terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dia Mundial da Alimentação

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Alimentação.

Como sabem aqueles que por aqui vão passando, tenho uma relação absolutamente irracional com a alimentação, o que justifica o mal estar que sinto neste preciso momento (os salpicões e alheiras matam-me).

Os excessos alimentares que cometo são inúmeros. Tenho noção, mas persisto no erro. Suponho que seja uma reacção semelhante à dos viciados em álcool ou droga.

Não me orgulho disto, mas sinceramente estou-me um bocado nas tintas. Para já, acho que nos tempos que correm é impossível comer algo 100% saudável, já que até os vegetais são regados com chuvas que, todos sabemos, estão de alguma forma poluídas.

Depois, esta carga associada à alimentação saudável, os 1.001 e.mails que circulam com soluções milagrosas para quem tenha a coragem de se alimentar a "ervas e cascas de alho" e outras tretas que tais, fazem impender sobre a minha cabeça um "sentimento de culpa" por, a dada altura, ter adoecido com cancro.

O outro acusou-me, em vésperas de iniciar a quimio, de me andar a envenenar por beber leite e isso são coisas são marcam e revoltam.

Vejo muitas pessoas cheias de cuidado com a alimentação, correntes de ar e germes e que, ainda assim, adoecem.

Acredito que a alimentação ajude (ou prejudique, consoante o hábito), mais ai de nós se vivermos obcecados com isso. Há muitos outros factores que podem originar uma doença. Falo especificamente no cancro, que foi a que me bateu à porta.

Por isso, nunca é demais citar a nutricionista que, num momento muito doloroso da minha vida, me atendeu no IPO. O que se quer é "diversidade e equilibrio", na alimentação (e em tudo na vida, digo eu).

Desculpem o desabafo, mas há coisas que não sei se algum dia deixarão de estar entaladas nesta gargantinha.

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