Desengane-se quem pensa que as dores de parto são as mais fortes que os filhos nos fazem sentir.
Assim de repente, lembro-me dos pontapés nos rins e no estômago, os arranhões e puxões de cabelo, os cantos de livros de capa dura a bater-nos em cheio na cana do nariz, as topadas em brinquedos.
Mas estas são, só, as dores físicas.
Depois há as outras. As da alma. Tudo o que está mal feito foi a mãe que fez.
E as comparações que fazem a mãe sentir-se como uma recém casada quando o marido compara os seus cozinhados com os da, própria, mãe (deve ser a única coisa em que mães são boas).
"Mãe, o pai não pega na Tita ao colo. O pai dá-lhe a mão e ela desce as escadas em pé". (sim, Leonor, mas isso é ao fim de semana, não é durante a semana quando tem de picar o ponto).
"Mãe, o pai não me lava assim. O pai, põe-me no bidé e lava-me ...."
"Mãe, o avô fecha as janelas. tens de fechar também."
E por aí em diante.
Mãe sofre às mãos destas pestinhas, que não deixam passar uma em branco.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
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