A minha avó tinha 43 anos quando eu nasci e criou-me até aos 5 anos.
Muito do que sou (na parte boa, sublinhe-se) devo-o a ela.
Com ela aprendi, por exemplo, que só devemos ter vergonha das asneiras que fazemos; que a vida só faz sentido se dermos algo de nós aos outros; que devemos apreciar e agradecer as coisas mais simples da vida (desde o raio de sol que nos bate na cara ao vento que despenteia o cabelo); que Deus só escolhe os guerreiros mais fortes (desculpa TP, sei que não gostas do termo) e não nos dá cruzes mais pesadas do que aquelas que conseguimos carregar; que "aos homens nunca se mostra a manga toda".
Lembro-me de ficar furiosa qando íamos Avenida abaixo e parávamos a cada 5 metros para que falasse com 1001 pessoas e de ficar muito vaidosa quando alguém dizia sermos parecidas (mesmo sabendo ser mentira); lembro-me também de ter ficado anos sem conseguir comer ovos estrelados por os ter enjoado (a avó fazia sempre aquilo que eu mais gostava) e de a avó nunca sair sem preguntar (insistentemente) se eu queria alguma coisa da rua (leia-se, se queria um docinho); lembro-me de ir com ela ao grupo de oração à 3.ª feira à noite.
Fui/sou muito mimada e sei que são estas memórias que manterão sempre viva a minha avó.
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Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.
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