quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Adopção por casais homossexuais

Vi a reportagem sobre a atribuição da confiança judicial de uma criança, com trissomia 21, a um casal de homossexuais (Eduardo Beauté e Luís Borges) e fiquei enternecida.

Pense-se o que se pensar da homossexualidade, acho que ninguém pode ficar indiferente ao facto de uma criança rejeitada pela família (ou parte dela) e sociedade ter conseguido um lar, constituído com Amor.


Juro que não consigo perceber os entraves colocados à adopção por muitas pessoas. A história do "não ser do nosso sangue" e poder vir a dar problemas; as dúvidas sobre a capacidade de amar um filho que não é biológico.

Não consigo perceber porque, desde logo, vai contra tudo aquilo que acredito ser um filho.

Os filhos "servem" para ser amados, não para satisfazer os nossos projectos de vida, ainda que façam parte deles.

Percebo a necessidade de casais com problemas de infertilidade tentarem tudo no sentido de ter um filho biológico.

Passar pela gravidez é, de facto, um momento especial e único e ter um filho é um sonho partilhado a dois.

 Mas, tirando isso, podemos dar (e receber) tudo aquilo que de bom temos a um filho adoptado.

Nem vale a pena estar a enumerar exemplos de "filhos do nosso sangue" que dão problemas, e graves, aos pais.

A minha admiração por estes dois homens, que aceitaram, sem reservas, um filho que não é do seu sangue e que sabem, de antemão, não irá dar só alegrias, desde logo pela deficiência de que é portador.

3 comentários:

  1. sempre fui a favor da adopção, dado haver tantas criancinhas a viver em condições degradantes, onde imperam a violência, o alcoolismo e quejandos, outras em instituições, que, por por muito boas que sejam, nunca lhes poderão dar o afeto que merecem. para mim, os adotantes serem homosexuais, é um fato irrelevante. A criança em enfoque tem mongolismo, e foi desprezada por quase toda a família biológica. A mãe teve muita coragem em entregá-la a pessoas que lhe podem dar carinho e tudo o resto de que ela carece!

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  2. Olá, concordo plenamente com o que escreveste.

    mas falando de uma realidade que conheço, compreendo, a decisão dos casais com problemas de infertilidade, no sentido de insistirem em ter um filhos biologico.

    Claro que existem, aqueles que alegam que um filho biologico é diferente de um adotado, e para esses, nem vou perder tempo a explicar o obvio.

    mas refiro-me, aqueles que tal como eu, aguardam anos a fio (eu ainda só estou à espera há 1 ano) que lhes seja entregue uma criança para ser amada. para esses, dado que a adoção, quase não é opção, quando decidimos que estamos preparados, para ter um filhos, para o amar incondicionalmente, para transformar uma familia que era de 2 em 3 ou 4, queremos que isso aconteça, num curto espaço de tempo (vá tipo 2 anos no máximo, comparando a demora de uma gravidez 9 meses, mais alguns meses para tentar engravidar).

    É muito frustrante, e então a maioria dos casais que estão a fazer tratamentos de infertilidade, também estão inscritos na lista nacional de pais adotantes.

    É triste que tudo neste país demore tanto tempo.

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