sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Presidente dos afectos

Acho imensa graça à forma como os afectos demonstrados pelo nosso Presidente da República estão a ser interpretados, e não só pelos cidadãos, como uma espécie de revelação de um "Salvador da Pátria".

Qualquer que seja o problema, cidadãos e até representantes institucionais (ainda esta semana vi um Presidente de Câmara fazê-lo) dizem que vão apelar ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

Muitos dirão que é show off, que poderia dirigir-se aos sem abrigo e dar sopa aos doentes sem ter câmaras a filmar, e não passa tudo de uma encenação.

Quanto aos reais intuitos, não posso pronunciar-me. Quero acreditar que são só uma manifestação da sua genuína maneira de ser.

Mas apesar de puderem ser só estratégias de charme, a verdade é que se percebe pelas reacções que as pessoas precisam desta aproximação e sentir/acreditar que os responsáveis políticos não só são de carne e osso como conhecem, efectivamente, aquilo que se passa no mundo real.

Para além disso, há muito quem precise de visualizar para ter uma noção, ainda que tímida,  de que há pessoas que vivem na rua e que, apesar dos apoios que possam estar disponíveis, não será fácil tirar de lá pois os problemas vão além da pobreza, e muitas vezes são de saúde mental. Só para dar um exemplo.

Para mim, tudo isto é positivo.

Claro que falta saber como será o desempenho quando estiverem em causa fricções políticas que exijam outro tipo de intervenção mas nada invalida que goste desta face daquele a quem alguém já chamou "o presidente dos afectos".


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