domingo, 5 de janeiro de 2014

Sobre a Rita Marrafa de Carvalho e a difiícil arte de conciliar vida profissional e pessoal

Ao navegar no facebook deparei-me com este post sobre a jornalista Rita Marrafa de Carvalho e a polémica gerada em torno do facto de ter tido necessidade de levar a filha para o local onde iria fazer uma reportagem.

Não conheço os contornos dos factos e estou a comprar a história tal como a vende o blogue Debaixo dos Arcos.

A certa altura e,  como reacção a um desabafo da jornalista devido ao facto de terem impedido a filha de entrar na Presidência da República, um "colega" de profissão terá, alegadamente, dito esta barbaridade "Se não tem onde deixar a filha, não deveria exercer esta profissão ou então tirasse um dia de folga".

Isto parece-me tão estúpido que quero acreditar não ser verdade e nem vou perder tempo a comentar, mas não deixa de me levar a uma reflexão sobre quão difícil é conciliar maternidade/paternidade com carreira.

A nossa mentalidade ainda é tão pequenina que defendemos o alargamento da licença parental mas quando alguém a decide utilizar no período máximo todos, no local de trabalho, criticam.

E quando há reuniões na escola dizem que ir é um desperdício de tempo pois podemos  optar por telefonar para saber se está tudo bem.

Fala-se muito na necessidade de conciliar vida profissional e pessoal mas deparamo-nos com o enorme obstáculo que é a mentalidade tacanha de quem não percebe que os outros só serão bons naquilo que fazem se tiverem disponibilidade emocional.

Ora isso  não acontece quando se sabe que se teve de dar um BEN U RON a uma criança mesmo antes de ir para a escola, de forma a que a febre se revele o mais tarde possível adiando, assim, o telefonema para a ir buscar.

3 comentários:

  1. A protecção à família, neste pequeno e pobre país, só existe no papel. Se compararmos a nossa realidade, nesse aspecto, com o que se passa na Suécia, até choramos, e falo nesse país, com conhecimento de causa.
    Já passei por situações aborrecidas, quando tu e as tuas irmãs eram pequenas, quando alguma adoecia; tinha colegas sem filhos, ou com filhos adultos, que conseguiam ser bem cruéis!

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  2. Exactamente..... vivo todos os dias, mas todos, com esta mesma dualidade de opiniões.... acham muito bem que tenhamos filhos para haver quem nos pague as pensões no futuro... mas depois.... culpam-nos de colocarmos a família em primeiro lugar!!!

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    1. Não é nada fácil de gerir isto. Definitivamente, as mentalidades não mudam por decreto

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