sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Para que serve a história?
Sempre gostei imenso de história e cheguei a sonhar ser arqueóloga.
Claro que, na inocência da juventude, pensava que nada podia ser mais rigoroso do que a história e ficava muito intrigada quando o meu pai me dizia que era necessário filtrar aquilo que nos era contado. Factos são factos, pensava eu.
Agora percebo que, como em tudo, há sempre influência das nossas convicções, sejam elas políticas, religiosas ou sociais, naquilo que vemos e trasmitimos.
Em todo o caso, a história serve para perceber o presente.
Se tivermos o cuidado de parar para observar, muitas das reacções/modos de agir de quem nos rodeia são influenciados pela história de vida da pessoa em questão (especialmente aqueles que mais temos dificuldade em aceitar/perdoar). Conhecer a história das pessoas é, por isso, essencial para que as conheçamos melhor e procuremos a sua verdadeira essência.
E isto pode ser transposto para tudo o resto na vida.
É interessante, por exemplo, perceber que o despesismo, as derrapagens orçamentais e as famosas "gorduras do Estado" (que tanto nos afligem actualmente) são tudo menos um fenómeno recente.
Basta recuarmos ao século XVIII e vermos a forma como D. João V regia este nosso Portugal e geria o "vil metal" chegado do outro lado do Atlântico. A diferença entre D. João V e os governantes da era moderna é que aquele tinha piolhos mas deixou-nos o magnífico convento de Mafra que continua erguido de "pedra e cal", disponivel para quem o quiser visitar, enquanto estes deixam-nos estádios de futebol construídos em 2004 e já a cair aos bocados.
Dá que pensar.
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