quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Isto só a mim!

Passados quase 2 anos, e com a boca numa miséria, ganhei coragem para voltar ao dentista. Sei que é uma vergonha mas, cada dia que passa, fico com mais pavor de tudo aquilo que possa causar-me dor. Lá fui, então, a uma clínica recomendada pelo meu excelso marido. Começaram por me fazer o rx, depois sentei-me na cadeira do dentista que começou a ditar à assistente tudo aquilo que necessitaria de fazer (extracção do 25 e 28, não sei quê do 19 e outros 6...). A boa notícia, "ainda não tem falta de dentes". Chegados aqui, parou tudo. O sr. dr. disse-me que "agora funcionam de forma diferente e iriam apresentar-me o compromisso de tratamento para saber valores e, depois, decidir aceitar ou não". Para isso teria de acompanhar a assistente a outro gabinete. Não queria acreditar que me estava a interromper a consulta e mais estupefacta fiquei quando ouvi a explicação da assistente e percebi que o que estava em causa era assinar um verdadeiro contrato que resultaria num desconto de 5%, caso pagasse a pronto, ou na possibilidade de o fazer em 6 ou 8 prestações, sem juros. Eu, que detesto analisar contratos quando estou "fora de serviço", vi-me na contingência de ter de ler um contrato da COFIDIS (juro) para concessão de crédito sem juros (na prática subscrever uma ordem de débito directo) a meio de uma consulta no dentista. Devo dizer que fico muito vulnerável nestes momentos (leia-se idas ao dentista), sendo fácil fazer-me assinar o que quer que seja (o que imagino acontecer com muitas outras pessoas, daí o inusitado timing utilizado). Para além de tudo, a descrição daquilo que me querem fazer (coisas básicas para alguns) levou-me a pensar que, sem um compromisso como aquele, só voltaria ao dentista quando já não tivesse gengivas para segurar uma dentadura. E (no meio de um turbilhão de pensamentos) está bom de ver que assinei o compromisso de tratamento. Entretanto, enquanto falava com a menina, o dentista começou a atender outro paciente (provavelmente já comprometido) e ainda estive de esperar um bocado pela 2.ª parte da consulta. Enfim estava furiosa e cheia de vontade de manifestar a minha indignação por tão inusitado procedimento, só que comecei a imaginar o dentista nervoso e de broca na mão pelo que desisti. Quando chegou a minha vez, sentei-me humildemente na consulta e só pedi que começasse pelo tratamento menos invasivo pois queria ficar em condições de ir ver o velho Bryan Adams. Assim foi. O 1.º passo do compromisso foi dado. Destartarização feita. 2.ª consulta em breve. Isto só a mim!

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