segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Paternidade/sacerdócio

Hoje chamou-me a atenção a notícia sobre um padre português que assumiu a paternidade de uma bebé. Não sei os contornos do caso, nem me interessam na verdade. Sei só que: 1.º O Padre violou o voto de celibato 2.º A assunção da paternidade será, numa interpretação literal das regras da Igreja, inconciliável com o sacerdócio Esta será a visão crua da história, concorde-se ou não com o celibato dos sacerdotes (e eu não concordo, de todo). Acontece que se há situações em que não nos devemos ficar pela literalidade das regras, esta é uma delas. Algo me diz que este Padre violou o voto de celibato mas não o de castidade. A educação no Amor, um dos propósitos da Igreja e sinónimo de castidade, fez com que este padre assumisse a paternidade perante o mundo. Algo muito corajoso e ao alcance de poucos, neste contexto. Um verdadeiro acto de Amor. Seria certamente muito mais fácil esconder esta realidade, mudar de terra e apresentar a sobrinha ou simplesmente partir sozinho para longe, deixando que as memórias se fossem esvaindo. Mas isso sim iria contrariar tudo aquilo que a Igreja significa. Amor. Que esta família seja feliz, em comunidade. Que os homens que fazem as leis humanas as corrijam, de modo a que deixem de fazer do celibato um impedimento a verdadeiras vocações paternas e pastorais.

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