quinta-feira, 23 de abril de 2015

Os homens e as adversidades

Antes de mais, deixem-me dizer que não sou feminista (e também não me considero machista). Vou somente constatar factos, baseados na minha experiência.


Costuma dizer-se, em tom jocoso, que se fossem os homens a dar à luz a humanidade já tinha acabado.


Não sei se acabaria mesmo, mas que a taxa de natalidade cairia (ainda) muito mais, lá isso caía.


O momento do nascimento, ainda que maravilhoso, é algo doloroso e o nosso "sexo forte" não tolera bem as dores, é um facto.


Mas o que me leva a este post é a dificuldade que vejo em muitos homens de enfrentarem adversidades e falo, em especial, no caso de doenças de pessoas queridas.


Há dias disseram-me, "não posso contar com o x " . Ele não consegue ver o ... assim, muito menos ajudar a cuidar.


Ao ouvir aquilo revi, mentalmente, a reacção de "outro x", bem chegado a mim, que não se consegue aproximar dos seus doentes.


E isto causa problemas complicados, que vão desde a incompreensão dos demais familiares (e, por consequência, incompatibilidades) até àquilo que eu imagino seja uma enorme dor contida e até sentimento de culpa por não estar lá, quando é preciso.


Claro que isto deve acontecer também com algumas mulheres mas, pessoalmente, tenho sentido isto com homens.


Estou convencida, sempre e cada vez mais, que o sofrimento deve ser partilhado. Nada o ameniza mais do que uma palavra ou colo amigo. Daí que me custe ver estes homens (e mulheres) que não conseguem exteriorizar o que sentem e, com isso, sofrem cada vez mais sózinhos.

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