terça-feira, 10 de julho de 2012

Manifesto pela laboração contínua dos infantários

Quando uma criança de 3 anos consegue manipular a própria pediatra, temos a certeza que estamos perante um, futuro, caso de polícia. Tanto fez, que conseguiu que eu fosse deixar a Titocas no carro, a deixasse sózinha e viesse a correr, escada acima, buscar a aleijadinha. Aproveitei a consulta para falar na dor à pediatra e desabafei "desconfio que ela estava só a querer chamar a atenção". A pediatra, muito querida e inocente, respondeu-me " não! uma criança de 3 anos não tem capacidade para esse tipo de coisas". Ah pois não, pensei eu. E a pediatra continuou o exame. "é aqui? é aqui? Vê mãezinha, é aqui", disse apontando para o tornozelo enquanto a pequena ia fazendo pequenos esgares de dor. Mas ela, há pouco, queixava-se dos gémeos (creio que é este o nome técnico para os músculos da barriga da perna). "Pois, sabe que eles ainda não sabem distinguir bem a origem da dor". E assim conseguiu manipular a própria pediatra, a criança que, horas depois, subiu as escadas do prédio com as mãos atrás das costas, tentando esconder uma peça de plástico que faz parte dos acabamentos do edifício e ela cisma ser a espada com que um dia nos cortará a cabeça. Estou, assim, tentada a iniciar um manifesto pela laboração contínua dos infantários. Ou isso ou mandá-la para um colégio interno na Suiça. PS. Brinco, brinco, mas não é fácil saber quando valorizar estas "dores" e tenho sempre medo de estar a fazer o juízo erradp. Talvez por isso ceda sempre e a Leonor faça de mim gato e sapato. Mas prefiro assim, do que um dia a rapariga estar mesmo em sofrimento e eu pensar que é só tanga. Acho que alguém já escreveu sobre isto, chamou à história "O Pedro e o Lobo".

1 comentário:

  1. Bem, essa pediatra não é propriamente candidata a Pediatra do Ano. Afirmar que uma criança de 3 anos não tem capacidade de tentar chamar à atenção... Caiu-me o queixo.

    ResponderEliminar

Obrigada por dar vida a este blog.

Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.