terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval

Sempre tive uma relação amor-ódio com o Carnaval.

Gosto muito de ver crianças e adultos mascarados, mas não entendo a mania de tentar recriar um clima tropical em pleno Inverno. Morro de pena ao ver as sambistas, roxinhas de frio e quase mumificadas. Bem fazem os Venezianos com os seus sumptuosos trajes que, além de serem lindos, são bem mais apropriados ao clima europeu.

Acho mesmo que o Carnaval devia ser uma festa móvel, a realizar-se em data a definir de acordo com o clima de cada país. Em Portugal, por exemplo, podia ser logo a seguir à Páscoa para não colidir com a Quaresma. Agora que está na moda, podia lançar-se uma petição, dirigida a quem de direito.

Em todo o caso, a festividade tem este ano, e como não podia deixar de ser, um significado especial para mim. É que em 2009 o meu Carnaval foi, literalmente, o Carnaval dos Hospitais. Como já contei noutro post, a minha Leonor resolveu armar-se em Karateca e, às 29 semanas de gravidez, resolveu que a mãe devia ir passar uma semana ao hospital. Tanto pressionou o rim direito que eu, depois de passar uma semana sem comer e sem dormir, tantas eram as dores, lá fui para uma semaninha de internamento.

Piores que as dores, era a angústia e o medo que a bebé tivesse algum problema. Parecia uma presidiária a fazer contagem decrescente e a festejar cada semana que passava, que era mais uma em que nos aguentávamos e os órgãos da Leonor iam ganhando maturação naturalmente.

Agora à distância, não sei como aguentei, sei é que passei a ver o Carnaval de outra forma.

Aproveito para mandar um beijinho às meninas com qem partilhei aquela semana. Lúcia, Belmira e Carina que tanto lutaram pelos seus bebés e foram para mim um exemplo de força e perseverança.

3 comentários:

  1. Olá, Susana, penso o mesmo que tu em relação ao Carnaval. Ainda ninguém percebeu que não estamos no Brasil. Mas nem ao do Brasil acho graça...
    Bom, mas como bem contas, há sempre uma perspectiva melhor para vermos as coisas de outra forma.
    No ano passado estava em radioterapia, este ano fui a uma festa e... diverti-me.
    Um grande beijinho,
    TeresaP

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  2. Concordo em absoluto que, para que haja trajes de Carnaval apropriados para temperaturas que não as que se fazem sentir agora no nosso cantinho à Beira-Mar plantado, pode alterar-se a data para quando o tempo estiver mais ameno!
    Quanto à nossa bebé praticante de Karaté no útero materno, pôs-te de rastos (só quem via o teus rosto é que se apercebia do sofrimento em que estavas, mas este carnaval jé te consolou com os seus trajes de borboleta e da gatinha mais famosa do mundo!
    bjs

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  3. O Carnaval é como outros dias "especiais", made para o comércio e o consumo. Se Carnaval for fingir, fazer de conta e brincar com os amigos, Viva o Carnaval! Se for para abrir a bocarra, alarvando uma gargalhada que só existe no espelho...então...passo!
    Quanto à tua mensagem no meu blogue...és tu, sim, Susana! Foi em ti que pensei quando agradeci a vossa amizade, apoio e carinho.
    Um grande beijinho
    TeresaM

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