quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

As cólicas da Tita e as injustiças de que a pequena é vítima

Os primeiros meses de vida da Tita foram muito complicados.

Berrava,berrava, berrava e os seus sonos eram tão curtos que eu nem tinha tempo para recuperar o raciocínio e espairar a zoeira que tinha dentro da cabeça.

Numa das consultas, a pediatra descansou-nos (ou não) dizendo que o problema da pequena era tão só o facto de ter mau feitio. Que era uma criança muito exigente e queria que antecipassemos as suas necessidades.

Esta teoria, sobre uma bébé de dois meses, deixou-nos a todos de boca aberta e foi motivo para os avós colocarem a pediatra na lista negra (ainda hoje estão convictos que a menina sofreu muito com cólicas nos primeiros meses e de que a pediatra cometeu uma enorme injustiça ao denegrir a personalidade da neta).

Eu também achei estranho como é que se podia fazer uma afirmação daquelas só por ouvir dois minutos de choro, apesar de a pediatra me ter emprestado um DVD da Priscilla Dunstan uma australiana que tem a capacidade (cujo nome me falha agora) de distinguir os vários tipos de choro, coisa muito útil, quando se tem recém-nascidos chorões.

Pois bem, achei estranho mas hoje dou a mão à palmatória.

A rapariga tem, efectivamente, mau feitio.

Melhor dizendo, e para suavizar a coisa, a Tita é temperamental. Quando vem direita a nós, nunca sabemos se é para dar beijinhos e abraços ou para nos espetar um murro na cara.

Muito afectuosa quando quer e teimosa como uma mula. Como ela não adiantam imposições, pois só a moldamos com muita paciência e diplomacia.

O resultado disto tudo é, por vezes, ser alvo de injustiças como a que aconteceu ontem de manhã.

A rapariga cismou que não queria calçar as sapatilhas. Como era dia de ginástica, enfiei-lhas às força.

Esperneou, e gritou que as sapatilhas estavam calçadas ao contrário. Disse-lhe que não estavam e que se as tirasse ia descalça para a escolinha.

Quando me apanhou distraída descalçou-se, veio ter comigo e disse "mãe, encontrei esta pulseira dentro da sapatilha".

Fiquei a olhar, sem saber se me ria ou me punha de joelhos a pedir-lhe desculpa. No stress de a vestir e chegar a horas ao trabalho nem percebi que o raio da pulseira estava dentro da sapatilha.

E atribuí o berreiro a puro mau feitio quando, afinal a rapariga tinha alguma razão.

Pobre Tita, a injustiçada.

1 comentário:

  1. Não tenho qualquer sombra de dúvida, de que, nos primeiros meses, a menina tinha dores provocadas por gases, ou seja, tinha cólicas. Agora, nesta altura, mostra que tem personalidade forte...

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