terça-feira, 30 de março de 2010

Espada de Dâmocles

Quando terminei a quimio, e apesar das boas notícias, pensei logo como iria reagir de cada vez que tivesse alguma comichão ou algo que me fizesse desconfiar de alguma coisa menos boa em termos de saúde.

Isto de, em oncologia, não se utilizar a palavra cura e de nos darem uma espécie de periodo experimental de 5 anos para ver como nos portamos, tem muito que se lhe diga.

Felizmente não sou muito ansiosa e tenho mantido alguma serenidade. Agora, seria mentira dizer que o termo recidiva não me passa pela cabeça, por vezes.

É tal e qual ter uma espada de Dâmocles sobre nós e saber que o fio que a prende pode, a qualquer momento, quebrar.

A sensação é, por si só, estranha e torna-se ainda mais complicada quando sabemos que a ideia passa, também, pela cabeça de outras pessoas. Torna o medo mais real.

Tive essa experiência hoje, por motivos que não interessa referir, e posso dizer que é, no mínimo, desconfortável e perturbadora.

Macaquinhos no sótão, à parte, tudo corre normalmente. Normal demais, em certos aspectos, diria.

A princesa rainha já reduziu, consideravelmente, a produção de ranho e, apesar de ter estado de baixa na semana passada, não estranhou nada o regresso ao infantário. Fica toda contente quando lá entra, o que me deixa muito descansada (pese embora uma pontinha de ciúme de mãe), pois significa que é muito bem tratada.

E, assim, a correr muito, vão passando os nossos dias.

1 comentário:

  1. Ainda bem que nao herdaste a ansiedade da tua mae! Senao terias de andar a ansioliticos tal qual ela!
    A cachopa gosta de sociualizar com os coleguinhas, e isso e muito positivo!
    bjs

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