domingo, 7 de julho de 2013

Era só dar-lhes com as minis na cabeça

Até me considero uma pacifista, mas há coisas que enervam.

Ontem fomos até Viseu, à barragem de Várzea, onde fizemos um piquenique.

Apesar de existir um espaço pensado para funcionar como parque de merendas, tivemos de abancar no chão pois alguém, muito espertinho, resolveu levar/partir tampos de mesas, nuns sítios, e bancos noutros.

Ainda assim, o local continua a ser utilizado e um grupo que, dada a quantidade de lixo abandonada, imagino tenha sido grande, resolveu deixar como recordação uma colecção de garrafas de minis (entre outras relíquias).

É certo que o lixinho foi disposto ao lado do caixote, mas ninguém se terá lembrado do perigo que é deixar vidro no meio do pinhal, em dias escaldantes como estes.


Sinceramente, não percebo como é que se arranja espaço no carro para transportar grades de minis cheias, mas não para as transportar vazias.

Claro que as minis são uma caricatura do lixo que as pessoas abandonam. É impressionante o que se vê por aí. Dá a sensação de que há quem viva na Idade Média.

É uma dor de alma ver os bombeiros a esfalfarem-se para combater incêndios e, ao mesmo tempo, perceber que se criam focos de perigo completamente evitáveis (bem bastam os criados deliberadamente).

Mais ainda, é triste que todos nos sabemos queixar da crise, e da falta de dinheiro, e pouco fazemos para preservar equipamentos de lazer dos quais poderíamos retirar grande partido sem necessidade de gastar muito. Posso garantir que as minhas meninas gostaram muito mais de comer ao ar livre, sentadas no chão, do que ir à pizzaria.

Às almas perdidas que por aí andam a destruir (conscientemente, ou não) qualidade de vida  era só dar-lhes com as minis na cabeça.



2 comentários:

  1. Susaninha, acho que este é um dos meus posts preferidos de sempre. Subscrevo cada palavrinha, sobretudo estas: "Mais ainda, é triste que todos nos sabemos queixar da crise, e da falta de dinheiro, e pouco fazemos para preservar equipamentos de lazer dos quais poderíamos retirar grande partido sem necessidade de gstar muito." Ah, e a parte de dar com as minis nas cabeças do pessoal, é claro!

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  2. È de facto incrível a falta de civismo de algumas pessoas. Não faço muito pique.niques, mas uma vez por ano gosto de fazer um lá para os lados de s. Pedro Moel nas matas nacionais e apesar de ter havido já muita educação/evolução e apesar de haver n caixotes e sacos para por o lixo continuo a encontrar muitas zonas cheias de lixo, que depois atraem moscas e torna-se impossível usufruir do espaço.

    Temo todos de ser mais exigentes e educar as gerações vindouras que a nossa parece-me um caso perdido.

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