Para mim, a hora de almoço é sagrada (como a do pequeno almoço e jantar, de resto).
Sou incapaz de perceber quem a aproveita para ir ao cabeleireiro, ginásio ou afins. Detesto comer depressa, especialmente se for de pé.
Provavelmente por estar mal habituada e continuar a ter a sorte de ir almoçar a casa dos pais, que vieram substituir os avós, o que me permite aproveitar o aconchego da família e ter uns minutinhos de sossego para ler o jornal.
Hoje, Dia Mundial da Alimentação, recordo com particular carinho os almoços em casa dos meus avós, ao som das notícias e discussões hilariantes sobre a origem etimológica de certas palavras e outros factos mais, ou ainda menos relevantes.
Fosse qual fosse a hora a que chegasse, a minha avó voltava para a cozinha para me fazer companhia e não me deixava levantar um guardanapo, mandando-me ir ler um bocadinho do jornal para "descansar antes de voltar ao trabalho".
Não há como não sentir saudades deste mimo que continuo a receber, agora dos meus pais, ainda que de forma mais subtil.
Fui e sou uma mimada sem dúvida, e depois de ficar a saber que os portugueses têm a hora de almoço mais longa da Europa, ainda me sinto mais privilegiada.
terça-feira, 16 de outubro de 2018
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