sábado, 5 de abril de 2014

Amor sem explicação

Durante a semana deparei-me com esta história sobre um Amor sem explicação, que não resisto a partilhar.

Esta mãe desistiu dos tratamentos contra o cancro para que a sua bebé pudesse nascer.

A admiração que sinto por esta heroína, que já partiu, é incomensurável.

Sei que a decisão é polémica, mas quero acreditar que esta mãe tenha sentido o apoio daqueles que o rodeavam.

A 1.ª vez que fui ao IPO (grávida de 19 semanas) foi para fazer uma biópsia excisional da lesão que tinha na pele.

Quando estava a caminho, telefonou-me uma amiga a quem disse o que iria fazer e que o procedimento seria com anestesia loal, pelo facto de estar grávida.

Não estava preparada para a reacção dessa minha amiga que me perguntou, muito espantada, se eu não iria abortar.

Disse-lhe que não e que o médico nem me tinha falado nisso sequer. Respondeu-me que eu iria sofrer muito mais por não poder receber anestesia geral.

Quando desliguei o telefone, disse ao meu marido que se alguma vez me falassem em abortar eu não o faria.

Aliás o 1.º medo que tive, assim que soube que seria encaminhada para o IPO (e ainda sem perceber muito bem o que tal significava) foi o de que se equacionasse essa necessidade.

Desde que soube que estava grávida da Leonor que comecei a sentir um instinto de protecção difícil de descrever (primeiros dias até tinha medo de cair) e uma responsabilidade enorme pela vida que estava a gerar.

A preocupação foi sempre a Leonor (sendo que para tal eu teria de ficar bem) e, por isso, aquilo que me veio à mente no momento em que nasceu foi "missão cumprida; agora vamos ao resto".

Graças a Deus nunca se colocou a hipótese de necessitar de abortar, apesar de ter chegado a circular o boato de que eu estava louca por não o fazer  e estar a colocar a minha vida em perigo.

A questão foi sempre vista na perspectiva "vamos andando e vamos vendo" e o máximo que aconteceu foi ponderar-se a eventualidade de antecipar o parto, o que também não foi necessário tendo a Leonor nascido de parto natural e no preciso dia em que a gravidez atingia 40 semanas.

Esta experiência, que nunca esquecerei, faz-me perceber a decisão desta mãe a quem presto uma pequena homenagem divulgando a sua corajosa decisão.

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