domingo, 21 de janeiro de 2018

Supernanny

Ao sábado de manhã cedo, único momento em que sou senhora de me sentar no sofá e fazer algum zapping, é frequente parar a ver americanices no TLC. Noivas a discutir com as damas de honor acerca da escolha do vestido, malta com obesidade mórbida a preparar-se para cirurgias ... uma imensidão de questões mundanas, a acontecer em frente a câmaras de televisão. E eu ali, emparvalhada a ver e sempre a remoer a mesma pergunta "como é possível que existam famílias a exporem-se desta forma?". A conclusão é sempre a mesma - só podia ser na América. 
Mas não,  não é só na América que acontece. Aliás, segundo apurei, o formato do Supernanny nem sequer nasceu nos States.
Dado isto, eu serei a última pessoa a poder criticar o Supernanny. Ver programas estrangeiros semelhantes e vir depois criticar o português, faria de mim mais parva do que o facto de ser capaz de os ver. Não me orgulho, acreditem, e em minha defesa só consigo alegar que não os procuro. Lá calha, no meio do zapping, e necessito desesperadamente de momentos em não me seja exigido pensar muito.
Não vi a Supernanny, mas não consegui evitar espreitar umas imagens. A pergunta que me ocorreu foi a mesma de sempre. Não percebo esta exposição, mas imagino o desespero dos pais que a ela se sujeitam. Educar os adultos de amanhã, em sociedades que se querem aproximar da América naquilo que tem de pior, não é pera doce. E a ajuda profissional, tantas vezes necessária, está ao alcance de poucos.
Acho bem que se defenda a imagem das crianças envolvidas, mas não embarco em histerias. Para mim, o problema é bem mais complexo do que o terem aparecido na TV, e afetará muitas mais famílias do que imaginamos. Se o mediatismo servir para uma discussão série do busílis da questão, já não se perdeu tudo.

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