quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Assim nascem os boatos

Foram, essencialmente, dois os motivos que me levaram a escolher o curso de Direito.

Em 1.º lugar, a "admiração" pelo grande advogado Perry Mason, descoberto através dos livros de bolso da colecção Vampiro, iniciada pela minha mãe e tios e continuada por mim e pela mana Dulce.


Este motivo parece pouco racional, admito, mas perdi a vergonha de o revelar, no dia em que vi uma entrevista da Maria José Nogueira Pinto (se não estou em erro) que dizia o mesmo. Vá lá, não sou a única.

O 2.º motivo é o fascínio que sempre tive pelas palavras e pelo uso que delas podemos fazer. Encanta-me o facto de podermos fazer 1001 interpretações diferentes da mesma frase.

Claro que tudo tem o seu quê e este fascínio traz-me, muitas vezes, algumas dificuldades. É terrível estar a fazer uma formação daquelas "light", com colegas de outras áreas, todos perceberem a 1.ª o que se pretende e eu estar uns tempitos a tentar descodificar. Pois, vocês dizem que se pretende x, mas também pode ser y, z, w.....

É engraçado ver como a formação de base de uma pessoa molda e orienta a sua forma de raciocínio. Eu, por exemplo, nunca serei capaz de entender os T dos contabilistas. O que me vai valendo é saber que tenho a Dr.ª Eugénia, à distância de um telefonema.

E ontem mesmo tive um exemplo de como uma frase menos fiel à realidade pode induzir em erro quem a ouve.

A minha mãe chegou a casa e diz a Sr.ª Laurinda "D.ª Libânia, a menina Leonor deu um murro e partiu o biberão".

Eu, que assisti à cena do passamento do biberão, rebolei a rir. Imaginei logo a minha pequena "Rambo", de camisola caveada e fita na cabeça, a partir o biberão de vidro à murraça. Físico para isso tem ela.

Mas não, o que aconteceu foi que a delicada Princesa Rainha deu em encontrão no biberão, que caiu e se desfez em pedaços.

Muito menos emocionante, mas em todo caso encantador (como tudo o que ela faz).

Foi a sua 1.ª asneira. O castigo, já prometido, é que será ela a pagar o biberão novo. O dinheiro virá directamente do seu porquinho,eh, eh.

4 comentários:

  1. Tive o prazer de conhecer a D. Laurinda, e tenho-lhe uma estima enorme! Adoro a maneira daquela senhora falar! :)
    Um beijinho, para todas!

    (e um aqui pequenininho especial para a minha Libânia, se o puderes entregar, se faz favor!)

    Carla Machado

    ResponderEliminar
  2. olá alegria, realmente tens razão quando dizes que a formação base molda e orienta a forma de raciocinio, pois eu não nasci no meio dos T de contabilidade mas tive a sorte de ter um excelente professor primario ( apesar de me dar reguadas por eu me rir, uma miuda já não pode ser bem disposta!) que me ensinou a gostar da numeros.Como eu não li nenhum dos livros da colecção Vampiro vi-me grega para fazer as varias cadeiras de Direito do curso de contabilidade, só não entendo quando dizem que os contabilistas tiram algum do trabalho dos advogados. Eu não vou tirar de certeza!tens trabalho garantido,eu despacho para ti...

    beijinho grande

    ResponderEliminar
  3. Vamos lá a repor a verdade dos factos, que ontem a princesa Popota estava ao meu colo e deu outro grande murro a um biberão que caiu ao chão e só não se partiu por sorte...

    ResponderEliminar

Obrigada por dar vida a este blog.

Volte sempre senhor carteiro

  Volte sempre senhor carteiro. Volte sempre.