quinta-feira, 31 de julho de 2014

Família em reestruturação

Os últimos dias têm sido complicados para a família.


O nosso patriarca ficou acamado e estamos todos feitos baratas tontas, a tentar perceber a melhor forma de lhe dar todo o conforto possível.


A solução pode parecer óbvia, mas está longe de o ser já que existem muitas variáveis envolvidas.


Encontrar um ponto de equilíbrio entre a imposição da nossa presença (porque decididamente necessitam dela) e respeitar a vontade de alguém que se nega a aceitar as suas limitações é muito complexo.


A luta é, assim, a de garantir a qualidade de vida possível e respeitar a sua dignidade.


Apesar de sabermos que poderia acontecer, não estávamos minimamente preparados para isto.


Durante a gravidez procura-se informação na net e até se frequentam cursos para aprender a pegar no bebé, dar-lhe banho e comida.


No envelhecimento isso não acontece.


Está está a ser uma fase em que me tenho questionado muito e até posto em causa muitas das coisas em que sempre acreditei.


Uma coisa é certa, a nossa sociedade não está preparada para cuidar de idosos (que são cada vez em maior número).


Isto para não falar nos custos que envolve e que poucas famílias terão possibilidade de suportar.


Nos próximos tempos, a minha partilha de experiência vai passar muito por esta questão.


Falar das meninas tem muita mais piada (e histórias não faltam), mas sinto que é mesmo importante falar destas questões.


Fico a aguardar também pelas experiências de quem vai lendo este blogue.







6 comentários:

  1. Sei que é um processo muito doloroso..... e apoios? népias!!!

    Só posso desejar-te muita força e coragem e que na dúvida, optes sempre pelo Amor!!

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    1. Obrigada minha querida. Amor há e muito. é o que vai valendo. beijinhos

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  2. Olá Susana.
    Sei bem como te sentes,a minha avó esteve acamada 11 anos e foi muito dificil para toda a familia,ainda foi para um lar mas pouco tempo depois tivemos que a tirar,ela não queria estar lá e a situação piorou muito.A unica pessoa para quem ela olhava e falava era comigo porque achava que como eu era neta não tinha culpa de ela lá estar,a culpa era toda dos filhos.
    Em casa foram anos muito dificieis,chegou a um ponto que deixou de falar e só gritava.Não desejo a ninguém o que a minha mãe e os meus tios passaram.Entretanto a doença do meu pai também se agravou "tinha cancro de pele"esteve 7 meses em casa acamado,ainda faleceu primeiro que a minha avó.
    Susana só te posso dizer que é preciso muita força e coragem para lidar com esta situação.O meu pai era muito bom de tratar.A minha avó era uma pessoa muito revoltada e quando as pessoas são assim tudo é mais complicado.
    Só te posso desejar muita força para toda a familia.
    Beijinhos para ti e para tua mãe

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    1. Obrigada Natália, O meu avô é um paciente complicado. Estamos a fazer tudo para o manter em casa. Vamos ver se conseguimos, pois é complicado. Para já contratámos uma empresa que presta serviços de apoio geriátrico. Um beijinho grande

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  3. Nunca tive ninguem da minha familia acamado, em lares sim, mas não acamados.

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Obrigada por dar vida a este blog.

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