terça-feira, 24 de maio de 2016

Escola pública/privada



Tenho uma teoria, nem sempre bem recebida quando a ponho e prática, sobre o facto de quando nos rimos de alguma coisa não estamos, necessariamente, a menosprezar a sua importância.

Daí a partilha desta, deliciosa, capa da Anita (uma das minhas colecções predilectas).

Falo, obviamente, da discussão da moda. Deve, ou não, o Estado financiar a escola pública? E ao argumento mais falacioso e pobre que tenho visto na facção pró - financiamento. O célebre "direito de escolha".

Os meus pais escolheram que metade do meu percurso académico (mais coisa menos coisa) fosse efectuado no privado e a outra no público.

Primeiro, (na pré e ensino básico), porque a rede de ensino público não assegurava a minha guarda para além do período lectivo, na cidade onde vivíamos não tínhamos estrutura familiar e ... nenhum dos meus pais podia deixar de trabalhar para ficar comigo.

Depois, no ensino superior, porque a alternativa era ir para Coimbra o que implicaria sair de casa com todos os encargos daí advenientes pelo que, como tal, analisados os custos/benefícios, a opção recaiu na Católica. Vá lá, aqui pesou também o facto de nos termos informado e nos terem garantido que a qualidade de ensino seria equivalente.
Conheco, portanto, as duas realidades e infraestruturas à  parte estou convicta que a qualidade está nos profissionais de uma e outra, ou seja o mérito está em quem faz a sele . 

O que me chateia nesta discussão é que, como sempre, não vejo manifestações no sentido de defender a elevação da qualidade do ensino publico, nivelando-a assim por cima relativamente ao ensino privado (ainda que a qualidade do ensino privado não seja garantida à partida). 

E era essa qualidade, juntamente com a criação de condições físicas, que gostava de ver ser alvo do debate. Assim de repente defendiam-se dois direitos. O de escolha (que não vejo como esteja em causa) e o de quem não tem possibilidade de o exercer.


Outra coisa que não vejo discutida é o direito de opção ao nível da saúde. Não devíamos colocar a questão no mesmo plano? Não será a saúde um direito tão básico e essencial quanto a educação?







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