quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Febres e dores (na cabeça)

Quando andava na escola primária ficava sempre com febre à 3.ª feira à noite, véspera do dia da ginástica.


Como era roliça, a "Bolinhas" como me chamava o professor, detestava aquilo pois expunha aos olhos de todos as minhas limitações.


Agora é a vez de a Leonor sentir dores de barriga na escola, como contei há dias. A cachopa é muito fechada e orgulhosa, o que nos obriga a algum saber para conseguir tirar-lhe alguma informação.


Como sabem, achámos muito piada pois pensámos que as dores de barriga eram só para conseguir ir almoçar com a tia Dulce. Acontece que nos nossos tête à tête antes de dormir fiquei a saber que o motivo era outro.


A Leonor não quer almoçar na escola porque não quer ser a última a acabar de comer, ou seja por uma questão de orgulho. Ando a tentar explicar-lhe que metade dos seus genes foram transmitidos por uma família de pastelões e que há pessoas que gostam de comer mais devagar. Nada a fazer.


O outro motivo é porque há um menino da outra sala que lhe bate. Pelos vistos o menino bate a todos, pelo que não será nada pessoal.


A Leonor falou-me disto a custo e não queria, por nada, que eu contasse à professora.


Logicamente, não pude guardar reserva e falei com a professora e auxiliares da escola, enquanto rezei a todos os santinhos para que o avô se contivesse e evitasse ir à escola desancar o menino que perturba a sua amada neta.


Nisto tudo, e num tom mais sério, há duas coisas que me preocupam. Uma é o feitio da Leonor, com o qual  vou aprendendo a lidar devagarinho.


A outra é perceber que não nos chegam 1000 olhos para perceber o que pode estar a acontecer de errado com os nossos filhos pois muitas vezes camuflam os sinais.


É a tal aprendizagem constante.



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