domingo, 1 de junho de 2014

A mochila do Ronaldo e a reindustrialização do país


Ontem, em conversa com o meu homem, discutia o exibicionismo dos jogadores da nossa selecção, ao que chegar ao local do estágio em maquinões preto mate (assim à mafioso), mochilas de valor muito acima do salário mínimo e brinquinhos de diamante.


As tatuagens do Raul Meireles também foram alvo de conversa (a propósito, alguém que lhe diga que está a ficar cada vez mais parecido com um bode - animal de que gosto muito, por sinal, mas não por motivos estéticos).


Enquanto o Nelson censurava aquilo que lhe parece provocatório em tempos de carestia e defendia que a Federação devia fazer alguma acção de sensibilização, eu fiquei na dúvida sobre a qualificação a dar à escolha dos nossos meninos.


Uma coisa é certa, dou muito valor a quem assume gostos e atitudes (mesmo que más). Parece-me bem pior ser-se sonso e mostar aquilo que não se é. Para além disso, estou a usufruir daquilo que ganharam com o seu trabalho (isto sem discutir a se é razoável aquilo que ganham). E depois nada me diz que apesar de gastarem rios de dinheiro não utilizam outro tanto para ajudar quem precisa (aliás, se o fizerem altruisticamente não andarão a anunciá-lo).


Posto isto, fui ler a  "notícia " (se é que podemos chamar a isto notícia) que dava conta que o Ronaldo chegou a Lisboa com uma mochila alemã que custa 665€ e da qual retirei as seguintes conclusões:


- Confirma-se que me falta sofisticação (acho a mochila pavorosa)


- (Re) confirma-se a minha ignorância (desconhecia em absoluto a marca alemã em questão)


- Confirma-se que os nossos governantes andam a dormir, numa fase em que só se fala na importância da reindustrialização do país e no aumento nas exportações. Estão a perder uma oportunidade única de mostrar ao mundo as marcas portuguesas.


A linda (not) mochila do Ronaldo anda nas bocas do mundo. Porque é que não lhe põem uma da Cavalinho às costas?

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