sábado, 18 de janeiro de 2014

Referendo sobre a co-adopção por casais homossexuais

Pense-se o que se pensar sobre a homossexualidade, a maior discriminação que existe presentemente foi criada por um legislador que permite que os homossexuais se casem mas não os deixa adoptar.

Podem dizer o que quiserem mas para mim não faz sentido, já que é o mesmo que dizer "vocês podem casar mas como não sabemos se isso que têm é uma doença, é melhor proteger as criancinhas".

E isso parece-me um insulto inaceitável.

Concordo, por isso, que é muito importante discutir a possibilidade de  co-adopção por casais homossexuais.

O que não concordo é que se faça um referendo à custa do qual será gasto, inutilmente, um rio de dinheiro.

Para já porque, como é óbvio, a discussão terá sempre conotações políticas e só servirá para, no final, se divagar acerca da (im)popularidade do Governo e oposição.

Tal como em 2007, relativamente ao aborto, vamos chegar ao fim com as mãos cheias de nada.

Com uns a dizerem que ganharam, outros a assumir a derrota mas sem resolver os problemas de base.

E é pena, porque as crianças merecem muito mais.

E não me venham com tretas sobre a família perfeita, pois a verdade é que ninguém sabe o que se passa entre portas.

Temos muitos casais "heterossexuais", com membros homossexuais não assumidos.

Os homossexuais não trazem a orientação sexual escrita na testa e nem todos têm os trejeitos que a sociedade pré-definiu que teriam.

E ao permitir a adopção singular, ninguém sabe se o adoptante é, ou não, homossexual (há coisas que não acontecem só nas novelas das 8).

O que não faltam para aí são famílias "perfeitas", em cujas casas abunda a violência física e psicológica.

O  problema é que nós, adultos, não conseguimos abstrair-nos dos preconceitos que a sociedade nos incutiu sobre o que será a normalidade e, muito menos, conseguimos ir para além da imagem.


1 comentário:

  1. Também nao concordo com o referendo, mas concordo com crianças felizes, inseridas numa família feliz, sejam
    os pais heterossexuais ou não. É tempo de acabar com os preconceitos e aprofundar a realidade.

    ResponderEliminar

Obrigada por dar vida a este blog.

Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.