Ontem, as obras que estão por todo o lado em Aveiro, obrigando o trânsito a desviar-se, levaram-me a estacionar junto do velhinho estádio Mário Duarte.
Apesar de meter dó ver um dos sítios mais marcantes da minha juventude invadido por ervas daninhas, lá recuei uns aninhos.
Por momentos, voltei às tardes de domingo em que ia com o meu pai ao futebol e tive saudades da ansiedade de saber se iríamos, ou não, ao jogo, do resmungar pelo preço dos bilhetes, do ambiente do jogo, de ver o Beira Mar entrar em campo ao som do hino, dos cachorros quentes e até das unhas cheias de sarro que o vendedor metia dentro da cuba para tirar as bolas de gelado.
Talvez por estar perdida entre pensamentos, coisa complicada para quem tem um péssimo sentido de orientação, optei pelo caminho errado e lá me meti parque dentro.
Como se não bastasse ter feito uma opção de trajecto errada, mesmo numa situação normal, a saída do parque que eu queria utilizar estava encerrada por motivo de obras (elas estão mesmo por todo o lado).
Com isto, acabei por atravessar o parque todo e fazer algo semelhante a ir de Gaia a Ovar para chegar ao Porto.
Mas como nada é por acabo, isto fez com que tivesse a agradável surpresa de ver que, contrariamente ao que eu julgava, o parque está inteirinho e em condições de ser utilizado. Havia pessoas a fazer exercício física, outras a piquenicar e criancinhas a ver os patos. Tudo normal
Pelo que ouvia pela cidade, e vendo a frontaria toda em obras (que me parecem paradas há séculos), imaginava o parque todo destruído, o que não é verdade. Está lá, em obras é certo mas inteiro.
Por 1001 razões, este regresso ao passado foi muito bom e não podia deixar de dar esta Boa Nova à malta cá da terra pois imagino que muitos, como eu até ontem, não vejam o parque como uma possibilidade para momentos de lazer.
OBS: refiro-me, como quase todos os aveirenses devem saber, ao parque Infante D. Pedro V que fica mesmo ao lado do hospital e nós, por cá, designamos somente por parque.
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