sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Financiamento do tratamento do cancro está aquém do esperado

Vai ser publicado no dia 25 de Setembro um estudo que conclui que o financiamento do tratamento do cancro está aquém do esperado, em Portugal.

Tenho pensado muito nessa questão ultimamente. Cada vez que faço quimio, questiono se os impostos que paguei até ao momento serão suficientes para pagar o meu tratamento.

Sim, porque nem imaginam a quantidade de material de enfermagem necessário para fazer uma simples análise ao sangue a quem, como eu, tem um cateter jugular. Já para não falar nos medicamentos, consultas ...

Quando soube que teria de fazer o PET (um dos exames de diagnóstico), procurei informação sobre o exame e a definição terminava com esta frase "nem sempre acessível por questões económicas".

Eu já fiz 2 (ando a depauperar os cofres do Estado), mas tenho conhecimento pessoal de alguém a quem não foram feitos todos os exames desejáveis na fase pós tratamentos. Por esse motivo teve uma recidiva e, lamentavelmente, partiu.

Nem de propósito, pois desconhecia até hoje a existência do estudo, perguntei à minha médica (na última consulta) se não tinha restrições orçamentais que a limitassem aquando da solicitações de exames. Respondeu falando em orientações para uma boa gestão de recursos (mas acho que nas entrelinhas queria dizer mais).

Ora isto não pode deixar de me preocupar, apesar de, como já disse, não ter razão de queixa.

Da minha experiência, posso dizer que, para além da necessidade de aumentar o financiamento do tratamento do cancro, é imperioso melhorar a organização interna do IPO. Há semanas em que recebo 2, 3 postais sobre a mesma coisa, assinados por pessoas diferentes. O meu processo já andou extraviado, como tantos outros.

Apesar disso, a equipa de profissionais (no caso, do IPO Porto) que me tem tratado é excepcional. Aliás, como todos ali dentro e posso dizer que, considerando que as infra-estruras e recursos humanos estão claramente sub-dimensionados face às necessidades, fazem autênticos milagres.

Não posso esquecer também os voluntários, que nos acolhem sempre com um sorriso. O cheirinho a café que sai daquelas garrafas térmicas, quando passam, tem o mesmo efeito de um abraço. Que conforto transmitem. Inexplicável.

Espero, sinceramente, que as conclusões deste estudo sustentem medidas efectivas que alterem totalmente o resultado do próximo estudo.

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