terça-feira, 10 de junho de 2014

Diálogo de uns pais em fuga

`A saída de casa


- Ó pá, sinto-me tão culpada. Devíamos ter-nos despedido delas.


- Para quê? Já sabes que iam fazer um berreiro e incomodar toda a gente. Assim, nem reparararam e nem vão sentir a nossa falta.


- Pois. Se calhar, tens razão ... mas sinto-me mesmo culpada.


À chegada


- Olha, estou mesmo a imaginar a Tita aqui.


- Já viste, aquela salinha com brinquedos? Afinal, há um espaço próprio para elas. Agora, é que me sinto culpada.


- Ai, se a Leonor visse isto.


- Poquê pai, poquê, como diz a Tita?


(A Leonor isto, a Tita aquilo ...) 500x


- Queres levar o grilo?


- Não. Só tinha piada, se tivesse sido apanhado com elas


- Temos de vir cá com elas. Iam adorar.


(elas,elas, elas ...) 500x


A fuga foi, está bom de ver, só física. Aliás, nem poderia ser de outra forma.


Mas soube muito bem ter um bocadinho para andar de mãos dadas, inspirar o ar puro da serra e fazer coisas tão singelas como apanhar grilos só para lhes fazer uma festinha e almoçar no restaurante responsável pelo catering do nosso casório - Nascer do Sol.


Havemos de voltar ao Caramulo, com elas.



1 comentário:

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