terça-feira, 17 de novembro de 2015

Seguros/doenças oncológicas - A minha indignação


Sempre disse, relativamente aos seguros, que o melhor é não precisar deles, tais os entraves e fugas ao cumprimento por parte das seguradoras.

Mas a verdade é que nunca tinha tido nenhum problema com eles, até este momento.

A minha entidade empregadora decidiu subscrever um seguro de saúde de grupo.

 Preenchi o boletim de adesão com rigor e verdade, dizendo estar em remissão de um linfoma de Hodgkin desde Dezembro de 2009 e não ter qualquer tipo de incapacidade certificada.

Confesso que não estava à espera do balde de água fria que recebi, ao ler uma cartinha (de poucas linhas) que dizia tão, somente, isto:

“em virtude de estado(s) clínico(s) pré-existente(s) não nos é possível aceitar o seguro em referência, pelo que o mesmo não tem efeito”.



Não conseguiria (por mais que tentasse) expressar o que sinto desde que tive conhecimento desta decisão, desde logo pela carga psicológica que encerra.



A dita seguradora que, por ora, não divulgarei, não se dignou a pedir um relatório médico actualizado limitando-se a catalogar-se como uma "bomba relógio" pouco apetecível em termos comerciais,  segundo aquela que será a sua estratégia comercial.



A agravar a minha mágoa e revolta, veio a explicação de alguém que, a tentar justificar o injustificável, disse que o que aconteceu foi culpa de um algoritmo e resultou somente da introdução (cega) de dados no sistema informático.


No meio dos meus desabafos, por aquilo que acho  ser uma verdadeira discriminação (digam o que disserem há aqui violação do princípio da igualdade) vão-me dizendo para não ligar, "que as seguradoras são assim".


Ao que respondo que, se são, não deviam ser. Digo-o por mim e por todos quantos passam/passaram e passarão por situações semelhantes.


Já é altura de as pessoas deixarem de ser tratadas como números. E se há legislação, já de 2006, que proibe este tipo de práticas, há que fazer cumpri-la.


Estou decidida a denunciar a questão junto das entidades competentes.


Por outro lado, e continuando a falar de estratégias comerciais, começam a surgir os seguros especiais para doentes oncológicos, o que não será por acaso e reflecte o actual estado de arte e a cada vez maior taxa de sobrevida.


Algo me diz que ainda hei-de ser contactada por um comercial da seguradora que agora me está a descartar.


Podem ler a notícia  AQUI.


Peço, a quem tenha histórias semelhantes, que as partilhe (pode ser por mensagem privada) .

3 comentários:

  1. Cherry, percebo o que estás a passar, há uns tempos, solicitei uma simulação para um seguro de vida, que estaria associado a um crédito habitação (isto foi há mais de 1 ano) e até à data não tive resposta.

    Na altura, propuz que o seguro, não segurasse a morte ou incapacidade se algo acontecesse em resultado de qualquer doença oncológica. Como não querem assumir por escrito que não aceitam, não responde.

    Acho que deves escrever ao Sr. Presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (Dr. José Figueiredo Almaça), mas não tenhas muitas esperanças. beijocas.

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    1. Gigi cherry.A cartinha para a ASF já está pronta. vou enviar também para outras entidades. o meu objectivo é que se faça alguma coisa que mude este tipo de procedimentos. Não é pelo seguro em si, sinceramente. Quanto à tua situação, não conhelo os contornos todos mas a lei de contrato de seguro prevê um prazo de 14 dias para se pronunciarem, sb pena de se considerar aceite o seguro. será q se aplicaria à tua situação? tinha piada :)

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  2. Pois mas no meu caso eu não preenchi qualquer proposta de seguro, eu pedi uma "simulação" ou cotação e até à data....

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Obrigada por dar vida a este blog.

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