalmente adverso a festejos carnavalescos, as meninas mascararam-se para ir ao aeroporto buscar a tia Dulce.
 
A caracterização foi feita muiiiiiiiiiito à pressa, porque tive de de sair a correr para ir ao meu trabalho apagar um fogo.
 
O resultado foi este:
 
A smurfina, mal disposta, recusou-se a calçar as polainas pelo que vai com os calcanhares das meias a ver-se. quase pelo meio das pernas, já que as únicas meias que encontrem em tom azul "daquele dos smurfs" são tamanho 8 
 
Já a madeirense foi de leggings da Hello Kitty debaixo da saia (confesso, "shame on me", que só ao ver a foto percebi que me tinha esquecido de lhas tirar)
 
Mas é carnaval e ninguém leva a mal, quero eu acreditar
 
 
 
 
A smurfina
 
 
A madeirense

 
A tradição já não é o que era

O que é que eu fiz para merecer isto?!

  Já ninguém recebe postais de Natal! Ninguém excepto eu, que ainda não estou refeita da emoção sentida ao abrir  o envelope. Tens razão min...